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quarta-feira, 1 de junho de 2016

Vivendo a vida dos filhos

Quando minha sogra faleceu, nós, meu marido e eu, já tínhamos 20 anos de casados, e esperávamos a oitava filha. Ao arrumar suas coisas, encontrei um diário, dois cadernos escritos à mão, não resisti e comecei a ler.

Além de ser uma pessoa boníssima, sempre solicita ajudando a todos, alegre e otimista, acabei descobrindo que sua vida era: a vida de seu único filho, minha e de seus netos. Ela respirava nossos problemas, nossas vitórias, nossas alegrias e tudo que acontecia conosco. Na época fiquei impressionada. Eu era jovem, e estava vivendo bem intensamente a vida da minha família. Hoje vinte anos depois me vejo numa situação semelhante, e compreendendo então todo o carinho e preocupação que ela tinha conosco. 

O amor pela família só aumenta com o passar dos anos. Todos os filhos, mesmo sendo muitos, são únicos. Têm suas peculiaridades e necessitam de tratamento diferenciado. 

Bem, ela teve a vida de um filho para viver junto, para respirar o mesmo ar e sofrer e se alegrar. Quem tem mais filhos, com certeza vai ter muitas vidas para viver e saborear das suas alegrias e sofrer junto com seus dissabores.  É sair de dentro de si, deixar todo egoísmo de lado, voltar-se para fora, para aqueles que já não precisam quase dos nossos cuidados, e acompanhar sua evolução, torcendo para dar tudo certo sempre, porém atenta para ajudar a levantar quando caírem. 

Assim, penso eu, deve ser toda mãe e todo pai, culminando sua felicidade presenciando a felicidade de seus filhos.

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