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quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Quem ajuda no desmonte da árvore?

“Um almoço marcado para as 13 h, e toda a enorme árvore para ser desmontada, enfeites para serem guardados em suas caixas, com ordem, precisando de ajuda para tirar os prateados, guirlandas e luzes. Examinando o relógio, pedi socorro aos passantes e ouvi:

-Ah não! Eu ajudei a montar a árvore!
-Eu ajudei a decorar a sala!”

Assim é todo ano, em quase todos os lares, com esses filhos "não tão maravilhosos" nessas horas "chatas".. Quando começa o maior jogo de empurra, sempre vem um com uma sugestão assim: “Botar um saco plástico por cima e já guardar armada no quarto de empregada”. Prático, né? Assim não teremos mais trabalho, pois a árvore estará prontinha para o próximo Natal.

Quando eles são pequenos, armar e desarmar podem ser até uma boa brincadeira para as crianças. Nessa idade eles são animados e muito generosos. Aceitando o trabalho deles, apesar de alguns inconvenientes, eles se acostumam a ajudar. Montar a árvore em conjunto já faz parte de entrar no clima do Natal; uma atividade que envolve a todos e faz entrar no clima natalino. O desarrumar é que já não tem o encanto da chegada do menino Jesus, Ele já esta presente, e restam esses enfeites que acabaram de perder o significado.

Já pensou em deixar até o Natal que vem? ... Não teria graça nenhuma! Vamos mostrar a todos em casa que participar deste desmonte é importante também na celebração da festa. Para que no próximo Natal possamos utilizar esses enfeites e dar mais vida a festa com outros novos também. Sabendo que os novos não ficarão envergonhados diante dos adornos antigos, pois estes bem guardados brilharão tal e qual os outros.

O mesmo podemos fazer com o presépio. Chamar a garotada para embrulhar as figuras, uma a uma e guardar dando um “até breve” para cada um e garantindo que todos ficarão bem acomodados até o próximo nascimento do Menino Deus.

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Batizado do Ângelo

Por Carol Balan

No sábado passado foi o batizado do nosso filho mais novo. Combinamos com o padre de fazer o batizado antes da missa das 19h, assim assistiríamos à missa e em seguida viríamos para a casa para uma confraternização. Aproveitando o clima frio escolhi servir caldos, quentão e bolo.

Pensei nos caldos pela facilidade de deixar tudo pronto durante o dia, sendo que a única preocupação após a missa seria esquentar os caldos e o quentão. Porém, a aceitação foi tão grande, que foi além das minhas expectativas! Tanto os presentes quanto algumas amigas que viram as fotos, elogiaram bastante e gostaram da ideia de um buffet de sopas.

Não posso deixar de aproveitar para agradecer a ajuda da minha família que é fundamental, minha mãe ajudou a preparar os caldos e fez o quentão e minhas irmãs ajudaram em todo o suporte com a casa e as crianças, além de ajudar no que foi preciso durante todo o dia. Também as mulheres da família do marido vieram aqui para dar um suporte e cortaram todos os ingredientes dos caldos, o que aliviou bastante o meu tempo na cozinha!

Escolhi caldos de mandioca, de ervilha e de cebola, que são três sabores bem diferentes. Gosto de variar nas cores, para ter uma apresentação bonita e também nos sabores, para tentar acertar o gosto de todos os convidados. O caldo de mandioca é neutro; o de cebola é marcante, mas leve e o de ervilha tem sabor mais forte.

Para acompanhar, torradas simples e temperadas com patê de alho e como complemento para os caldos servi: casca de queijo parmesão ralada na hora (o sabor é mais forte e combina muito com caldos e sopas), queijo parmesão ralado na hora, pimenta do reino e cebolinha. Todos colocados separados para a pessoa se servir à vontade.

Já fazia tempo que eu queria fazer o famigerado bolo com kit kat e pensei que essa seria uma boa ocasião. Fiz bolo com massa de chocolate, recheio de mousse de chocolate e cobertura de ganache. Para decorar, kit kat em volta e confeitos em cima.

Para as lembrancinhas, escolhi um saquinho de tule com renda feitos pela minha avó. Dentro colocamos um saquinho com amêndoas confeitadas, fechamos com fita e um tercinho. Para confeccionar as lembrancinhas contei com a ajuda da minha irmã.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Festinhas: Faça você mesmo

Por Manuela Freitas*

No artigo anterior (veja aqui), falei sobre as comemorações.  Agora sugiro um roteiro e dicas para a organização de uma festinha infantil em casa.

Planejamento

Sugiro começar a pensar sobre o que fazer com alguns meses de antecedência.
Antes de qualquer coisa, é primordial pensar o que será feito. Onde, quando, quem convidar...
Local: Em casa apenas para a família? No salão do prédio para família e amigos? Na casa de algum parente?
Quando: Que dia da semana? Qual horário?
Quem convidar: Poucos ou mais convidados?

Respondidas estas perguntas, podemos seguir para as próximas etapas.

O tema

O passo seguinte é escolher o tema da festa. Se seu filho já tem os personagens favoritos e idade para dar opinião, com certeza vale deixar que ele escolha, afinal o aniversariante é ele.
Normalmente os personagens do momento possuem um leque de produtos para festas em várias lojas. Particularmente tento fugir destes produtos, pois são sempre os mais caros. Muitas gráficas são especializadas em personalizar itens para festa e é possível encomendar adesivos para garrafinhas, tampas de marmitinha, wrappers e toppers para cupcakes,... todos do personagem.
Uma ótima opção, mais econômica, é utilizar a impressora de casa, pois existem muitos sites que disponibilizam os kits festa prontos para baixar.

Alguns sites:

http://fazendo-festa.net/

http://fazendoaminhafestainfantil.blogspot.com.br/p/kits.html

Lista de Compras

Por menor que seja a festinha, ela sempre demanda uma certa organização do que fazer.
Escolher receitas, organizar o cardápio e calcular quantidades são essenciais para que possamos fazer também um planejamento financeiro, e não tornar a festinha uma dor de cabeça e um rombo no orçamento.
No meu blog Bebê a Ba compartilhei uma calculadora de quantidades que encontrei na internet, muito útil para auxiliar no planejamento de qualquer festa.

Link para o blog:
http://bebe-a-ba.blogspot.com/2012/11/calculadora-para-festa-infantil.html

Itens permanentes

Para quem gosta de organizar festinhas em casa, é interessante investir em alguns itens que serão utilizados por muitos anos em qualquer comemoração.
A primeira festinha certamente será a mais dispendiosa financeiramente se você optar por adquirir alguns materiais, mas fará um investimento para toda a vida.
Como exemplo temos toalhas e sobrepor para mesas, bandejas e pratos.
De todo modo, caso não queira comprar estes itens, existem empresas especializadas que alugam todo o material necessário para festas.

