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terça-feira, 21 de junho de 2011

Como fazer o que é certo?

Por Rafael Carneiro Rocha

O livro Gênesis tem uma belíssima linguagem poética. A verdade do livro é mais estética do que literal. No primeiro capítulo, Deus faz as coisas e vê que elas são boas. A luz, a terra, o firmamento, as plantas, os animais e finalmente o homem e a mulher: a cada obra terminada, Deus via que era tudo bom. O autor do Gênesis insiste nesta percepção de Deus e ainda acrescenta no último versículo daquele capítulo: "Deus contemplou toda a sua obra, e viu que tudo era muito bom".

Todas as coisas criadas por Deus são boas, porque foram obras Dele. Mas além dessa perspectiva moral, é importante pensarmos na estética das coisas criadas. A linguagem do Gênesis é poética, porque a estética da criação também é "boa". Penso que a estética divina deve sempre nos servir de inspiração quando precisamos criar. Não falo necessariamente de grandes projetos ou de obras de arte, mas das decisões que tomamos em nossas rotinas. Às vezes, perguntamo-nos o que fazer a respeito de determinado assunto. Nesses casos, é preciso fazer, simplesmente, o que é mais "bonito".

Saber o que é certo e o que é errado é uma vocação natural do ser humano, mas algumas decisões são mais difíceis, porque parecem ser moralmente neutras. Nesse sentido, criar o gesto mais bonito é o que deve pautar as nossas decisões. Os gestos mais bonitos tem sabor de sacrifício alegre e heroísmo escondido. Podem ter características sentimentais, mas devem trazer consigo sentimentos profundos e duradouros, não apenas rompantes de alegria que podem desaparecer.

Se tivermos dúvida sobre o que deve ser feito em determinada ocasião, fixemo-nos neste ponto: fazer a coisa certa é criar um gesto bonito. Será algo tão bom como a luz e o firmamento?

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