logo

terça-feira, 20 de julho de 2010

O dever da gentileza

Por Rafael Carneiro Rocha


Dia desses, numa noite que ventava frio, eu precisei pegar um micro-ônibus do transporte coletivo. Talvez, por força do hábito, o motorista deixou o ar condicionado ligado. Sentado ao fundo, eu comecei a me incomodar com o frio um tanto exagerado do veículo. Algumas pessoas tossiam e eu notei que o incômodo era comum. O rapaz que estava do meu lado gritou para o motorista desligar o ar condicionado, mas não adiantou.

Num certo momento, já bastante incomodado, eu me levantei do assento e fui pedir para o motorista, se fosse possível, diminuir a temperatura. Ele atendeu com prontidão. No caminho de volta para meu assento, algumas pessoas chegaram a aplaudir o feito. Fiquei surpreso, porque não havia absolutamente nada de extraordinário ou heróico no meu pedido. Na verdade, eu parti de um incômodo pessoal para exercer um direito de quem simplesmente pagou por um bilhete de transporte coletivo.

De qualquer forma, esse episódio simplório e irrelevante foi curioso, porque simbolizou como a apatia e a agressividade podem ser infrutíferas para o bem estar comum. Nem as pessoas que sentiam frio em silêncio, nem o passageiro que gritou revoltado conseguiram que o motorista diminuísse o nível do ar.

Para resolver problemas que atingem um conjunto de pessoas, é preciso captar certo "sentimento de maioria" (naquele caso, o frio que incomodava os passageiros), ter em conta se uma primeira solução em vista é justa (no exemplo do episódio, se pagamos por um serviço, é razoável que ele cumpra expectativas do nosso querer) e, o mais importante, manter o espírito de cordialidade. O motorista pode ter sido infeliz ao ligar o ar condicionado numa temperatura alta, mas isso não justifica que ele seja tratado com falta de delicadeza.

Nos serviços que recorremos no dia a dia, seja de um transporte coletivo, restaurante ou repartição pública, precisamos ter a ciência de que nossos direitos serão mais bem acolhidos se a nossa razão for transmitida de forma afirmativa e gentil.

3 comentários:

Anônimo disse...

BOA TARDE,

ACABEI DE ENVIAR UM E-MAIL, E O MESMO VOLTOU.
ESCREVI O ENDEREÇO CORRETAMENTE, ESTÁ INATIVO?

eduapere@yahoo.com.br

EDUARDO.

Liana Clara disse...

Caro Eduardo, se você enviou o email para contato@negociosdefamilia.com.br com certeza chegará para mim.
Mas caso prefira pode mandar para lianaclara@negociosdefamilia.com.br
Esteja a vontade para nos visitar sempre.

Mª Teresa disse...

Os detalhes de delicadeza e a sensibilidade para captar as necessidades dos outros fazem toda a diferença, muito bem exposto, como sempre, Rafael.

Postar um comentário