Execução

Com todo o planejamento realizado com antecedência, itens listados e materiais comprados, é só partir para a execução.
Elabore um checklist para a semana da festa, e tente segui-lo ao máximo, para não se sobrecarregar na véspera.
Alimentos que podem ser congelados ou refrigerados podem ser preparados com alguns dias de antecedência e você ganhará bastante tempo.

No cardápio, não podem faltar:

•    Cachorro-quente
Uma das receitas de sucesso para festinha infantil. Parece bobagem, mas planejar um cachorro-quente elaborado é garantia de convidado satisfeito e pedindo mais.
Sem falar que é muito prático e pode ser feito e congelado com uma semana de antecedência.
Disposição: Uma mesa exclusiva para todos os itens
•    Salsicha no molho – servida num rechaud (para manter aquecido)
•    Pão – Em saquinhos próprios para cachorro-quente
•    Ervilha, milho verde, tomate, cebola, pimentão, batata palha, queijo ralado – em potinhos individuais
•    Maionese, mostarda, catchup – Em bisnagas próprias
•    Guardanapo, faca e colheres

•    Bolo
Este é o astro principal de qualquer festa. Se não for possível fazer um bolo super elaborado, é interessante incluir elementos que remetam ao tema da festa. Uma vela bonita pode dar destaque a qualquer bolo simples.
Se a mesa estiver composta de muitos itens do personagem não convém exagerar demais no bolo, pois ficará tudo muito carregado. É importante observar se há harmonia na organização da mesa.

•    Bebidas
Água, refrigerante e suco são essenciais. Se desejar incluir bebida alcoólica, lembre-se da temperatura. Cerveja não pode passar muito tempo gelando. Uísque necessita de gelo. São pequenos detalhes que podem trazer dor de cabeça na hora se forem esquecidos.

•    Descartáveis
Louça própria é linda em qualquer ocasião, mas lembre-se que se a festa está sendo feita em casa. Utilizar pratos e copos demandará sua limpeza ao final da festa. Em nome da praticidade, existem várias opções de lindos descartáveis de acrílico. Mas o bom e velho descartável convencional é mais barato e com certeza não tirará o brilho da comemoração.

•    Doces e Salgados
Brigadeiro é o preferido de toda festinha. Se sua mesa contar com muitas guloseimas como cupcake, brigadeiro de colher, brownie, bem-casado, bisnagas e demais doces, vale diminuir na quantidade dos demais docinhos.

Salgadinhos convencionais (coxinhas, rissoles, bolinhas, empadas) entram em cena se outro tipo de salgado não estiver sendo servido. Para fugir dos padrões coxinha, coxinha e mais coxinha, uma boa opção é oferecer torta salgada de legumes, cupcake salgado, e tantas opções de minisalgados e para abrir mão das frituras.

Espero que gostem das dicas e muito sucesso nas comemorações!

Manuela Freitas* –  é administradora e servidora pública federal, atualmente especialista em normas e gestão de benefícios. Católica, casada, mãe de dois meninos, adora cozinhar. Torcedora do Náutico, depois de morar em vários cantos do país, está de volta ao seu aconchego em Recife/PE, sua cidade natal.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

A graça da festa

Por Manuela Freitas*

O costume de comemorar datas importantes e aniversários existe há milhares de anos. Os elementos presentes numa festa, como balões, bolo, velas, músicas e presentes possuem significados específicos, e por tradição hoje utilizamos de forma habitual, porém em sua maioria desconhecemos a origem.

Certa vez li um artigo onde afirmava como as festas hoje em dia estão todas iguais. Antes mesmo de lê-lo, meu marido um dia comentou como o gosto da comida também é bem semelhante em qualquer evento que se vá. Parando para analisar, realmente não vivemos mais tempos em que as famílias "perdem tempo" na cozinha. A palavra desta geração é praticidade. Já se foi a época em que festejar significava planejar, pesquisar receitas, organizar a casa.

Hoje é mais prático e rápido, para pequenas comemorações, reservar mesas em um restaurante e encomendar algumas guloseimas. Missão cumprida! Percebo também que, para as festinhas infantis, existe um padrão básico a ser seguido. Comumente os pais reservam um buffet com tudo incluso: comida, bebida, entretenimento, lembrancinhas... A única preocupação é aguardar o dia da festa e comparecer. Não existe nada de errado nas duas práticas citadas, porém me pergunto: onde está o verdadeiro sentido de uma comemoração?

É possível ouvir de muitos pais que é PRECISO fazer uma festa inesquecível para os filhos. O 1º aninho é algo que NECESSITA ser celebrado em grande estilo e para isso não são poupados recursos financeiros para que a festa seja espetacular. Será?

Amar um filho não está refletido pelo tamanho da festa que se promove, muito menos pelo quanto de recurso se gasta para realizá-la. Sou totalmente favorável às comemorações, seja pelo motivo que for, mas particularmente enxergo por outro prisma a realização de uma confraternização. O que sou totalmente contra é na realização de algo apenas no automático, mecânico, como uma obrigação de fazer.

Escuto repetidamente que “adoro ter trabalho” porque faço questão de preparar tudo nas festinhas de casa. Obviamente que dá um enorme trabalho, mas a satisfação de pensar e fazer cada coisa para eles, não tem preço.

Presencio também muitas mães afirmarem não possuir nenhuma habilidade e que por esta razão terceirizam tudo. Porém, se não é na cozinha, alguma habilidade toda mãe sempre tem e ela dará um toque todo especial ao momento, mesmo que este seja apenas um bolinho com refrigerante em casa, com a família.
E, para aquelas que ainda assim acham que não possuem tais dons, nada como convocar a tia, a avó, a madrinha ou uma amiga que você julgue ter mais “jeito” para ajudar nos preparativos. Certamente resultará em bons momentos de convivência.

Comemoremos muito, e sempre! Comemoremos o dom da vida que Deus nos deu, comemoremos a vida dos nossos entes queridos e amigos!

Em qualquer data especial o que não pode faltar é uma bela fotografia do momento, pois a memória afetiva será reavivada com o passar dos anos ao visualizar aquela imagem e você recordará quanto amor depositou para concretizar aquele momento.

*Manuela Freitas –  é administradora e servidora pública federal, atualmente especialista em normas e gestão de benefícios. Católica, casada, mãe de dois meninos, adora cozinhar. Torcedora do Náutico, depois de morar em vários cantos do país, está de volta ao seu aconchego em Recife/PE, sua cidade natal.

domingo, 3 de agosto de 2014

Bolo mousse de kit kat

Por Jaqueline Melo*
Esta semana a Julia, minha filha mais velha, completou 19 anos, e para comemorarmos essa data especial, fiz um bolo mousse kit kat. Ela e as amigas adoraram! Vou compartilhar com vocês a receita assim como as fotos logo a seguir:
      
Bolo mousse de kit kat

O bolo mousse de kitkat é composto pelo passo a passo a seguir:
Bolo – calda – recheio – bolo – calda – cobertura – kitkats – mms - fita

Massa:

4 ovos; 3 xícaras de açúcar; 2 xícaras de óleo; 2 xícaras de água; 2 colheres de fermento em pó
4 xícaras de farinha e 2 xícaras de chocolate em pó .

