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sexta-feira, 24 de abril de 2015

O fantástico mundo das crianças

Por Raquel Suppi

Conversar com criança é um barato! Sempre que elas aparecem com perguntas curiosas, mesmo que a gente se enrole tentando responder, é quase impossível não se divertir junto. A parte que mais gosto é observar a expressão do rosto delas, diante de alguma nova informação. Ficam com aquele olhar perdido, quase em transe, concentradíssimas, provavelmente imaginando e tentando entender o que acabaram de escutar. Costumo dizer que é quando o “Fantástico Mundo” – fazendo alusão à série animada “O Fantástico Mundo de Bob”, famosa nos anos 1990 – entra em ação! Aposto que muitos adultos, assim como eu, daria muita coisa para descobrir o que se passa nele!

Estava revendo umas fotos, da época que moramos em Montevidéu, Uruguai, e comecei a lembrar de algumas situações que passamos, envolvendo pequenos curiosos.
Certo dia, grávida do primogênito, uma menina – de cerca de três anos – começou a fitar a minha barriga, bastante saliente. Estávamos em um ônibus, e ela ia no colo de uma moça, sentada ao meu lado. Eu sabia que, cedo ou tarde, a pequena puxaria conversa e perguntaria alguma coisa. E estava certa!

- Tem um bebê dentro da sua barriga? – perguntou.

Eu sorri e, olhando para o seu rostinho, respondi que sim. Nessa hora, ela tocou a minha barriga e pude ver que o “Fantástico Mundo” estava a pleno vapor! Tinha certeza que a pequena uruguaia sairia com mais perguntas relacionadas à gravidez, e estava rezando para conseguir respondê-las. Se hoje não é fácil esclarecer certas dúvidas dos meus filhos, imagina naquela época, que eu era ainda mais inexperiente, e teria que lidar com uma criancinha desconhecida e falando outro idioma?! Eu estava quase apavorada! (Risos). Então, ela soltou:

- Mas, como ele fez para entrar aí dentro?

Pronto! Ela havia perguntado justo o que eu mais temia! Bem que podia ter sido: “é menino ou menina?”, “qual vai ser o nome dele?”, “quando ele vai nascer” ou até mesmo “como ele vai sair daí?”. Tudo seria bem fácil do que responder àquela bendita questão.

Enquanto tentava pensar em algo, sem sucesso, ela me encarava, com carinha bem curiosa. Olhei para a jovem senhora que a segurava, como que pedindo “socorro”. Afinal, se não fosse a sua mãe, pelo menos era a responsável por ela, naquele momento. No entanto, a moça apenas sorriu e deu de ombros, como se dissesse “te vira”! E agora?! Simplesmente, eu não conseguia encontrar uma maneira adequada para explicar algo do tipo, para uma criança daquele tamanho. Não saberia dizer em português, muito menos em espanhol!

Por fim, olhei para o meu esposo, que estava em pé, à minha frente, rindo de toda a situação. Foi quando me ocorreu dizer algo. Nem sequer passei pela “peneira” do bom senso, para saber se seria sensato ou não. Quando dei por mim, já estava falando, apontando para o marido:

- Foi ele quem colocou o bebê aqui dentro!

Escutei algumas risadas, de alguns que, sem que eu percebesse, estavam atentos e curiosos pelo desfecho daquela indagação – inocente e complicada! Mas, o melhor foi ver a carinha da garotinha, arregalando os olhos para o homem que havia conseguido o feito de colocar um bebê dentro da barriga de uma mulher! Até hoje me pego rindo, tentando adivinhar o que ela deve ter imaginado! (Risos).

Finalmente, consegui relaxar, durante o resto do percurso. Ela não perguntou mais nada, e só parou de encarar o futuro paizão quando precisamos descer do ônibus. Aí, a pergunta que não quer calar: será que a menininha indagou a mulher que a segurava, com: “E como ele colocou o bebê dentro dela?”. Tomara que sim! (Risos).

3 comentários:

Patricia Carol disse...

KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK ainda não consegui parar de rir!

Unknown disse...

kkkkkkkkkk

Paternizar - Lucas Borges disse...

Hahaha é realmente muito divertido conversar com criança. Elas têm uma imaginação muito fértil. Seu causo me lembrou de um que aconteceu comigo. Certa vez um lobinho meu, que tinha sete anos na época, teve uma brilhante ideia: de, em vez de pedir o meu salário, pedir um carro para a fábrica onde eu trabalhava. Eu falei para ele que não dava, porque o carro era caro, mas talvez eu conseguisse uma porta num mês, outra porta em outro mês e assim vai. Aí eu aproveitei e falei: "Já sei, que tal se eu pedir uma peça por mês. Aí eu levo tudo pra casa e você me ajuda a montar o carro quando estiver tudo lá?!". Hahaha ele ficou viajando na ideia.

Agora, tomara que a moça que estava com a menininha do ônibus tenha dado conta do recado de explicar como o seu marido colocou um bebê na sua barriga. Hehe

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