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terça-feira, 30 de setembro de 2014

Aproveitando o colorido da primavera.

Com o início da primavera, o mundo, no hemisfério sul, fica mais colorido, com as flores das mais variadas cores; principalmente neste país continental que é o Brasil. As  mães amigas que tenho, dos mais variados estados, não me deixam mentir, quanto as belezas reinantes em cada região, e posso garantir que toda a nação floresce e o “mundo fica bem mais divertido”.

Parece que as crianças sentem essa pincelada de alegria da mãe natureza, e muitas escolhem para nascer neste período do ano. Também as crianças maiores ficam mais inquietas procurando mais diversão ao ar livre, para aproveitar o sol ainda ameno e todo o arco iris de cores reinantes.

Eu, pessoalmente sou apaixonada por essa época do ano: sol, pouco calor, ventos frescos, dias bonitos, que nos convidam a passeios ao ar livre. É um ótimo período para levar as nossas crianças a piqueniques, caminhadas, visitas a pontos turísticos da nossa região, para que conheçam melhor a terra onde vivem e ainda possam aproveitar para uma boa diversão, bem saudável.

Gosto de fazer listas do que fazer e programar com antecedência, para que tudo dê certo, e as atividades propostas não embolem com as pré-existentes. É bom também idealizar algumas brincadeiras para fazer pelo caminho, para passar o tempo.

“Tudo o que seu mestre mandar, faremos todos!” – isso é diversão garantida e com certeza uma boa ocupação do tempo das crianças. A mãe - ou o pai - pode ser o “mestre” – e se é um piquenique num parque, é possível pedir coisas simples para que procurem, como: folhas amarelas caídas, formiguinha, uma pedrinha, uma flor que esteja caída. Pode-se estipular um tempo e quem chegar primeiro é o vencedor. O último, nesta brincadeira, ganhava uma punição, que era um bolo na palma da mão, (hoje não sei se é politicamente correto): o bolo pode ser de anjo, de mãe ou de pai. O de anjo é sempre de levinho, quase um afago, o de mãe é uma leve palmadinha na mão e o de pai, uma palmadinha mais forte. Quem escolhe a pena é o vencedor. Podemos assim incitar a generosidade no que ganhou, propondo que pense bem em ser mais indulgente.
Vamos colocar a imaginação e a memória para funcionar e programar muitas brincadeiras com as crianças. A diversão será garantida para todos – também para os pais – não só porque os amamos e os vemos divertirem-se, mas porque deixaremos de lado por algum tempo os muitos afazeres e tomaremos parte na leveza das atividades e jogos.

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Filho único: como educá-lo? Parte V – a escola

Oi, mães!

No quarto artigo sobre como educar o filho único, conversamos sobre os erros e os acertos na educação. Hoje, falaremos um pouquinho sobre a vida escolar dos nossos pequenos.
Figura 1 - Bernardo aos três anos realizando atividades de pintura em grupo na escola

Vamos falar a verdade: é um sofrimento enorme para nós quando levamos nossos filhos para a escola a primeira vez, não é mesmo? Parece que a gente sofre mais que eles. É verdade que algumas crianças têm mais facilidade para encarar a vida escolar que outras. Algumas choram semanas; outras choram quando os pais aparecem para buscá-las, pois não querem ir embora.

Meu filho fazia parte do grupo dos que davam tchauzinho enquanto eu ficava chorando. Ele nunca estranhou ninguém. Era sempre receptivo, encarava com um sorriso e encantava a todos ao redor. Para ele, a escola era (e ainda é) um parque de diversões.

Ele começou a ir à escola cedo. Um ano e meio, para ser mais precisa. É que eu não pude ficar em casa, pois o orçamento era insuficiente para o sustento. E ele começou a frequentar justamente no ano em que foi o mais tresloucado da minha existência: dava aulas pela manhã, fazia estágio de bolsista à tarde, fazia faculdade à noite e, nas “horas vagas”, fazia o estágio obrigatório de conclusão de curso, cuidava da casa, do filho, do marido, de mim, escrevendo TCC, (Trabalho de Conclusão de Curso), e diagramando um livro de um projeto de pesquisa do qual fazia parte para ter as horas complementares de curso (ufa!). Foi um ano em que eu vi muito pouco meu filho, mas hoje eu colho bons frutos. Naquele ano, quem mais cuidou dele foi o pai, e isso ajudou a estreitar mais os laços entre os dois. Entretanto, eu não me acomodei: assim que essa fase passou, retomei todo o tempo “perdido” em prol dele. Depois que me formei, ele passou a frequentar a escola em meio período. É que, como professora, não leciono em período integral, justamente para ter mais tempo com o meu filho.