Bata na batedeira os ovos e o açúcar por 2 minutos. Acrescente o óleo, a água, a farinha e o chocolate. Por último, acrescente o fermento e leve para assar no forno pré-aquecido, 180º em fôrma untada e enfarinhada por aproximadamente 30 minutos.

Em seguida, repita o procedimento e leve ao forno mais um bolo com a mesma receita. Em quanto os bolos estão no forno, vá fazendo a calda e o recheio.

Calda:

1 xícara de açúcar; 1 xícara de leite; 1 colher de margarina e 4 colheres de chocolate em pó.
Leve ao fogo brando todos os ingredientes da calda até levantar fervura e deixe esfriar.

Recheio/cobertura:

2 latas de leite condensado; 2 latas de creme de leite; 2 colheres de amido de milho e 8 colheres de chocolate em pó.

Leve ao fogo brando todos os ingredientes mexendo sempre até engrossar e tomar ponto de mingau e reserve.

Para ornamentação:

15 embalagens kit kats; 5 embalagens de MMs  e 2 metros de fita de 2 dedos de largura.
Com os bolos assados e frios, monte o passo a passo do bolo já na tábua do bolo colocando o bolo, molhando com a metade da calda, acrescente a metade do recheio, o outro bolo umedecido com o restante da calda e coberto com a outra metade do recheio que é também é cobertura.

Abra todas as embalagens dos kitkats e vá colocando-os em torno do bolo um ao lado do outro no sentido vertical. Cerque-os com a fita de 2 dedos de largura e faça um laço caprichado. Logo após, cubra toda superfície do bolo com os MMs e Voilè, está pronto o bolo mousse de kitkats.

Jaqueline de Oliveira Costa de Melo - carioca, católica, casada, mãe de 2 filhas, professora de religião, administradora, projetista, vendedora, dona de casa, bordadeira e costureira nas horas vagas.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Educar os filhos ou não?

Muitas vezes queremos ter filhos educados, mas não sabemos como fazê-lo. Tal qual, mal comparando, queremos cães e gatos dentro de nossos apartamentos, para nosso deleite, mas não queremos que façam suas necessidades fora do lugar que projetamos para isso. Mas, não sabemos adestrá-los.

Nossos filhos não são animais irracionais, que necessitem de adestramentos; são seres humanos racionais, queridos por nós e que merecem ser educados para a vida em sociedade. Para obtermos sucesso na na educação deles, com a aquisição de virtudes e  bons hábitos; precisamos desde cedo fazer uso da nossa autoridade de pais. Não permitindo que o Estado invada as nossas famílias, nos ditando como devemos educá-los.

Sem usar castigos corporais, educaremos muito bem .com uma palavrinha que andou muito tempo em desuso, pelos novos pais modernos: o NÃO. Desconhecida no vocabulário de muitas crianças, que hoje desconhecem limites.

 Atualmente já foi comprovado por médicos e outros especialistas a importância do não na formação da educação das crianças. Uma criança precisa entender o valor de um NÃO – portanto precisamos saber também usá-lo de forma firme e adequada. E que ele sejam a prova da verdade, e não de um estado de ânimo do pai ou da mãe, em cada momento.

No nosso dia a dia, na nossa vida profissional, não gostamos de funcionários que não saibam respeitar limites, fugimos deles,logo, temos que  lembrar disso ao educarmos os filhos – Eles estarão num mundo competitivo onde os melhores, e os mais bem apresentados serão escolhidos.

A noção certa de limite é muito importante – não adianta colocar protetores nas tomadas e não ensinar que aquilo dá choque, faz “dodói”, no primeiro descuido com a tomada, a criança colocará o dedo e tomará o choque elétrico; ou porá a mão no fogão, ou prenderá o dedo numa gaveta. Dar limites aos filhos será o seguro para grande parte dos acidentes.

Para que o SIM seja sempre SIM e o NÃO seja sempre NÃO é preciso que pai e mãe usem a mesma cartilha, estejam em comum acordo com o que querem ou não para os filhos. Vão decidir juntos se as crianças podem ver tal programa na TV, se podem dormir na casa de amigos de escola, coisas do gênero.

 Quando os pais se dividem, dão ordens diferentes, para a mesma questão, logo, logo os filhos  aprendem a jogar mãe contra pai aproveitando-se das discordâncias entre ambos.

Muitas vezes agimos de acordo com nosso estado de ânimo: a mãe esta cansada permite que vejam o programa X na TV, e quando esta mesma  mãe esta bem disposta, proíbe o programa X porque ele é nocivo ao filho. Ou quando o  pai chega cansado e chateado do trabalho, ninguém pode falar alto em casa,porém,  quando ele esta bem é o primeiro a gritar.

Vamos educá-los com muito amor, carinho e firmeza. Dando o os limites, para que no futuro saibam fazer bom uso da sua liberdade de decisão.

domingo, 8 de junho de 2014

Uma vida quase inteira

Hoje completamos, meu marido e eu, quarenta anos de casados, ambos temos mais tempo juntos do que sozinhos. Uma vida quase inteira de dedicação de um para o outro. Um matrimônio abençoado por Deus e premiado com nove filhos. Só temos o que agradecer.

Nunca imaginei que passassem tão rápido esses anos, foi num piscar de olhos, e cá estamos nós, ainda com olhos para o futuro, podendo lembrar-nos de um belo passado.

Cada um desses quarenta anos foi muito bem vivido, intensamente, e com muitas histórias que não caberiam aqui neste Blog, nem por mais quarenta anos! Casei com dezenove anos, muitos sonhos e nenhuma experiência de vida, e ele com trinta e um anos, um pouco mais de experiência de vida, mas ambos não tínhamos nenhuma noção do que seria constituir uma nova família. Entramos com a cara e a coragem e um amor recém-cultivado, nos poucos meses de namoro e noivado.

Nesses quarenta anos aprendemos a nos conhecer cada vez mais, saber o que o outro quer, com apenas um olhar; brigamos, fizemos as pazes, inúmeras vezes; rimos juntos, choramos juntos, construímos a nossa família com a confiança em Deus e muito otimismo. Dinheiro curto, muitos planos, muitas mudanças, família crescendo, e a cada filho chegado, uma melhora na vida em geral. Uma vida bem vivida até então. E, se tivéssemos que voltar no tempo, com certeza faríamos tudo outra vez.

Esperamos poder ainda ter muitos outros anos juntos, e ficarmos bem velhinhos juntinhos, um apoiado no outro. Como sempre fizemos.

Não, nem tudo foram flores, tivemos muitos problemas, muitas dificuldades, muitas lutas, mas sempre tivemos um rumo: “o para sempre”. Essa visão de que o matrimônio é para toda a vida, nos deu uma dimensão diferente nas nossas existências. A vontade de fazer tudo para que continuássemos a nos amar cada vez mais.

