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segunda-feira, 11 de março de 2013

Na primeira pessoa do plural – parte 2

Desculpem se o tom no fim do texto anterior  (parte 1) foi exaltado, mas creio que essa total falta de ética - princípio, meio e fim - na política  tira a todos nós do sério. No entanto, o foco dessa segunda parte é a família. Em que pessoa estamos conjugando os verbos mais importantes na vida a dois, a três, quatro, ou mais? Se é na primeira pessoa, que seja garantida a do plural, pelo menos na maioria das vezes. 

Não abdicamos de nossa personalidade quando aceitamos a opinião do outro em questões importantes ou supérfluas, desde que não seja em aspectos indiscutíveis de moral, lei natural e bem maior. Nesses casos, com paciência e delicadeza, pode-se chegar a um denominador comum, a um equilíbrio que traga a paz para todos. 

Voltando à ética, ela não é um conceito abstrato, mas bem simples, e, se a aplicamos no cotidiano familiar, profissional e social, a convivência será mais fácil e a vida feliz. Valorizar o bem comum antes do próprio; prestar atenção às necessidades dos membros da família genética e humana; respeitar o direito inalienável de todo ser humano à vida e àquilo que é necessário para que ela aconteça com bem-estar e dignidade; ter sempre no coração e na mente o "você", o "nós"; todos esses são ingredientes da receita mais banal e eficiente para encontrar a felicidade. 

Não adianta procurar alegria na satisfação de desejos egoístas que ignoram as necessidades alheias; isso é um sonho vão que engana os homens há muitos séculos. Por uma triste ironia, também há muitos séculos, Cristo nos deixou a solução para a angústia e a dor: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Então, não se trata de abdicar do amor próprio sadio, mas de alimentá-lo com o amor dilatado que estendemos aos outros. E na proporção que o distribuímos, ele cresce e se fortalece, e nós somos os primeiros beneficiados. Não é reconfortante que seja assim?
                                         Maria Teresa Serman

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