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quarta-feira, 4 de novembro de 2015

A dor de um filho na UTI

Hoje conversando com uma amiga sobre outra amiga que está com o filhinho na UTI, desde que nasceu, está me perguntou se a mãe pode estar doente logo depois do parto. Porque reparou que ela está com dores até para sentar.

Lembrei-me um pouco do que vivi com nossa 9ª filha, quando nasceu prematura, e ficou na UTI neonatal.  É fato, realmente sentimos dores. Nos Mães de UTI Não tivemos tempo para um resguardo, ficamos de pé quase o dia todo, ao lado da incubadora, tentando fazer-nos presente para o nosso frágil bebê. Sofremos a dor irreal de sentir-nos culpadas por nosso filhinho ter essa ou aquela deficiência. Ficamos nos perguntando o tempo todo o que poderíamos ter feito melhor para que essa pequena criança não tivesse este sofrimento. Isso dói muito, no fundo da nossa alma.

Além do desgaste físico existe o desgaste moral, da espera "do sabe lá o quê", o que vai acontecer ao nosso indefeso bebê. Quando sairá desta situação, que futuro podemos ver dentro de uma UTI com vários bebês requerendo cuidados especiais. Alguns até não resistindo aos tratamentos; presenciar tudo isso é sobre humano. Só mesmo com uma fé, uma confiança ilimitada no nosso Pai Deus para levarmos cada dia para frente, com paciência e oração.

Cada melhora é uma vitória, um motivo de alegria sem fim. É cada queda é mais um calvário que vivemos.

Este filho é o que mais necessita de nós a seu lado, mesmo que tenhamos outros, será este o que vai nos consumir o maior tempo que pudermos dar a ele. Este calor humano tem um efeito sobrenatural, e nem a medicina sabe explicar bem o porquê da criança, que tem atenção e carinho, se desenvolver melhor do que os que ficam mais sozinhos nas encubadoras.

A dor nos fortalece, nos aproxima do calvário de Cristo. É o que no futuro nos deixará mais fortes, mais resistentes.

Não temos ideia de quanto tempo nosso bebe ficará internado, e a medida deste tempo nos parece interminável. Mas vale a pena , pois depois veremos nosso filho alegre , saudável e feliz. Deste modo então esquecemos todo o resto.

Essa sensação ruim perdura por algum tempo dentro de nós, mas nada como o tempo para apagar essas tristes recordações.  Só não podemos desistir nunca e fazermos até o fim o máximo que pudermos fazer, mesmo que nos doa.

Um comentário:

Pat disse...

Super linda a ESTÓRIA DE AMOR de pais e mães de prematuro! Tenho uma sobrinha que foi mãe de prematura e hoje a garotinha(4 aninhos)é um FOGUETE! Corre pra lá e pra cá, conta causos, e a mãe comentou rindo, como será daqui em diante, quando ela operou as Adenóides, pois só tinha 10% da capacidade respiratória. A mãe dizia rindo: "como é que vou aguentar correr atrás dela, quando já canso só de ir atrás desse foguetinho de 10% de fôlego, quando ela sair do hospital, com + 90% de respiração!" Não deu outra? A menina é super feliz, afável, adora brincar com os coleguinhas do Jardim de Infância e desenha MUITO BEM tudo o que vê que acha interessante! Outro dia fui 'premiada' com uma "pintura" que ela fez pra mim, retratando nós duas IGUAIZINHAS, apenas, 1 grandona e outra pequenininha... Desejo essa mesma ALEGRIA AMBULANTE para os pais de prematuros que já sofreram tanto até ver o filhinho/a de ótima saúde de disposição pra vida!

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