Parafraseando Alfonso Aguiló, quando comenta em seu livro a respeito de Momo.
Momo é a pequena protagonista do famoso livro de Michael Ende, que leva seu nome; “Momo e o senhor do tempo”. Uma menina que surgiu na vida de algumas pessoas, não se sabe de onde. Vive pelas ruínas de um anfiteatro grego ou romano.
De uma coisa começam a ter certeza. Todo mundo quer estar com ela, ao lado dela. Começam a perceber que foi uma sorte muito grande tê-la conhecido. Constatam que sua presença torna-se algo imprescindível. “Como pudemos ter vivido até o momento sem a Momo?”- pensam todos que a conheceram.
Começaram, então, a fazer um balanço de suas qualidades e atrativos, e não conseguiam perceber que qualidade especial apresentava. Não é esperta. Não pronuncia frases belas e sabias. Não sabe cantar, dançar, ou alguma outra coisa maravilhosa. O que tem então?
A pequena tem algo que não encontramos com tanta frequência hoje em dia. Ela sabe escutar com atenção e simpatia.
Algo mágico acontece quando as pessoas se encontram diante dela. As pessoas limitadas têm ideias inteligentes. Diante dela, o indeciso sabe de imediato o que quer. O tímido sente-se, de imediato, livre e valorizado. Quanto ao angustiado, torna-se confiante e alegre. E o mais infeliz descobre que é importante para alguém; É que ela sabe escutar!
Em todas as crianças e adolescentes existem, em semente, boas e más tendências, e cada um deles torna-se responsável por quais deixará germinar. Neste caminho, o papel de um educador, que saiba escutar, será estratégico para que percebam quais são as boas sementes e porque vale mais a pena cultivar estas e não as outras más. Conseguirão se forem bons ouvintes.
Sabemos que a estrela dos nossos filhos conseguirá brilhar com os anos de muito esforço. Eles se motivarão a realizar algo bem feito, e que agrade aos demais, se encontrarem, neste processo, pais e professores que escutam realmente. Sem dúvida, quem escuta com atenção, com verdadeiro desejo de compreender ou até mesmo de aprender, sem deixar-se levar pelo impulso de falar o que julga melhor, ou de rebater o que ouve, torna-se cada vez mais especial e faz com que o educando, ao se expressar, se sinta também mais valorizado e amado. Ganhará ânimo e motivos para ser melhor, para corresponder `as expectativas dos pais e professores.
É triste, entretanto, evidenciar que muitos pais e professores fazem muitos esforços em planejar estratégias de disciplinas, regras de conduta, normas de comportamento, e se esquecem que a exigência para serem melhores filhos e alunos parte de uma educação positiva, que os coloca em uma atitude alegre, tranqüila, serena, e, portanto, capaz de levá-los a quererem acionar um motor próprio. Afinal, ninguém faz nada, como algo próprio, quando parte de uma obrigação.
Costumo dizer que a atenção de coração é a melhor e mais eficaz forma de exigência.
Autimio Antunes - Reproduzido do blog da revista Ser Família, de 26 de junho de 2012.
Autimio Antunes - Reproduzido do blog da revista Ser Família, de 26 de junho de 2012.
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