E, como já disse, nos nossos vinte e cinco anos de casamento: “...E em cada vez que se pense, cada vez se diga: Vale a pena, sempre valerá a pena” .

Hoje só tenho a repetir inúmeras vezes: Obrigado Senhor, por nos termos conhecidos, um ao outro.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Desejo de Mãe – ouvir a voz do silêncio

Qual é a mãe que não desejou uns minutos de silêncio, só pra ela? Ouvir o “barulho” do silêncio é algo precioso para aquelas que passam o dia cuidando das crianças e dos afazeres domésticos. Esforçam-se para ficar mais uns minutos acordadas a noite, só para ter esse silêncio, essa ausência de barulhos externos.

No dia a dia, as crianças, o marido, a empregada, os parentes, se moram juntos, até os vendedores nas ruas, quando saímos, tudo isso polui a mente de uma mãe e não deixa tempo para ordenar seus pensamentos e para planejar seus afazeres.

É muito bom ouvir nossos filhos falando o dia inteiro, e a noite ter o marido para conversar, mas ter um tempo para se ouvir, para rezar, para falar com Deus e até para ler um bom livro, se faz necessário para o bem estar da mente e o equilíbrio pessoal.

Quando esse tempo nos falta, começamos a ter sintomas estranhos, como ficar irritadas com as crianças falando em casa, com os longos papos ao telefone da menina e suas amigas; as brigas e discussões dos vizinhos próximos já nos irritam, e chegamos a perder a paciência com os idosos que convivem conosco. E com aquela filha que se acha cantora e repete o mesmo estribilho milhares de vezes.  Queremos paz!

Tenho uma filhote de Labrador que adora roer coisas, as crianças resolveram dar a ela garrafas pet para brincar, e ela fica arrastando pelo quintal e roendo a garrafa, por muito tempo; um barulho constante, e irritante. Já pensei em deportá-la para bem longe daqui, sonho com o silêncio de quando a bichinha vai dormir. Já tenho outros barulhos na casa suficientes para tumultuar minha cabeça.

Ouvir o barulho do silencio se faz necessário para recarregarmos as baterias internas.  Com tudo isso acabamos, nós mães, dormindo cada vez mais tarde, para aproveitar a paz da noite, quando todos dormem. Pra poder ler ou fazer algo só pra nós.

Um bom momento para curtir esse silêncio é também no carro, quando deixamos as crianças na escola e estamos voltando sozinhas, não ligar nem o rádio. Aproveitar o tempo para por os pensamentos em dia. Ter uma hora depois que todos dormem é fundamental pra saúde mental de uma mãe, fazer alguma coisa para si, ver um filme, estudar um pouco, assistir um filme. Isso traz uma melhor qualidade de vida para nós.

 É muito bom o convívio familiar, a casa barulhenta, mas um pouquinho de silêncio também é bom e renova as energias.

sexta-feira, 2 de maio de 2014

A quem Deus deu juízo, fez rico!

Esse é um dos muitos ditados que minha sogra gostava de empregar para exemplificar alguma coisa.  Queria dizer que uma pessoa ajuizada, que leva a sério tudo o que aprendeu na vida, que teve uma boa formação humana e espiritual, conseguirá ter a riqueza da sabedoria e sua vida será repleta de alegrias pelo bom servir e o dar de si.

É a riqueza da graça de Deus. Essa, só aqueles que fizeram bom uso do que aprenderam, poderão ser verdadeiramente ricos.

Sempre que ouço contar historias de famílias que se dissolveram, porque um dia, um dos dois foi infiel, lembro-me desse ditado. O casal tem tudo nas mãos para formar uma família bem sucedida, feliz e de repente põe tudo a perder, por causa de uma aventura que não levará a lugar nenhum. Deixará a família sem o amparo, o carinho, o amor, e abrirá um abismo entre seus membros. Faltou o juízo do certo e do errado, faltou caráter e firmeza para saber o momento de parar e de prosseguir no seu intento de felizes para sempre, na sua família.

Quando temos juízo, pensamos antes de tomarmos alguma atitude que vá prejudicar nossos entes queridos.  Esse julgamento próprio fará com que nos afastemos das tentações, que poderão destruir o amor verdadeiro de um lar bem formado.

O juízo é a chave para o sucesso pessoal de cada um, e ele será a nossa maior riqueza sempre que o usarmos nas nossas decisões. 

segunda-feira, 14 de abril de 2014

O amor em primeiro lugar

Para que casemos é necessário que o casal se ame, pois será um projeto de vida juntos; mas é natural que mesmo depois de muitos ou alguns anos casados, continuemos encaixando nossas pecinhas. É bom que seja assim.

A pessoa que se casa também é chamada de CONSORTE – o que compartilha a mesma sorte, destino, estado ou encargo. Não podemos fazer que em vez de ser com sorte seja sem sorte. É um processo longo que dura um vida toda e não é para desistirmos  ante as dificuldades que se apresentem.

As teorias que defendem o período de conhecimento íntimo antes do casamento, como decisivo para tudo dar certo,  têm furos porque não há um ponto final no aprendizado da vida a dois. Não se vai ao shopping e se leva para casa a roupa por experiência. O dono da loja ia nos achar loucos.

Citando Mario de Andrade: amar verbo intransitivo – não permite impedimentos, condições, e obstáculos – eu amo. Em inglês este verbo não se usa com gerúndio, não se fala habitualmente I'm loving someone.

Não podemos esquecer-nos de dizer que amar é um verbo de muitos significados implícitos, e temos que aprender a conjugá-lo bem para podermos afirmar que sabemos amar, e como pré-requisito dele, teremos os verbos: respeitar, compreender, perdoar, esperar, carregar, servir, sorrir.

Respeitar: o que? A individualidade do outro, as diferenças; o homem tende a ser  muito objetivo e a mulher mais subjetiva. É preciso ter uma grande amizade à pessoa que se ama. Embora o homem tenha uma tendência dominadora, conquistadora, não sente isso como opressão, mas como desejo de proteger, e a mulher muitas vezes goste de sentir-se protegida.

Pensar que o que se quer é a felicidade do outro. Não existe esquema muito rígido: eu cozinho e você lava; o ideal é usar de maior flexibilidade. Lembrar que temos uma capacidade de doação enorme, a maternidade e a paternidade nos leva a isso.


Se o marido é um preguiçoso não adianta brigar. Exigir, impor.  É melhor mostrar nosso lado frágil – cuidado para não fazer de tudo um grande drama e exigir do marido uma exclusividade de parasita.

O casamento é uma relação de exclusividade sim. Quando escolhemos um eliminamos completamente os outros. Mas isso não quer dizer que um é escravo do outro, tudo devem fazer para um bem comum, que é a felicidade de ambos.

Os homens têm uma tendência utilitarista e as mulheres precisam saber dosar isso para que haja harmonia e o amor permaneça firme. Um exemplo é quando o marido acha que tem que chamar a mulher mil vezes por dia, para que ela o sirva sempre, neste caso a mulher precisará explicar a ele que tem outras coisas para fazer que não seja só atendê-lo, antes de explodir na “mil e uma” vez. O amor será cultivado com o carinho, sem perder a paciência, falando com delicadeza. colocar-se no lugar do outro, antes de brigar e de criticar.

