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sábado, 21 de fevereiro de 2015

Caça ao tesouro


Esses dias, buscando os filhos no colégio, conversei com outra mãe sobre o “raciocínio lógico” das nossas crianças. Falávamos que nem sempre é fácil “decodificar” o que eles querem dizer – e que acreditam ser tão óbvio – e embarcar na imaginação fantástica – e fertilíssima! – que possuem! Mas, sem dúvida alguma, tentar descobrir o “enigma” e desvendar o “mistério” é uma diversão sem igual – que só os fortes entendem! Entrar e viajar no mundo mágico deles não tem preço, mas requer empenho! É como uma caça ao tesouro: a recompensa vale o caminho percorrido. Também, não deixa de ser um desafio pessoal para as mães, pois acaba sendo uma prova do quanto conhecemos os nossos filhos e estamos – de fato – presentes na vida deles.

O papo descontraído me fez lembrar de diversas situações do tipo, vividas com os meus meninos. Entre elas, uma do André – que recebeu muitos elogios da pedagoga da escola, pela associação que fez –, meu filho mais velho, que conto a seguir.

Ele tinha cerca de 2 anos e meio, e gostava muito de assistir ao desenho da Disney, “Branca de Neve e os sete anões”, especialmente a parte que os homenzinhos cantam a música “Eu vou”. O André estava começando a desenrolar a fala e, mesmo sem conseguir pronunciar corretamente as palavras, tentava nomear todos os anõezinhos. O seu preferido era o Atchim, que ele dizia “Apím”. Apím também era o som que ele fazia quando fingia que estava espirrando, só para nos ouvir dizer “saúde”. E, claro, ele também dizia o mesmo quando espirrávamos, mas da sua maneira: “úde”! Nessa mesma época, ele também ficou fã do “Toy Story” e, mais ainda, do xerife Woody, um dos principais personagens do longa.

Certo dia, na hora do “cineminha” da tarde, perguntei-lhe o que gostaria de assistir. “Apím”, respondeu prontamente! Fiz o que – acreditava – que ele havia pedido e coloquei o DVD da “Branca de Neve e os sete anões”. Imediatamente, o André reclamou e enfatizou: “Eu qué o Apím”! Foi quando a “caça ao tesouro” começou! Eu estava certa que “Apím” era o anão Atchim e que, portanto, o desenho escolhido seria aquele que eu tinha selecionado. Mas não! E ele continuava insistindo que queria o tal de “Apím”! Pensei e repensei, pedi para ele repetir várias vezes o nome do filme, para me certificar se havia entendido direito. E, sim, ele realmente queria o “Apím”! Mas, afinal de contas, o quê ou quem era esse “Apím”?!

Quando a situação já estava ficando tensa, de repente, senti que estava avistando o “tesouro” e desvendando o mistério! Como num passe de mágica, consegui entrar na imaginação do meu pequeno e fazer o seu “raciocínio lógico”! O que ele queria parecia bastante claro, agora. Não falei nada, conectei o notebook na TV e coloquei “Toy Story” (que havia baixado da internet, pois não tínhamos o DVD). Então, achei o tesouro: um lindo sorriso de satisfação! E pronto! Caso encerrado!
O quê? Vai dizer que ainda não conseguiu entender?! Pois vou refazer o caminho e tentar explicar o que era tão “óbvio” na cabecinha dele. Acompanha aí o raciocínio.

Para o André, “Woody” (o xerife do “Toy Story”) e “úde” (saúde) –, são a mesma coisa, pois tem a pronúncia muito parecida. Como “úde” é, digamos, a resposta que damos para quem espirra, logo – para o André – o primeiro e principal nome do Woody é “Apím” (que seria atchim, um espirro). Ou seja, de acordo com o meu filho, o nome do xerife seria: Atchim Woody. E, na sua pronúncia, “Apím Úde”!

Entendeu agora? Estava na cara, né?! (Risos).

Um comentário:

Patricia Carol disse...

Vivendo e aprendendo!!!KKKKKKK
Se as mamães são "lentas de raciocínio", imagine as vovós, que não eram "do tempo dos "udis"!
Só entendí mesmo, Raquel, quando chegou na tua conclusão: "estava na cara, né?!)
Bjs pra você e o ANDRÉ, (geniosinho da imaginação!)
Pat

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