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terça-feira, 12 de agosto de 2014

Qual o problema com a idade?

Desde criança aprendi que faz parte das boas maneiras jamais perguntar diretamente a idade de uma pessoa aparentemente mais velha, especialmente se esta pessoa for mulher. Embora eu seja muito ligada a coisas de etiqueta e boas maneiras, essa é uma regra que eu não consigo compreender nem aceitar naturalmente, pois acredito que ela é baseada em conceitos distorcidos sobre a vida.

Quando perdemos nossa essência e não temos noção da nossa dignidade, acabamos dando valor excessivo a coisas exteriores que camuflam o que somos de verdade. Sempre penso nisso quando ouço sobre essa regrinha de não perguntar a idade de certas pessoas. As fases da vida existem e não podemos negá-las: fingir que não existem ou que não chegarão pra nós é um erro.

Claro que há pessoas bem mais velhas e com disposição de um jovenzinho. E pessoas mais jovens com tantas limitações físicas quanto as de um idoso. Mas isso não inverte as idades reais e ser jovem não é mais importante que ser velho. A virtude está em se reconhecer e viver com dignidade cada fase - com suas vantagens e desvantagens.

Como resultado de uma mentalidade segundo a qual envelhecer só traz coisas ruins, dissemina-se a ideia de que as pessoas mais velhas devem ser descartadas, e a vida começa a não ser mais pensada mais para essa fase da vida. No que tange ao físico até se pode disfarçar a ação do tempo, mas não para sempre – uma hora haveremos de encará-la... mas devemos nos comportar segundo a nossa fase – que triste é constatar que existem pessoas aos 60 anos se comportando como adolescentes!

Se aceitar é fundamental e viver com dignidade cada etapa da vida é o auge da maturidade. Vivamos cada dia conforme nos é permitido e extraiamos o que de bom cada idade proporciona.

Lívia W. de Melo Costa - paraibana, católica, casada, mãe de um bebê que hoje mora com Deus,  tem formação em Gestão Financeira,  embora atualmente tenha decidido se dedicar exclusivamente ao lar. Gosta de bordar nas horas vagas e ler sobre cuidados com o lar, etiqueta,  moda e política.

2 comentários:

  1. Acredito que haja uma inversão de valores quando ouço frases do tipo "sou jovem de coração", como se ser velho fosse algo ruim! Não consigo compreender tais expressões pois o que eu mais quero é ficar velha, velha de tudo, de corpo, de espírito, de coração, porque junto com a velhice vem a sabedoria, a experiência, a tolerância, a saída para muitas situações que a juventude não enxerga! Ótimo texto Lívia, parabéns!

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