Temos que querer o outro como é, porque amar as qualidades é fácil, mas o que vale é amar apesar dos defeitos. Há certos defeitos que aos poucos, mais com o nosso exemplo do que com críticas, conseguimos melhorar no outro.

Será, justamente,  pelas diferenças que vamos nos completar.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Busca do essencial

Parte de um texto de   Pedro J. Bondaczuk

O homem, em sua busca frenética pelo supérfluo, perde o essencial. Em sua corrida por bens que apenas lhe pertencerão no curto espaço de sua vida terrena, deixa de cultivar sua alma imortal. Age demais, de forma caótica e desordenada, e pensa de menos, sem método, sem ritmo, sem disciplina. Consegue, no final das contas, apenas infelicidade, causada pela frustração dos desejos.

As necessidades reais do homem são muito pequenas e podem ser satisfeitas sem muito esforço, desde que ele seja atento, disciplinado e diligente. Consiste no alimentar-se, o suficiente para prover o organismo de energia, e não na gula desenfreada, que afeta o metabolismo e produz doenças. No vestir-se, de forma confortável e funcional, com simplicidade, que é onde o bom-gosto reside. No abrigar-se em uma casa que não precisa de luxo, mas de higiene e conforto.

Tudo o mais é perda de tempo e desvia o indivíduo de sua tarefa mais nobre, que é o raciocínio claro, o pensamento livre, a meditação profunda em busca do autoconhecimento. Não é essa capa de carne, ossos, sangue e músculos, que um dia vai se deteriorar, que tem que ser a preocupação humana. Esta, basta que seja cuidada, através de princípios sadios de alimentação e higiene. O mais, a própria natureza se incumbe de fazer.

É a alma imortal que deve preocupar cada um de nós. A bondade, a solidariedade, a honestidade, a lealdade e a fidelidade precisam ser cultivadas, preservadas e transmitidas às novas gerações, por serem pilares de sociedades sadias. Poucos sabem meditar.

O homem, por menor que seja a sua posição social e por mais ínfima que seja a sua condição material, faz parte de um todo grandioso. Integra uma unidade tão grande, que suas dimensões são inconcebíveis para a mente humana: o universo.



sábado, 16 de novembro de 2013

Cutucar a onça com a vara curta

O que quer dizer: não levar os filhos e o marido ou a esposa aos estertores da exasperação. Já me explico.

Existem mulheres e homens que, conforme seus humores do momento gostam de levar as pessoas da família a picos positivos e negativos, constantemente, como se todos estivessem sempre sentados numa montanha russa de parque de diversões.

Esta instabilidade deixa todos em casa com seu emocional abalado e ninguém sabe como deve agir a cada momento, e temem “cutuca-la” com vara curta. A onça no caso é esta pessoa intempestiva, oscilante de humor que pode prejudicar os familiares ou até levá-los a um distanciamento dela mesma.

O comportamento oscilante, constante, vai afastando aquelas pessoas que mais a querem bem, maridos/mulheres e filhos, ou se não afasta, vai prejudicando muito o relacionamento entre todos e criando “partidos” dentro de casa. Aqueles que toleram mais, e aqueles que não suportam mais. E quanto aos amigos, nem se fala, estes só ficam por perto nos bons momentos, e poucos resistirão a esse mau trato e se afastarão doloridos.

Precisamos nos examinar constantemente, e verificar se não estamos agindo como onças, prontas para dar um bote, assim que alguém nos atinge em algo que nos incomode.  Não é possível deixar uma TPM gerenciar a nossa vida diária. Nem, tão pouco, que cada problema vire a nossa bandeira de desagravos e de luta contra todos e contra tudo. Uma mãe ou um pai precisam ser atores de primeira grandeza, representando seu papel de gerentes do lar com galhardia e alegria, aconteça o que acontecer.

A mãe o pai são humanos, e claro, vão falhar muitas vezes, mas que essas falhas não sejam a constante de suas vidas e sim, momentos espaços, pontos e não constante pontuação.

Com esse comportamento constante, a mulher ou o marido acabam transformando os filhos em oncinhas que estarão também prontos para dar o bote, a cada investida desta onça maior.

Os homens irascíveis nem tem a TPM como desculpa, e a estes eu diria que se cuidem, pois com um humor de onça, não há filho que resista. O relacionamento familiar estará sempre abalado e todos manterão uma distância confortável entre o genioso e si. Deste modo tanto pai quanto filhos sairão perdendo muito, neste convívio pai/filho.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

A importância do conhecimento próprio

Nesses dias estive lembrando de uma pessoa, a quem eu dirigia espiritualmente, que foi selecionada logo depois que terminou seu curso universitário para trabalhar numa grande empresa automobilística no cargo de diretor. Foi um processo seletivo para todo o Brasil e foram escolhidos apenas dois candidatos.

Essa pessoa comentava comigo que, depois de sua aprovação e de todo o processo seletivo, recebeu um relatório com doze páginas contendo todas as suas qualidades e também os defeitos.  Esse fato me chamou a atenção por dois motivos: pela seriedade da empresa e pelo aprofundamento que realizaram no conhecimento dessa pessoa.

Sempre me lembro desse episódio quando pergunto às pessoas, a fim de começar a direção espiritual, quais são suas principais qualidades e os principais defeitos, e elas me respondem apontando no máximo duas ou três qualidades e dois ou três defeitos.

Essa é uma prova de que nos conhecemos muito pouco. E não só nos conhecemos muito pouco como, nesse pouco, não achamos quase defeitos. Acho muita graça nessas pessoas que vão a uma entrevista de emprego e, quando perguntadas sobre seus defeitos, dizem algo do gênero: “meu defeito é que trabalho muito”, “meu defeito é que não sei dizer não”, “meu defeito é que não poupo esforços” etc. Que bom seria se todos nós tivéssemos defeitos assim, que mais parecem qualidades do que defeitos! A verdade é que essas pessoas se conhecem muito pouco, pois não só temos defeitos de verdade como temos “muitos” defeitos, assim como também temos “muitas” qualidades.

Quantas qualidades e defeitos eu seria capaz de preencher sobre a minha pessoa? Algumas linhas, uma página ou umas páginas? Costumo dizer que uma pessoa começa a ter um razoável conhecimento de si mesma quando sabe apontar vinte qualidades e vinte defeitos.

Por que é importante o conhecimento próprio? Porque com ele:

- saberemos nos precaver diante de determinadas situações;
- teremos mais capacidade de saber se dará certo um relacionamento;
- reconheceremos nossos defeitos, o que facilitará bastante o relacionamento;
- saberemos a profissão ideal para nós e o lugar ideal para trabalhar;
- não criaremos expectativas infundadas;
- seremos capazes de crescer e de amadurecer interiormente, desenvolvendo muito a nossa personalidade.

