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quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Para onde vamos?

Fui acompanhar uma amiga para ver "residências para idosos”, para os pais dela. Voltei deprimida. Quase chorei na frente do homem que nos mostrava um desses lugares. Segurei-me, e disfarcei. Tem tantos idosos nestas casas... É uma solução, mas visto amplamente é triste. Quero que entendam que não estou julgando ninguém, nem tão pouco sei as circunstâncias de cada um para tomar tal atitude, apenas resolvi refletir um pouco sobre outro aspecto: o lado de lá.

Por melhor que seja o lugar e as companhias, nunca será a sua casa, não terá a liberdade do seu lar, do seu cantinho, onde tem lugar para cada uma das suas recordações. Esta bem, eu sei que devem estar me dizendo: - “quem vive de passado é museu”. Não é por aí que vamos refletir.

Então, pensemos que para cada um de nós que escaparmos de morrer na juventude, terá mais um idoso, ou melhor, mais alguém da “melhor idade”, (não sei por que chamam de melhor), para cavar seu lugar ao sol neste mundo sem tempo para o próximo.

Li faz pouco tempo, que “uma mãe cuida de dez filhos, e dez filhos não conseguem cuidar de uma mãe”. Cada vez mais isso é fato. Não é computado isso pelo número de filhos que cada casal tem, e sim pelo fator do incômodo, cada vez maior, que nossos “velhos” nos proporcionam.

Em vários países já se criou um esquema para essas pessoas, dando melhores condições de vida, e assim prolongando a vida útil de cada idoso, sem precisar estar num lar de idosos. Entre nós, em nosso país, ainda consideram-se privilegiados os que podem pagar por esses lares da terceira idade, ou qualquer outro nome bonito que queiram pintar a velhice, lugares limpos, com muitos profissionais especializados em terceira idade e suas doenças; com conforto relativo, uma boa cama, um armário, uma mesinha e até um banheiro para cada dois.

O problema que vejo no esquema é retirar o idoso do convívio geral de todas as idades, a reclusão que passam a ficar, mesmo tendo diversões para sua idade.

 Os que sofrem de Alzheimer, ou perderam a memória, talvez não sintam tanto, (quem sou eu para avaliar?), mas essas casas estão repletas de idosos lúcidos, mas que por alguma razão não podem mais desfrutar do convívio da família, dos vizinhos, das ruas, e principalmente dos jovens e crianças. Como isso faz falta a uma pessoa de qualquer idade! Não gosto da ideia de excluir por idades, ou melhor, de juntar por idades.  A mistura é bem mais enriquecedora.

Com o passar dos anos podemos querer mais sossego, mais tranquilidade, e aí então, podemos morar em um lugar menor, mais prático, acho que essa transição é mais fácil, menos agressiva, para aqueles que estão lúcidos e podem sofrer mais pela rejeição.
Cuidemos dos nossos, pois chegará a nossa hora, e não queiramos para eles o que não vamos desejar para nós.

2 comentários:

Pat disse...

Fiquei muito comovida com esse post, e espero que possam cuidar de mim se algum dia me vir nessa situação. Rezo para que eu nunca fique nesse desamparo afetivo!
CONFIANDO EM DEUS A GENTE NÃO DEVE FICAR SOFRENDO ANTES DA HORA! DEUS ABENÇOE OS FILHOS QUE CUIDAM COM TANTO CARINHO DOS NOSSOS AMADOS VELHINHOS.

Liana Clara disse...

Olá Pat, saudades!!
Você está certa, não devemos sofrer por antecipação.Deus proverá nosso final nesta terra.
Beijos

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