COLABORADORES

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Filho único: como educá-lo?

Por Evelyn Mayer*
Como agir quando se tem um filho único? É fato que, quando o filho chega, seja o primeiro, seja o décimo, o que queremos é dar-lhe o melhor: escola, alimentação, saúde... Contudo, nos esquecemos, em meio ao turbilhão de coisas, que não há nada melhor para um filho (único ou não) compreender o seu papel dentro de casa: o de filho.

Como assim? Simples: o filho único precisa entender que ele não é, não foi, nem nunca será o centro do universo, mas parte do universo familiar. Isso só será possível se pais, avós, tios e demais membros o fizerem compreender. De que forma? A primeira que vejo cabível, como mãe de filho único que sou (não por escolha, que fique claro!) é dar limites. Filho único não precisa ganhar todos os brinquedos que deseja só porque queremos compensar a falta de um irmão. Para sanar a falta de um irmão, que se “faça” outro irmão, entende?

Precisamos mostrar a esta criança, também, que é importante partilhar o que tem com os que fazem parte da sua vida. Um exemplo que faço com o meu filho é separar brinquedos, roupas e sapatos que ele não usa mais e distribuir aos parentes ou colegas de escola. Essa ação faz com que a criança compreenda que, assim como ela, outras crianças também precisam desses itens. Logo, se repartir, todos terão. É, também, uma forma de fazer com que a criança compreenda que o prazer da vida não está no ter, mas no ser, na generosidade, na comunhão.

O limite também ajuda a criança a compreender que nem sempre aquilo que se deseja é necessário ter. Ajuda a fazê-la pensar se o que quer é importante. Os pais e parentes devem, por amor a esta criança, fazê-la olhar criticamente para seus desejos, mostrando que não ter algo hoje pode proporcionar a ela ter algo melhor e que a fará mais alegre no futuro. Que o perder hoje pode ser um bom ganho amanhã.

Por fim, sem limites, a criança cresce sem visão de futuro, de partilha, além de se tornar instável e não tão bem quista na sociedade. Que pai e mãe quer isso? O limite que os pais põem ao filho único são o primeiro caminho para a felicidade plena desta criança, futuro adulto.

Evelyn Mayer - é católica, consagrada à Virgem Maria, casada, mãe, professora de Língua Portuguesa e palestrante de recursos humanos em indústrias da cidade de Londrina.

3 comentários:

  1. Quando tinha uma filha somente não conseguia imprimir esse freio de dosar tanto o amor quanto a permissividade, foi muito difícil para mim! Que bom que vc tem conseguido Evelyn, ótimo texto querida!

    ResponderExcluir
  2. Obrigada, Jaque! Não tem sido fácil, mas estou na luta. BEijos.

    ResponderExcluir