Por Maite Tosta
A idéia com esse post é ajudar os pais que estão pensando em matricular seus filhos em um curso de inglês. Há uma série de variáveis a serem consideradas: local, preço, metodologia… já trabalhei como professora de inglês e… guess what? Resolvi compartilhar algumas coisas com vocês. Agradeço primeiramente à jornalista e amiga Verônica Lunguinho, que me ajudou muito a elaborar esse post, fazendo as perguntas certas.
Então Let's go!
Qual a melhor idade para começar a estudar inglês?
Há um consenso (hoje em dia, relativizado) de que a idade melhor para se iniciar é, no máximo, até os 12 anos (Critical Period), e que “quanto mais cedo melhor”. Depois disso, os processos cognitivos – tal como a memória associativa – começam a declinar. Há que se atentar, ainda, para as fases do desenvolvimento da criança. Enquanto a criança não está alfabetizada em sua língua materna – em nosso caso, o português – a oralidade deve ser a tônica, com atividades lúdicas e de comandos verbais que requeiram ações (total physical response).
Quando a alfabetização na língua nativa estiver consolidada, é possível também realizar atividades de leitura e escrita também em inglês.
É melhor aula particular ou em grupo?
As crianças respondem melhor a aulas em grupo (interação e brincadeiras, eles amam!), mas este não pode ser tão grande a ponto de impedir que o professor consiga acompanhar individualmente o progresso de cada aluno. Ou seja: grupos pequenos são o ideal, em torno de 10 alunos, e nunca mais que 20.
Em quanto tempo meu filho vai falar fluentemente?
Primeiramente, é necessário desmistificar a fluência. Fluência diz respeito a falar com um discurso fluido, sem gaguejar e sem “brancos” e pausas. Contudo, uma fala “fluente” pode ter um monte de erros de gramática, por exemplo. O que se deve perseguir, na verdade, é a proficiência, que envolve fluência, acurácia (correção gramatical) e estratégias discursivas (ex. ironia, metáforas, entrelinhas, focalizar o discurso)– enfim, o “falar a língua”.
A proficiência tem níveis (básico, intermediário, avançado). A maioria dos cursos regulares (não-intensivos) para crianças leva os alunos que iniciam em torno de 5-6 anos ao nível avançado em 16 semestres (8 anos), ou seja, a criança vai estudar o idioma paralelamente ao seu ensino fundamental e médio, e terminará um pouco antes do temido ENEM.
O que o aluno deve fazer para fixar o idioma, além das aulas?
É importante realizar as atividades complementares que o professor pedir, sejam elas ouvir diálogos em um CD, ou fazer atividades escritas… mas além disso, o aluno pode jogar videogames em inglês, ver desenhos em inglês, cantar em inglês, assistir filmes em inglês (para os maiores)… uma dica para os adolescentes: assistir de novo os filmes que você ama, já viu várias vezes, só que assistir em inglês. Assim você não fica mais ansioso para saber como termina o filme, e pode se concentrar só nos diálogos.
Uma outra superdica: Inscrever-se em comunidades de aprendizagem colaborativa, como o livemocha.com ou o
English Experts (
www.englishexperts.com.br). Sobre esse último eu sou suspeitíssima para falar, pois acompanhei praticamente desde o seu início, e colaborei com o site algumas vezes. Sei que já ajudou muita gente e é feito com muito capricho e carinho pelo Alessandro, fundador e administrador.
Hoje em dia há mil ferramentas que podem ser utilizadas para aprender inglês – TV a cabo, redes sociais, skype, etc - motive seu filho a utilizá-las, sempre monitorando.
Qual o melhor curso de inglês?
Corro o risco de soar clichê e “em cima do muro”, mas não existe “o melhor curso” e sim o melhor curso para o seu filho. Em geral as crianças bem novinhas aprendem bem em qualquer métodologia, mas conforme elas vão crescendo, diferenças individuais fazem com que algumas se adaptem melhor ao método X ou Y.
Existem, em geral, duas grandes abordagens: “Comprehension Approach”, em que se dá prioridade às habilidades de compreensão (ouvir, ler, entender), para que em momento posterior se inicie a produção, depois que o aluno tiver um certo vocabulário, e a “Communicative Approach”, em que desde a aula 1 há interação e produção linguística. Um aluno tímido poderia se sentir seguro em um curso que lhe permite primeiro ouvir, ler, entender, construir vocabulário, para depois se aventurar a falar. Já um aluno extrovertido e motivado mantém esse entusiasmo se desde o primeiro dia ele sente que “está falando inglês”.

Há, ainda, as metodologias, que dizem respeito a como os conteúdos são apresentados, e se baseiam em teorias de aprendizagem e de aquisição da linguagem. Todas elas, se bem aplicadas, funcionam muito bem para alguns tipos de alunos e funcionam “mais ou menos” para os outros tipos… rsrs… o ideal é você conseguir achar aquela metodologia que vai funcionar melhor para a sua criança… e não, não é fácil… mas é possível. Para ajudar, deixo um link para um forum do English Experts em que as pessoas comparam os cursos de inglês. Bastante útil!
Meu filho Matheus, de 16 anos, está terminando o curso de inglês neste semestre, mas vou recomeçar a jornada com a Maria Esther, de 5 anos. Casa de ferreiro…
Tem mais alguma dúvida? Deixe nos comentários que respondo!