Por Raquel Suppi
Nós temos três filhos, dois príncipes e uma princesinha. Por enquanto, somente os meninos vão à escola. Como estudam no turno da manhã, o nosso dia já começa bem animado e corrido!
Na realidade, os instantes que antecedem a saída para o colégio são marcados por muita preguiça e enrolação, por parte dos pequenos. Não importa o quanto tenham dormido a noite – e nós procuramos ser bastante diligentes com a hora de irem para a cama –, quando chega o momento de se arrumar para a aula, a sonolência impera!
O curioso – e ainda vou descobrir alguma razão cientificamente comprovada para isso – é que, nos finais de semana, férias e feriados, a moleza matinal é reduzida de forma considerável, bem mais do que gostaríamos! Despertam logo cedo, sem ninguém precisar chamar, e ficam ansiosos para a primeira atividade do dia.
Para ser franca, acordar não é a maior dificuldade. Raramente eles dão trabalho para isso. O problema é quando escutam: “É hora de se arrumar para a escola!”. Não sei bem o que acontece quando pronunciamos esta frase, mas por mais que já tenham perdido totalmente o sono, levantar e fazer qualquer movimento parece simplesmente a coisa mais difícil e torturante da face da terra, para eles. E aí começa a luta: contra a preguiça e contra o tempo!
Nesses momentos, dependendo do dia, da pressa, de como foi a noite e do humor (dos pais e dos filhos), meu marido e eu podemos reagir de três maneiras diferentes. A primeira: com paciência e criatividade, tentando convencer os filhos a se levantarem numa boa, através de brincadeirinhas, mesmo sabendo que isso pode levar mais tempo (mas, pelo menos ninguém começa o dia se estressando). A segunda: agimos de forma mais dura e menos tolerante, sabendo que a resposta deles será mais rápida, mas que provavelmente vai ter muita cara feia e talvez algumas brigas, também (e ninguém quer começar o dia assim). A terceira: ficamos no meio termo, com umas gracinhas aqui e umas broncas acolá.

Deu para perceber o nível da animação? Pois é! Fazia tempo que eu vinha pensando em uma maneira de tornar as nossas manhãs mais ágeis e menos corridas. Queria encontrar uma forma de conseguir motivar as crianças a corresponderem e colaborarem mais rapidamente. Então, numa bela tarde, enquanto mexia na agenda do celular, tive um “estalo”! Estava justamente checando os meus compromissos do dia, quando tive a ideia de incluir, no mesmo aplicativo, as atividades das crianças, como forma de alertá-las. Explico melhor.
Fiz uma espécie de passo a passo, desde a hora de acordar até sair de casa, para a escola. Dividi as atividades em 6 etapas, cada uma com aviso sonoro e tendo espaço de 10min entre elas. Tipo, às 6h10min toca para levantar e tomar leite; às 6h20min, para ir ao banheiro, lavar-se e escovar os dentes; às 6h30min, tirar o pijama, vestir o uniforme e se calçar... E assim vai, até arrumar a cama e aguardar a hora de sair.

Na noite daquele dia, antes de dormirem, conversei com eles sobre a programação e o aplicativo, explicando como seria, ao acordarem. Fiz parecer um jogo, e eles encararam exatamente assim, especialmente o primogênito, de 7 anos. Eu sabia que se conseguisse a atenção do mais velho, o do meio, de 4 anos, seguiria os passos do irmão. Não deu outra! A manhã seguinte virou uma disputa animada e saudável contra o “bipes” do celular. Queriam estar sempre adiantados, concluindo uma tarefa e passando para a próxima antes do alarme tocar. Ficaram prontos com antecedência e, o melhor, sem estresse!
Eu até pensava que essa ideia, simples e acessível, acabaria nos ajudando de alguma forma, mas confesso que não imaginava que seria tanto assim, tampouco que a criançada iria aderir tão fácil e rapidamente. A tal agenda do celular, que já me auxiliava bastante, fez e continua fazendo sucesso com os filhos. E espero que continue bombando por muito tempo.