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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Perguntas e Respostas: Dra Mannoun Chimelli - Adolescentes - Como educar? (férias 4)

Neste mês de férias transcrevo aqui algumas perguntas feitas a Dra Mannoun e suas respostas, em um programa de TV. Peço aos amigos que quiserem fazer perguntas que aguardem suas respostas no mês de fevereiro.

Pergunta: No seu livro Gastando tempo com os filhos – que é fabuloso –, você diz: “E não se esqueçam, pais, de pensar bem dos filhos”. Poderia ajudar-nos com sugestões práticas para agirmos de acordo com esse pensamento positivo?

Pensar bem dos filhos, primeiro, é acreditar neles. Embora falem uma ou outra mentirinha de vez em quando, a gente, como mãe, principalmente, tem um detector de mentiras bem esperto.

Pensar bem dos filhos é, além disso, não ironizar nunca. É também não comparar, porque o adolescente se compara, mas nós não devemos compará-los, pois eles se sentem diminuídos.

Pensar bem dos filhos é dar-lhes a oportunidade de descobrirem as coisas por si mesmos, mais do que lhes servir de bandeja o que os pais descobriram. Essa é uma boa via para os pais perceberem com maior grau de certeza quais os talentos que os seus filhos têm. Muitos pais não conhecem realmente os filhos; talvez saibam qual o seu prato predileto, mas não sabem quem são os amigos, não sabem quais os gostos dos amigos, se aquele filho tem pendores literários, artísticos, esportivos, enfim, quais as características do filho.

Pensar bem é também respeitar, saber ouvir. Há um provérbio oriental que diz que a natureza nos deu uma boca e dois ouvidos, para que a gente falasse menos e escutasse mais..., e o Adolescente quer ser ouvido. Aliás, é muito curioso: quando ando pelas ruas observando as pessoas, percebo quanta gente fala sozinha!, e fico pensando: será que essas pessoas têm quem as escute?

Quando os filhos chegam, os pais devem estar disponíveis. Mas sem aquele “massacre” de querer perguntar tudo: “Meu filho não me conta nada!” – aí eles não vão contar mesmo. Ou então, quando me dizem: “Meu filho me conta tudo!”, fico pensando: “Será?”, porque a tendência à intimidade cresce naturalmente no Adolescente, e a gente precisa saber respeitá-la. (Quando eles põem “aquele” som que é ruído no mais alto volume, na realidade estão entrando dentro de si mesmos, e o ruído é só disfarce, talvez para não serem interrompidos).

É muito importante que a gente tenha esse respeito e, sobretudo, bom-humor; não levar as coisas muito a ferro e fogo, saber sair-se de uma crítica que eles façam – porque são extremamente críticos – com um detalhe que faça sorrir, uma brincadeira; ou então acatar aquela crítica e dizer: “Você me ajuda?” Isso é muito importante para pensar bem deles. Se os pais não pensam bem dos filhos, quem vai pensar?

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