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quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Yes! Meu filho vai falar inglês!


Por Maite Tosta

A idéia com esse post é ajudar os pais que estão pensando em matricular seus filhos em um curso de inglês. Há uma série de variáveis a serem consideradas: local, preço, metodologia… já trabalhei como professora de inglês e… guess what? Resolvi compartilhar algumas coisas com vocês. Agradeço primeiramente à jornalista e amiga Verônica Lunguinho, que me ajudou muito a elaborar esse post, fazendo as perguntas certas.

Então Let's go!

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Qual a melhor idade para começar a estudar inglês?

Há um consenso (hoje em dia, relativizado) de que a idade melhor para se iniciar é, no máximo, até os 12 anos (Critical Period), e que “quanto mais cedo melhor”. Depois disso, os processos cognitivos – tal como a memória associativa – começam a declinar. Há que se atentar, ainda, para as fases do desenvolvimento da criança. Enquanto a criança não está alfabetizada em sua língua materna – em nosso caso, o português – a oralidade deve ser a tônica, com atividades lúdicas e de comandos verbais que requeiram ações (total physical response).

Quando a alfabetização na língua nativa estiver consolidada, é possível também realizar atividades de leitura e escrita também em inglês.

É melhor aula particular ou em grupo?

As crianças respondem melhor a aulas em grupo (interação e brincadeiras, eles amam!), mas este não pode ser tão grande a ponto de impedir que o professor consiga acompanhar individualmente o progresso de cada aluno. Ou seja: grupos pequenos são o ideal, em torno de 10 alunos, e nunca mais que 20.

Em quanto tempo meu filho vai falar fluentemente?

Primeiramente, é necessário desmistificar a fluência. Fluência diz respeito a falar com um discurso fluido, sem gaguejar e sem “brancos” e pausas. Contudo, uma fala “fluente” pode ter um monte de erros de gramática, por exemplo. O que se deve perseguir, na verdade, é a proficiência, que envolve fluência, acurácia (correção gramatical) e estratégias discursivas (ex. ironia, metáforas, entrelinhas, focalizar o discurso)– enfim, o “falar a língua”.

A proficiência tem níveis (básico, intermediário, avançado). A maioria dos cursos regulares (não-intensivos) para crianças  leva os alunos que iniciam em torno de 5-6 anos ao nível avançado em 16 semestres (8 anos), ou seja, a criança vai estudar o idioma paralelamente ao seu ensino fundamental e médio, e terminará um pouco antes do temido ENEM.

O que o aluno deve fazer para fixar o idioma, além das aulas?

É importante realizar as atividades complementares que o professor pedir, sejam elas ouvir diálogos em um CD, ou fazer atividades escritas… mas além disso, o aluno pode jogar videogames em inglês, ver desenhos em inglês, cantar em inglês, assistir filmes em inglês (para os maiores)… uma dica para os adolescentes: assistir de novo os filmes que você ama, já viu várias vezes, só que assistir em inglês. Assim você não fica mais ansioso para saber como termina o filme, e pode se concentrar só nos diálogos.

Uma outra superdica: Inscrever-se em comunidades de aprendizagem colaborativa, como o livemocha.com ou o English Experts (www.englishexperts.com.br). Sobre esse último eu sou suspeitíssima para falar, pois acompanhei praticamente desde o seu início, e colaborei com o site algumas vezes. Sei que já ajudou muita gente e é feito com muito capricho e carinho pelo Alessandro, fundador e administrador.

Hoje em dia há mil ferramentas que podem ser utilizadas para aprender inglês – TV a cabo, redes sociais, skype, etc - motive seu filho a utilizá-las, sempre monitorando.

Qual o melhor curso de inglês?

Corro o risco de soar clichê e “em cima do muro”, mas não existe “o melhor curso” e sim o melhor curso para o seu filho. Em geral as crianças bem novinhas aprendem bem em qualquer métodologia, mas conforme elas vão crescendo, diferenças individuais fazem com que algumas se adaptem melhor ao método X ou Y.

Existem, em geral, duas grandes abordagens: “Comprehension Approach”, em que se dá prioridade às habilidades de compreensão (ouvir, ler, entender), para que em momento posterior se inicie a produção, depois que o aluno tiver um certo vocabulário, e a “Communicative Approach”, em que desde a aula 1 há interação e produção linguística. Um aluno tímido poderia se sentir seguro em um curso que lhe permite primeiro ouvir, ler, entender, construir vocabulário, para depois se aventurar a falar. Já um aluno extrovertido e motivado mantém esse entusiasmo se desde o primeiro dia ele sente que “está falando inglês”.

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Há, ainda, as metodologias, que dizem respeito a como os conteúdos são apresentados, e se baseiam em teorias de aprendizagem e de aquisição da linguagem. Todas elas, se bem aplicadas, funcionam muito bem para alguns tipos de alunos e funcionam “mais ou menos” para os outros tipos… rsrs… o ideal é você conseguir achar aquela metodologia que vai funcionar melhor para a sua criança… e não, não é fácil… mas é possível. Para ajudar, deixo um link para um forum do English Experts em que as pessoas comparam os cursos de inglês. Bastante útil!


Meu filho Matheus, de 16 anos, está terminando o curso de inglês neste semestre, mas vou recomeçar a jornada com a Maria Esther, de 5 anos. Casa de ferreiro…

Tem mais alguma dúvida? Deixe nos comentários que respondo!

7 comentários:

Liana Clara disse...

Querida amiga, adorei este texto. Gostaria de que complementasse com o estudo de inglês para adultos, ainda há tempo?
Aqueles pais que não conseguiram aprender inglês na sua adolescência ou que esqueceram tudo pela falta de prática, o que você sugere?

Maria disse...

Oi Liana! Posso responder em um novo post? Os adultos merecem um post só para eles, há muitos detalhes para abordar.

Liana Clara disse...

Com certeza! Eu pensei mesmo isso. Um texto só para os adultos.
Existem alguns aplicativos de celulares que ajudam a aprender novos idiomas, e isso também poderia constar deste novo texto para adultos.
Eu faço parte desses adultos que deixou o inglês para trás e hoje vejo a necessidade de reaprender.

Pat disse...

Mais uma dica para quem teve oportunidade de chegar ao final de um bom curso de inglês, com uma fluência razoável, tanto faz adolescente quanto se já forem adultos:

INTERCÂMBIO! Acho importante a gente não só saber se comunicar em outro idioma além do nativo, mas ainda, VIVER O DIA A DIA em outro país onde terão que se comunicar diariamente em inglês. Claro que não é uma opção barata, mas dependendo da situação atual da família, é um EXCELENTE INVESTIMENTO, quando possível, para já ir garantindo uma boa colocação PROFISSIONAL para os filhos ou os próprios pais.

Abraço,
Pat

Maria disse...

Pat, com certeza! Vai rolar um post só sobre intercâmbio. Bjs !

Maria Teresa Serman disse...

Muito bom, Maitê! Já dei aulas de inglês em vários níveis e concordo com o que vc escreveu integralmente. Mariana, minha caçula, começou a aprender autodidaticamente, de tanto eu ouvir músicaS dos Beatles. Funciona muito ouvir, cantar e, se os pais, ou um deles, souberem, curtos diálogos da vida prática podem ser feitos. Parabéns, adoro o que vc escreve, bj

Maria disse...

Oi Xará! Obrigada, um elogio seu vale ouro, sei que é uma pessoa crítica, no bom sentido! Concordo, diálogos curtos da vida prática funcionam muito bem! Bjs! PS: A música dos Beatles sempre cai muito bem, não é mesmo?

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