O que fazer para nos conhecermos melhor?

Em primeiro lugar, jamais nos conheceremos bem se não fizermos uma pausa para a reflexão diária sobre nossas atitudes. Sugiro que, diariamente, vocês façam uma reflexão, antes de dormir, sobre como foi seu dia. Repassando o dia desde a hora de acordar, façam uma crítica exigente de todo comportamento que vocês tiveram. Não são necessários mais do que cinco minutos.

Em segundo lugar, deem ouvidos às críticas que as pessoas fazem de vocês. Temos uma tendência a negar as críticas ou a nos justificar. Isso é sinal de falta de maturidade. Uma pessoa madura ouve e pensa seriamente a respeito das críticas que recebe. Algumas críticas veremos que não refletem a realidade, mas “muitas e muitas” veremos que têm todo o fundamento.

Aprofundemo-nos em nosso conhecimento próprio e seremos muito mais felizes. Muitas coisas melhorarão em nossa vida e, sobretudo, desenvolveremos a cada dia nossa personalidade.

Uma santa semana a todos!

Pe. Paulo M. Ramalho Sacerdote ordenado em 1993. Engenheiro Civil formado pela Escola Politécnica da USP; doutor em Filosofia pela Pontificia Università della Santa Croce; Capelão do IICS (Instituto Internacional de Ciências Sociais). Atende direção espiritual na Igreja de São Gabriel, em São Paulo. http://www.fecomvirtudes.com.br

sábado, 10 de agosto de 2013

Uma grande mulher - Clara de Assis

Nasceu em 1194, numa família nobre e rica, na cidade de Assis. Foi uma jovem de grande beleza e esteve prometida em casamento a um grande senhor feudal. A sua recusa ao casamento ocorreu devido a sua “profunda inquietação religiosa”, que a levou a uma vida desprovida de bens materiais.

Clara era neta e filha de fidalgos guerreiros das mais ilustres famílias de Assis. Viviam num palácio na cidade, possuíam um castelo nos arredores e consideráveis propriedades. O pai era conde. Conta a lenda que a mãe de Clara um dia ouviu vozes que lhe anunciaram que a criança que nasceria seria "um clarão de luz para todo o mundo".

Clara foi batizada na mesma igreja onde Francisco de Assis recebera o batismo. E suas vidas sempre estiveram ligadas por uma grande amizade espiritual.

Clara foi a mais velha de cinco irmãos. A sua infância e juventude foram de uma menina rica - usava vestidos de seda e joias quando ia às festas da cidade. Considerada de uma beleza fora do comum, seus dotes artísticos eram o orgulho dos pais.

Nessa época, nem a mãe, bem religiosa, poderia adivinhar o futuro daquela filha que viria a influenciar a toda a família. Ela tinha pouco mais de treze anos quando Francisco começou a doar suas ricas roupas e o seu cavalo a um pobre. Depois, ele se refugiou numa ermida, recolhido em oração. O tempo viria provar que aquele homem tinha sido tocado por algo transcendente e que seguiria uma vida diferente.

Durante um ano, Clara ouviu a pregação de Francisco e conversou com ele. Ia vestida discretamente com um manto pesado sobre a cabeça para não ser reconhecida. E continuou fazendo isso durante quatro anos, sem mesmo dizer à mãe.

Aos dezoito, saiu à noite de casa, desceu a encosta onde Francisco e outros frades e freiras de outros mosteiros a esperavam. Levou por baixo do manto um vestido de noiva, adornado com joias - é o costume que ainda hoje se mantém nas tomadas de hábito das freiras, que depois despem as vestes “mundanas” para envergarem o hábito da pobreza. Neste caso, a verdadeira pobreza franciscana. E na profissão de fé de Clara, foi Francisco quem lhe cortou os cabelos.

A família, ao dar pelo desaparecimento de Clara, iniciou as buscas. Os parentes pensaram primeiro num rapto da autoria de algum jovem (o que era usual na época), mas, depois descobriram que ela se recolhera na comunidade de Francisco. Eles tentaram forçá-la a voltar, mas tiveram que aceitar a sua escolha como algo mais forte do que os poderes terrenos.

Sua mãe, em princípio, não entendeu o gesto da filha - achou que ela seria freira num convento rico, para onde iam várias meninas da nobreza. Pouco depois, porém, Inês, irmã de Clara, fez o mesmo; e, por fim, a própria mãe, já viúva, também entrou num convento.

Um dia, Frederico II, aproximou-se do convento com o seu exército. Na sua fúria contra a Igreja Católica, tentou penetrar no mosteiro onde se encontrava Clara e a sua comunidade. Enquanto os soldados tentavam saqueá-lo, as freiras, em pânico, avisaram à Clara, que foi à capela e pegou na custódia, e, empunhando-a com as duas mãos, levantou-a de modo a que fosse vista pelos invasores. Conta a lenda que os raios de sol, refletindo-se nela, teriam assustado os guerreiros, que, em debandada, fugiram.

A exigência espiritual de Clara é contemplativa, vive o “privilégio da pobreza”, uma recusa total aos bens terrenos, totalmente inaceitável na época.

Ela, em sua pequena comunidade, ao lado de “senhoras pobres” (como se chamaram de início as Clarissas),tornou-se a abadessa, sempre como apoio espiritual de Francisco, instalando-se num mosteiro beneditino de Sant’Angelo de Ponzo.

Francisco de Assis, já considerado um santo, morreu em Outubro de 1226. O povo de Assis foi lhe prestar uma homenagem simples e sentida. Antes do cortejo fúnebre chegar a Assis, o povo passou em S. Damião para que Clara, muito doente, pudesse dizer o último adeus ao seu guia espiritual, seu grande amigo e protetor. Clara chorou sem cessar a perda de Francisco. Sentia-se desamparada. Tinha 32 anos e iria viver até aos 60 sempre em S. Damião.

Entretanto, a fama de Clara espalhava-se, gente dos arredores vinha pedir-lhe conselhos. Ela, através da oração, fazia curas ditas milagrosas -surdos passaram a ouvir, mulheres estéreis tiveram filhos e muitos outros fatos fora do comum aconteceram.

Clara de Assis foi canonizada em 1255, apenas dois anos após a sua morte. “Poderíamos chamar-lhe de "a santa das santas”.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Saudades

Eu sabia que este dia chegaria e chegou! O tempo de sentir falta das crianças pequenas. Como passou rápido. Foram os trinta e nove anos mais velozes da história da minha vida.

Parece brincadeira, porque gosto de brincar com tudo, mas é a mais pura verdade; de repente me vi com os filhos criados e a casa começando a esvaziar. E olhem que isso é difícil por aqui, com nove filhos ainda vai demorar pra todos criarem seus novos ninhos.

Eu olho para meu marido e começo a reparar como os anos passaram para nós dois, e nem tivemos muito tempo para notar nossas rugas e cabelos brancos - os dele, porque os meus já são pintados, faz tempo. Quando temos muitas atividades, muitas preocupações e muitos trabalhos, não paramos para ver o tempo passar, ele simplesmente passa.

