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sábado, 23 de março de 2013

Campos de concentração na Polônia (Parte II): Birkenau (ou Auschwitz II)

Assim como Auschwitz, o campo de concentração nazista de Birkenau (também conhecido como Auschwitz II) é muito impressionante. Ao chegar ao pórtico que é exibido em muitos filmes, é impossível não se chocar com o tamanho do lugar, que abrigava até duzentos mil prisioneiros.

O famoso pórtico de Birkenau

O famoso pórtico de Birkenau, várias vezes retratado pelo cinema em filmes
como "Lista de Schindler"
São várias alas de barracões gigantescos que você facilmente perde de vista. Alguns foram demolidos, mas uma boa parte permanece de pé.

Cerca em Birkenau com barracões ao fundo Cerca em Birkenau com barracões ao fundo
Com o passar do tempo e a lotação cada vez maior dos barracões, a função do campo de Birkenau era mesmo a de matar pessoas em grande escala. Tanto que muitos dos que desembarcavam dos trens ali dentro já iam direto para as câmaras de gás, com a desculpa de que seriam desinfectados após a longa e insalubre viagem até o campo. Havia um lugar para eles deixarem seus pertences, tirarem as roupas... Mas a verdade é que em apenas alguns minutos eles estariam mortos.

Os vagões de carga que chegavam superlotados de passageiros em Birkenau Um dos vagões de carga que chegavam superlotados de passageiros em Birkenau
Em Birkenau, foi construída uma câmara de gás gigantesca capaz de matar até 2.500 pessoas ao mesmo tempo. Essa máquina da morte trabalhou com força total entre 1943 e 1944. No mesmo prédio, havia vários incineradores nos crematórios, que foram destruídos pelos nazistas  (usando mais de 20 mil dinamites) em novembro de 1944, antes de abandonarem o campo, na tentativa de eliminar as evidências de seus crimes. Hoje restam apenas os alicerces desse lugar macabro.

Prédio em que funcionavam as câmeras de gás e os crematórios em Birkenau Reuínas de prédio em que funcionavam as câmeras de gás e os crematórios em Birkenau
Segundo a guia que nos acompanhou durante a visita ao complexo Auschwitz-Birkenau, para abafar os gritos desesperados das pessoas que ficavam confinadas nas câmaras de gás, os soldados tocavam durante todo o dia marchinhas alegres em um volume bem alto. Mas acredito muitos dos prisioneiros dos campos já conheciam o seu destino.

Homenagem aos mortos em Birkenau Homenagem da Alemanha aos mortos em Birkenau
No campo de Birkenau há também um memorial formado por várias pedras, onde homenagens são prestadas diariamente aos mortos.

Placa em homenagem aos mortos em Auschwitz-Birkenau Placa em homenagem aos mortos em Auschwitz-Birkenau
Considero que as condições de sobrevivência em Birkenau eram ainda mais cruéis do que em Auschwitz. Os barracões eram feitos em madeira e possuíam um vão de ventilação que devia tornar a temperatura do ambiente congelante no inverno. Em Auschwitz eles eram feito de tijolos e podiam ser totalmente fechados.

Dormitório em Birkenau Dormitório em Birkenau que chegava a abrigar simultaneamente 400 pessoas
Os banheiros eram coletivos e insalubres e só podiam ser usados por alguns segundos duas vezes ao dia. E o acesso à comida e a medicamentos era quase inexistente.

Banheiro coletivo em Birkenau
Banheiro coletivo em Birkenau
Como visitei o campo no inverno, pude sentir que o local é absurdamente frio. Mesmo com vários casacos, luvas e gorro senti o vento cortante que corre pelo terreno e que torna o lugar ainda mais assustador. Fiquei imaginando como as pessoas conseguiam sobreviver a essas condições somente com o uniforme listrado composto por uma calça e uma blusa de manga comprida, sem meias e com um sapato de couro.

Uma das alas do campo de Birkenau Uma das alas do campo de Birkenau
Abaixo deixo mais algumas fotos desse lugar que marcou a nossa história de uma maneira muito trágica e que hoje é considerado um Patrimônio Mundial por sua importância histórica. E se você ainda não leu o relato sobre o campo de Auschwitz, clique aqui para acessá-lo.


Cerca em Auschwitz Cerca em Birkenau com rosa em homenagem aos mortos
O pórtico de Birkenau e a cerca eletrificada O pórtico de Birkenau e a cerca eletrificada
Uma imensidão que parece não ter fim Uma imensidão que parece não ter fim

3 comentários:

Patricia disse...

A propósito destes 2 posts sobre campos Nazistas, estou lendo uma autobiografia(só 195 pgs e fotos de família) escrita por um Juiz Americano, que nasceu na Eslováquia em 1934, cresceu no gueto de Kielce, na Polônia. Mudou-se para os EEUU em 1951 e possui o Doutorado em direito internacional pela HARVARD LAW SCHOOL.
Foi Juiz na Corte Interamericana de Direitos Humanos, e foi Juiz na Corte Internacional de Justiça de Haia, recebendo o Gruber Prize for Justice em 2008, por defender os direitos humanos no mundo, especialmente na América Latina. Comprei-o na Livraria da Travessa, por apenas R$ 34,90. Já traduzido para porguguês. VALE A PENA LER!

Liana Clara disse...

Boa dica Patricia!

Patricia disse...

Esquecí o "detalhe" do TÍTULO DO LIVRO e o AUTOR!

"Uma Criança de Sorte" Thomas Buergenthal

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