Toy Story 3, encerrado na beleza da finitude, grava o significado da arte.
Quando escrevi sobre Up, depois do preâmbulo elogioso que repito para Toy Story 3, afirmei que os filmes da Pixar são narrativas sobre perigos. Os bonecos sempre correm risco de vida, porém nesses animações a morte nunca foi elevada às últimas consequências como ocorre em Toy Story 3.
Em diversas camadas de finitude, Toy Story 3 supera noções frágeis de <
Na apresentação da trama, os brinquedos se afligem com a iminência do abandono. Em seguida, a primeira possibilidade do final feliz lhes é vedada. A creche bonita e acolhedora em que poderiam brincar com crianças se transforma num cenário de pesadelo. O dócil ursinho que recebe os novos integrantes daquela sociedade esconde a sua inclinação totalitária. Assim como na vida em sociedade, qualquer ordem com promessa de paraíso oculta o germe da opressão e do autoritarismo. O filme supera, assim, a noção de finitude como um gozo ad eternum centrado na organização social. Apesar das alegorias implícitas, são cenas bastante divertidas. Na sala de cinema, Gaby, eu e todas as idades divertíamos pra valer com o jeito lúdico do urso e com a afetação do já antológico Ken.
Após cenas de prisão de brinquedos e mesmo sugestões de tortura, surge uma espécie de falso clímax, no lixão. Ainda que as imagens sejam um tanto sombrias, o filme cumpre o que se espera dos conhecidos gêneros cinematográficos que lançam os seus personagens à crise para depois fazê-los vitoriosos da morte. Toy Story 3, ainda por cima, é um fi
Obra-prima.
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