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segunda-feira, 12 de setembro de 2016

O desejo de possuir

Todos nós gostamos de possuir. Gostamos muito. Até a pessoa mais desprendida tem esse desejo, ele varia de pessoa para pessoa: possuir o saber, possuir bens materiais, possuir o controle das situações, possuir a atenção de alguém, e por aí seguem os nossos desejos de ter.

Possuir é um meio de comunicar-se. O bebê leva à boca os objetos, e examina-os para conhecê-los; choram quando lhes tiramos algo. Já por volta dos 3 a 4 anos conhecem o "meu". Tudo quer para si. Do pai ao cachorro, brinquedos velhos. Por que?

As crianças tendem a ser egocêntricas. Estão acostumadas com tudo girando a seu redor, e como ainda não é muito sociabilizada se sente o centro do mundo. Quando as famílias são numerosas esse egocentrismo se dilui, porque há desde sempre na vida das crianças uma divisão: a mãe não fica o tempo todo por conta dela, tem outros para olhar e atender; num dia um está doente, dia seguinte é um que precisa de apoio nos estudos, deste modo vão aprendendo de forma mais fácil a dividir e a ceder. O que não quer dizer que por nossa natureza uns não sejam mais egocêntricos que outros. A convivência em família, com muitos irmãos, é benéfica.

A medida que a criança vai crescendo, torna-se assustador, pelos limites que vamos impondo a ela, e pela própria dificuldade de domínio da maior parte das situações.

Cada vez mais, então, teremos que trabalhar com nossas crianças os limites do ter, de possuir algo novo. De aceitar aquilo que a está sendo oferecido. Seja carinho, ou a quantidade de alimento, tudo terá uma quantidade e precisará ser aceito com alegria e conformidade, para que aprendam a dar valor ao que tem e satisfazer-se, para chegar a felicidade.

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