Hoje digo às mães jovens, com filhos pequenos: curtam muito cada etapa das suas crianças, porque elas crescem num piscar de olhos. E nos períodos dos tornados e tsunamis, não sabemos aproveitar os bons momentos. E depois, só viver das lembranças.

Não estou triste, nem desanimada, foi muito bom tudo e viveria tudo de novo, mas, com certeza, com mais atenção, e tentaria guardar mais atentamente os bons momentos com cada filho.

Como são muitos, confesso que a memória de muitos acontecimentos fica turva, e me confundo se era este ou aquele que levou um certo tombo ou  que fez aquela determinada travessura. Com certeza, eles se lembram melhor do que eu, e sempre me corrigem quando misturo os acontecimentos, nos momentos de confraternização familiar, quando querem comentar fatos passados.

As saudades são boas, são de lembranças de fatos vividos com a família unida, e demonstram que todos esses anos valeram a pena e através dessas lembranças, desejo a todas as outras famílias que tenham guardadas também as suas no fundo do coração, para serem curtidas no período em que não houver mais crianças pequenas chorando ao nosso redor.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Disfarces e máscaras

"Estamos tão acostumados a nos disfarçarmos
para os outros, que acabamos nos disfarçando para nós mesmos". Charles de Foucauld

O autor dessa frase profunda é o beato Charles de Foucauld, do qual cito uma pequena biografia, colhida no site oarcanjo.net: "Charles nasceu em 1858. Morreu assassinado na Argélia, em 1916, aos 58 anos. Tinha sido oficial do exército francês e comandou expedições militares na África. Aos 28 anos, converteu-se ao Evangelho de Jesus. Ingressou num mosteiro trapista das irmãs clarissas em Nazaré. Não satisfeito, retirou-se para uma vida simples e oculta, a exemplo de Jesus. Retornou, mais tarde, para a Argélia e ali, no seguimento radical do Mestre, tornou-se monge sem convento, em contato direto com as populações tuaregs, até ser assassinado."

Nestes tempos de novas perseguições aos cristãos em regiões onde o cristianismo não está amplamente divulgado, ou é renegado e proibida a sua prática, o Bem-aventurado Carlos de Jesus, como escolheu ser chamado, é um exemplo de fortaleza e entrega a um apostolado total, comprometido até a morte.

É muito verdadeira essa ideia de que a falta de unidade de vida tem suas raízes na própria dissimulação interna que o orgulho nos faz construir. Queremos sempre parecer melhor do que somos, ocultar nossas fraquezas, agradar ao mundo. Esquecemos que somos exatamente do jeito que Deus Pai nos vê, nem mais nem menos. Já disse magistralmente S. Paulo  "nem eu me julgo mais". Claro, pois nos avaliamos com muita benevolência, ou do modo oposto, com excessivo rigor e escrúpulos nocivos. A verdadeira face de nossa alma só Deus a contempla.

Então, como podemos ser sinceros
conosco mesmos, em primeiro lugar? Podemos começar dizendo, como indicou S. Josemaria, no ponto 595, de Caminho: “Se te conhecesses, alegrar-te-ias com o desprezo, e choraria teu coração ante a exaltação e o louvor.”


Não se trata de menosprezar-se simplesmente, mas ter a noção real do que cada um pode e vale: vale muito, pois é filho ou filha de Deus, que lhe concedeu o dom da vida, e da vida eterna; a redenção dos homens foi comprada pelo sacrifício de Cristo na cruz, que acabamos de contemplar, por um preço incalculável - "pretio magno", nas palavras do mesmo apóstolo. Por outro lado, nada podemos, se nos apoiarmos somente em nós mesmos. Porém, amparados na filiação divina e nas graças que nos são conferidas abundantemente pela misericórdia divina, tudo alcançamos, tudo vencemos, pois pertencemos ao Amor, acima de tudo e em primeiro lugar.

                                                      Maria Teresa Serman

terça-feira, 26 de março de 2013

A fruta proibida é a mais apetecida

Gosto muito dos ditados populares, eles falam, em sentido figurado, verdades em frases curtas.
Vemos muitas jovens, de boas famílias, numa eterna procura do ser amado, do seu futuro marido, quase sempre um ser utópico, criado na sua imaginação, uma cópia melhorada do pai ou do avô, com toques de Midas e Apolo. E o mesmo acontece com os rapazes: buscam meninas lindas, inteligentes, bem dotadas fisicamente e de preferência ricas.

A fruta proibida representa os sonhos inatingíveis, não porque não tenhamos capacidade para obtê-los, mas por total incompatibilidade com a realidade. É o caso daquela jovem que nunca acha o seu namorado o melhor pra si, porque simplesmente está com o olhar voltado para uma utopia, buscando o ouro sem jaça entre as pedras da vida.

Conta-se que, certa vez, um homem caminhava pela praia numa noite de lua cheia.

Pensava desta forma: Se tivesse um carro novo, seria feliz... Se tivesse uma casa grande, seria feliz... Se tivesse um excelente trabalho, seria feliz...

Foi quando tropeçou numa sacolinha cheia de pedras. Ele começou a jogar as pedrinhas, uma a uma, no mar, cada vez que dizia: Seria feliz se tivesse...

Assim o fez, ficando somente com uma pedrinha na sacola, que decidiu guardá-la.

Ao chegar a casa percebeu que aquela pedrinha tratava-se de um diamante muito valioso! Quantos não desperdiçou?


Minha mãe gostava de dizer que “não há beleza sem senão”; sempre haverá um ponto desfavorável em qualquer ser humano na face da terra. Cada um de nós tem muitas virtudes; porém, muitos defeitos também. Mesmo buscando a perfeição, estaremos muito longe de tê-la.

Essa busca incessante por alguém que possivelmente não existe, impossibilita-nos ver quem está bem ao nosso lado e que com certeza pode ser a outra metade da laranja, aquele ou aquela que nos complemente. É o diamante lançado ao mar.

Sonhar é muito bom, mas a realidade da vida é bem melhor quando temos ao nosso lado alguém que consegue nos aceitar como somos e alguém em quem possamos confiar e amar, sem limites, alguém que saiba somar com as nossas diferenças e fazer tudo ficar perfeito então. Este ou esta será a nossa gema preciosa que só precisava de uma atenção maior.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Quantos filhos nos enlouquecem?

Estive pensando em algumas mães com dois filhos que se dizem enlouquecidas com o trabalho e as preocupações com as crianças. E umas desesperadas com um filho apenas.

De fato, as crianças pequenas dão muito trabalho, e, como não temos formação específica para sermos mães, ficamos apavoradas com tudo que surge em nossos bebês. Um tombo; uma doença de difícil diagnóstico; noites sem dormir; exames para fazer; casa para cuidar; trabalho fora de casa; tudo isso somado provoca um estresse muito grande.

