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terça-feira, 14 de junho de 2011

A importância da vida interior

Por Rafael Carneiro Rocha

É muito difícil não presenciar ao nosso redor pessoas com sintomas de ansiedade, irritação e medo. Nós mesmos experimentamos cotidianamente, em maior ou menor grau, essas desagradáveis visitas espirituais. De qualquer forma, é possível que melhoremos muito nosso enfrentamento com aquelas sensações.

É necessário, primeiramente, que tenhamos conversas interiores, de profunda auto-reflexão. Não digo que precisemos rezar por horas e horas, nem que tenhamos de aprender técnicas de meditação, ou coisas do tipo. Para ter esse tipo de vida interior é preciso, antes de tudo, questionar as nossas atitudes: o que fazemos de bom, de ruim, de neutro - não importa. Precisamos reparar em toda a nossa conduta e perceber como reagimos interiormente a cada coisa. O que nos deixa agitados? O que nos deixa constrangidos? E como reagimos exteriormente às coisas do cotidiano? O que nos faz balançar as pernas? O que nos faz levantar o tom de voz? O que nos faz franzir a testa?

A partir desse mapeamento contemplativo, poderemos chegar à conclusão, por exemplo, de que determinada irritação pode ser consequência de uma ansiedade que não tínhamos aprendido a detectar. É um primeiro passo para lidarmos melhor com nosso nervosismo. Ter controle de si é um sintoma importantíssimo de fortaleza. Quem não se contempla, é capaz de se apavorar ou se enfraquecer por coisas mínimas.

Mas e quando os sintomas de stress chegam por fatores que fogem ao nosso controle? Quase sempre, é assim, certo? Sim. Mas a nossa resposta ao fator externo, seja um evento ou um comportamento desagradável de alguém, pode ser purificada, eu diria. Vivamos, em toda a nossa vida, a disposição para a caridade! Se nos desagradam, a primeira atitude é encarar o ato como uma mortificação que nos leva a Deus, ao sumo bem. Foi permitido tal desgosto, porque eu posso ter força o suficiente para encará-lo, ainda que eu pareça ser a pessoa mais frágil do mundo.

Se Deus fala ao universo, Ele fala comigo todo o tempo. Mesmo na tristeza que nos atinge, Deus nos fala como podemos ser bons. Todas as sensações espiritualmente desagradáveis são vazios que gritam por preenchimento do que é bom. E o que é bom, existe em abundância inimaginável.

Ter vida interior: conversar consigo mesmo e perceber a presença de Deus em todas as coisas do cotidiano são dicas valiosas para melhorar nossa existência. Faremos o bem para os outros e cuidaremos melhor desse tesouro que nos foi dado, o coração humano.

Um comentário:

Anônimo disse...

"Todas as sensações espiritualmente desagradáveis são vazios que gritam por preenchimento do que é bom."
Esta frase é digna de Stº Agostinho, Rafael! É um ótimo ponto de reflexão, obrigada, um abraço. Maria Teresa

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