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segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Harmonia nas visitas

Por Camila Lavôr

Quando se tem filhos, visitar alguém traz preocupações que não se encerram na arrumação da bolsa das crianças, com fraldas, lanches e brinquedos; não basta, ademais, estarem todos limpos e cheirosos no carro, a caminho do destino. A casa para qual a família está indo é um ambiente novo e cheio de atrativos para os pequenos, que veem nesta empreitada uma oportunidade de explorar um território desconhecido. Por isso, o cuidado e a atenção têm de ser redobrados, a fim de que acidentes não ocorram e você e seu filhote não se tornem visitas indesejadas.

Tenho a impressão de que, no caso de sermos visitantes recorrentes, é natural que relaxemos e façamos, assim, da casa que nos recebe uma extensão da nossa, deixando os filhos mais à vontade e propensos a badernas. 

Uma coisa que sempre me chamou a atenção, mesmo antes de eu ter filhos, eram as reclamações de avós com relação à bagunça que os netos faziam ao visitá-los; muitas vezes, tratava-se de verdadeiros lamentos, ocasionados pela chegada do final de semana e pelo inevitável encontro com os pequerruchos. Isso ficou gravado em minha memória, e agora que tenho filhos é também uma real preocupação.

Moro relativamente longe dos meus pais, e quando vamos visitá-los costumamos pernoitar e retornar no dia seguinte. Por se tratar de visita um tanto quanto demorada, sempre tive o cuidado de deixar a casa deles da mesma maneira que a encontrei.

Essa é uma tarefa árdua, já que para eles – os avós – os netos têm passe livre para fazer o que bem entenderem, restando a mim e ao pai impor limites às brincadeiras e arrumar o que for bagunçado. Ao mesmo tempo, apesar da permissividade, seria crueldade deixar aos avós a tarefa de arrumar o que está fora do lugar – a eles cabe apenas a deseducação! A minha dica, portanto, é simples e refere-se precisamente à arrumação: assim que o mais velho, que é o rei da bagunça, termina uma brincadeira, eu o convido para me ajudar a recolher os brinquedos e guardá-los nos seus lugares, fazendo disso uma nova brincadeira. Ele também gosta de ajudar quando estou tirando marcas de mão suja, leite e comida dos móveis, e então lhe dou um pedaço de papel e tudo vira diversão. É claro que nem sempre consigo convencer um menininho tão novo a arrumar tanta coisa, mas, mesmo que ele não se junte a mim, a organização não costuma demorar.

Esta foi a técnica que encontrei para não tornar a volta para casa um transtorno para os pais e um alívio para os avós!

2 comentários:

Patricia Carol disse...

Dá pra descobrir diversas VIRTUDES nesse seu ponto de vista em relação a poupar trabalho aos avós. Começa com RESPEITO, CARINHO, CONSIDERAÇÃO, GRATIDÃO,
BONDADE, e continua com BOM EXEMPLO pra toda a família, não apenas pros filhos desde pequenos! Parabéns a você e aos seus filhos, mesmo pequenos, que já entendem o valor da GENEROSIDADE E COMPAIXÃO. ÊTA! QUANTA SABEDORIA DE MÃE VOCÊ TEM!
Abração, com minha ADMIRAÇÃO, Camila!

Camila Lavôr disse...

Querida Patrícia, quanta bondade em seu comentário! Agradeço pelas palavras. Aos trancos e barrancos, e com erros e acertos (mais erros. Muito mais erros.), vamos aprendendo, eu e meu marido, a lidar com as diversas situações que a paternidade nos apresenta. :) Um abraço carinhoso, Camila.

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