Não quero assustar ninguém com esse meu papo, tive nove filhos e sobrevivi, ainda que meio louca!  Porém, viva e alegre, podendo aproveitar do convívio de todos, mesmo dos distantes. A internet é um bem enorme, que encurta as distâncias e ajuda a matar as saudades.

O período da primeira infância é um teste probatório para o resto das nossas vidas, ,e quando o ultrapassamos, nos tornamos mais fortes e prontos para a outra fase, menos trabalhosa, mas não menos preocupante (pra não dizer mais enlouquecedora): a adolescência.

Pela vivência que tive, não é a quantidade de rebentos que nos enlouquece, e sim o despreparo para executarmos muitas tarefas ao mesmo tempo, com alegria e boa disposição. Estamos acostumados a sermos servidos; a criação que recebemos de nossos pais não nos preparam para este tanto de obrigações e problemas; formamo-nos em muitas áreas, temos vários diplomas acadêmicos e a nossa parte doméstica fica um pouco (ou será muito?) de lado. Não há tempo nem para lavar um copo ou fazer um ovo frito, quando somos jovens e solteiros.

Deveria fazer parte da grade curricular das escolas aulas de economia doméstica e formação familiar, incluindo cuidados com os filhos. Eu cheguei a fazer um curso de Eugenia quando entrei no colegial, oferecido pela escola. Foi muito proveitoso. Seriam aulas muito mais proveitosas do que querer ensinar educação sexual, fornecendo camisinhas e ensinando o tal “sexo seguro” , totalmente fora da realidade e que invade um terreno próprio dos pais.

Na hora de criar e educar os filhos, todo o nosso conhecimento acadêmico fica em segundo plano, e surge em nós o instinto de mãe, que, graças a Deus, temos bem apurado, para dar continuação ao nosso cuidado com as crianças.

Os filhos não nos enlouquecem, o que nos deixa desvairadas é a nossa consciência de estarmos despreparadas para tal incumbência. A sensação de impotência diante de uma criança com 39º de febre, ou vomitando sem parar, isso sim nos abate e mina a alma. Mas, somente com confiança e fé em um Deus-Pai todo poderoso, vamos levar adiante e ultrapassar as barreiras da insanidade e conseguir ter quantos filhos Deus permitir que tenhamos dentro da nossa programação familiar.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

O "Sim!" nosso de cada dia

Por Maria Teresa Serman
Acabamos de comemorar o nascimento de Jesus, o Filho Unigênito de Deus, como confessamos no Credo; o Salvador, o Messias tão esperado pelo povo eleito, a partir daí toda a humanidade. E essa alegria que os anjos comunicaram aos pastores e aos homens de boa vontade; aos Magos que de longe vieram para prestar homenagem ao recém-nascido rei; àqueles de nós que O recebemos em nossos corações, mais do que no presépio, que tem lugar de honra em nossas casas nesse tempo jubiloso; enfim, essa incomparável graça que a criação esperava ansiosamente desde a queda dos nossos primeiros pais, Adão e Eva, só foi possível por um "Sim!", "Fiat!", "Faça-se em mim segundo a Sua palavra", que uma jovem pura e cheia de graça proferiu ao arcanjo que lhe manifestou a intenção divina, não uma ordem do Todo-Poderoso.

E para que se faça a redenção que o Menino, depois de trinta anos de trabalho cotidiano e oculto, em uma aldeia sem importância na Galileia, e de três anos de ensinamento e milagres pelos caminhos que percorreu, consumou na cruz, é imprescindível que continuemos dizendo o "Sim!" da Virgem Santíssima, essa entrega que ela também compartilhou ao pés da mesma cruz a que seu filho estava pregado. De pé, com uma coragem nunca vista em um coração materno transpassado pela dor.

Apesar do drama da crucificação, o sim de Maria, e o nosso de cada dia, é simples, despercebido, em seu montante total. É o sim de cada dia indo à fonte pegar água para cozinhar e manter limpa a casa onde viviam seu filho e seu esposo; é o sim de lavar, na mesma fonte, as roupas; de cozer o pão e preparar a comida que alimentaria os três; de tecer as túnicas e cerzir as roupas; de sorrir aos seus amores, assim como às outras pessoas por perto, com carinho e benignidade, apesar do dia cansativo e quente que teria tido.

Seu amor - nunca mera conformidade - à vontade do Pai transcendia o seu especial círculo familiar. Era mais amplo, antecipava-se às necessidades, como bem demonstrou nas bodas de Canã, quando percebeu que o vinho havia acabado e, a pedido seu, Jesus fez seu primeiro milagre. Desse modo, também podemos apurar nossa sensibilidade, ficando atentos ao que os outros, próximos ou não, precisam, no plano material e principalmente no espiritual. As almas têm sede do vinho especial que só Jesus lhes pode dar, da água que Ele prometeu à Samaritana. Esse vinho, essa água, é através de nós que se derramará. Não por nossas qualidades, mas porque o Senhor assim o quer, pela nossa vocação, recebida no batismo.

Se nos recusamos, seremos profundamente infelizes, e comprometeremos nossa salvação e a daqueles que Ele nos destinou como rebanho. Também nós somos pastores, bons pastores, que precisam carregar muitas ovelhas nos ombros, sentindo o seu peso, conduzindo-as, mesmo que se percam e fujam para longe. E isso frequentemente acontece, por ironia, com os que estão mais perto de nós, por afeto ou consanguinidade. Esses nos custam muito, rasgam nossa carne e exaurem nossas forças. Mas, não podemos desistir, porque são nossa responsabilidade, e, sem eles, não entraremos no paraíso.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Perspectivas para um novo ano.

"Quero ver você não chorar, nem olhar pra trás, nem se arrepender do que faz". Esse é o início de uma música muito conhecida entre nós e muito cantada nesta época do ano.

 Por que não queremos ver o outro chorando? Porque queremos o bem do nosso próximo, ou porque não sabemos agir quando um amigo sofre e derrama suas lágrimas por um extravasamento? Às vezes basta um afago, ou até só a nossa presença silenciosa ao lado de quem sofre para que o outro se sinta melhor.

Um olhar pra trás pode muitas vezes ajudar nos nossos passos futuros, evitar erros repetidos, ou até corrigir algum mal vindo de alguma coisa que tenhamos feito errado.
E por que não nos arrependermos do que fazemos de errado? Essa é uma ótima oportunidade de vermos a nossa pequenez diante de nosso Pai Deus e Senhor, e uma ocasião para corrigirmos as nossas falhas e permitirmos que nossos parentes e amigos vejam em nós o reflexo do amor verdadeiro, da humildade, e da simplicidade na admissão de nossos erros. E aí sim, arrepender-nos e seguir em frente, buscando sermos melhores.

A música tem uma bela melodia, que faz com que repitamos muitas vezes esta mesma canção, sem observarmos a profundidade do que cantamos.

Eu diria de outro jeito: “Não quero ver você chorar, mas, se precisar  olhar para trás, e se arrepender, pode corrigir e voltar atrás”.