Entretanto, por ser filho único, a criança sofre um bocadinho quando começa a ir à escola. É que ela pensa que, ao chegar lá, a atenção será exclusiva, mas não é bem assim... mas logo ela começa a entender que precisa esperar a sua vez; que é importante compartilhar com os amiguinhos; que birras não surtirão efeitos positivos. E meu filho passou por tudo isso. Quantas vezes fui chamada à escola porque ele havia feito alguma birra? Não quis comer tal comida, chutou um amiguinho, gritou com a professora, jogou a cadeira no chão...  
 Figura 2- aos 4 anos, realizou atividades de culinária e levou o suquinho de cenoura que fez para a mamãe aprovar

Eu sempre adotei uma regra e a deixo muito clara na escola: quero que a escola dê continuidade ao que acredito ser melhor ao meu filho. Diante disso, nunca passei a mão nem justifiquei nenhuma atitude do meu filho quando ele esteve errado. Para exemplificar, dia desses eu fui chamada porque ele cortou um chumacinho de cabelos de uma coleguinha de classe. A diretora fê-lo assinar o “livro preto”, mostrando o quão grave foi a conduta. Ao saber do fato, chamei-o e conversei sobre o ato: “é que o cabelo dela estava muito feio, mamãe!” justificou. E então eu expliquei que não devemos fazer esse tipo de coisa, que ele jamais gostaria que alguém lhe fizesse isso e que a sua atitude merecia atenção. No outro dia eu fui à escola e, diante dele, disse à diretora que caso essa atitude se repetisse, era para privá-lo durante a semana da aula que ele mais gostasse. Perguntem-me se ele repetiu o ato?

Como mãe e como professora, digo que a gente tem que seguir juntinho com a escola para que nosso filho entenda que aquela escola é, de algum modo, extensão da nossa casa. Que os valores que ali estão sendo desenvolvidos são os que os pais aprovam e adotam.

Outro detalhe importante é a agenda escolar. Eu confesso que sou um cadinho relapsa com a agenda (desculpa, gente, mas eu também falho.). No começo, eu não era. Mas agora que meu menino me fala tudo, absolutamente tudo o que a professora pediu, o que tem que ser feito, e até as datas;  e também porque nesta escola os recados são pouquíssimos, e sempre que chego para buscá-lo, a professora comenta o que está na agenda, passei a deixá-la um pouco de lado. Quando sento e pego a agenda (geralmente nos finais de semana), vejo lá todos os recados dados pelo meu garoto. Porém, esta atitude me custou tão caro (é que um dia eu levei meu filho para a escola e ele não tinha aula. E estava o recado lá na agenda, e eu não olhei nem meu filho comentou nada. Pensa...) que agora vou me organizar mais e melhor para verificá-la prontamente. Se você também tem este mesmo problema, bora mudarmos juntas.
 Figura 3- Ele também adora pintar e fazer atividades quebra-cuca em casa.

Aprendi em minha profissão um truque valioso: o reforço positivo. Todo dia que eu chego à porta da sala do meu filho, pergunto como ele foi naquele dia. Já tem um tempinho que não ouço reclamações, apenas elogio. Então eu uso esse argumento e digo: “Que bacana, filho! Siga assim!”. Com as tarefas, sempre o elogio quando executa bem feito, e sempre o corrijo, não com a intenção de feri-lo, e sim de auxiliá-lo a melhorar. E ao corrigir, digo: “parabéns! Ficou joia!”. Esses reforços positivos entusiasmam a criança a prosseguir bem. Mas seja sincera no elogio! Eles manjam quando a gente está falando por dizer.

Por fim, lembre-se que a vida escolar do seu filho, seja a escola pública ou privada, é o melhor investimento que você pode dar. Por isso, acompanhe-a de perto!

Beijos, meninas!

Evelyn Mayer  é católica, consagrada à Virgem Maria, casada, mãe, professora de Língua Portuguesa e palestrante de recursos humanos em indústrias.

domingo, 28 de setembro de 2014

Receita: Pizza da Amizade


jaqueeilmaQue cardápio mais combina com uma noite em que recebemos amigos queridos em nossa casa? Algo gostoso, fácil, rápido e, logicamente, barato, que também não requeira atenção constante já o que você mais quer e jogar conversa fora com os amigos, não é? Então, algo que todos gostem e que você possa variar gostos e sabores? Claro: pizza! 

Dizem que a pizza foi criada como alimento levado aos presidiários e que as suas esposas e mães fizeram uma versão do pão de forma achatada com uma quantidade menor de fermento para que a massa não crescesse tanto e pudesse passar por baixo das portas das prisões. Eu, sinceramente, não sei se é verdade ou lenda, mas o que sei é que todas as vezes em que penso em unir os amigos e libertar as nossas risadas, lembro da gostosa, redonda e prática pizza! Então, lá vai uma receita especial!

Tudo começa em pizza!
Eu e minha comadre Ilma descobrimos essa receita juntas, quando éramos adolescentes, e a repetimos há 24 anos sempre que nós nos encontramos. Quando fazemos novos amigos utilizamos como uma espécie de “rito de iniciação na amizade sincera”, composto por duas fases: encher a barriga de pizza e o coração de alegria!

Segue a receita. Ingredientes:
2 tabletes de fermento biológico (30 g);
1 copo americano de leite morno (250 ml);     
2 colheres de sopa bem cheias de margarina (80 g);
4 copos americanos de farinha de trigo (500 g);
Uma colher de café de sal (10 g).

Preparo:
Dissolva o fermento no leite morno e acrescente a margarina, o sal e a farinha misturando com as mãos e sovando bem a massa. 

Deixe-a descansar por cerca de 30 minutos em local livre de vento (eu deixo dentro do forno ou dentro do micro-ondas) coberto com um pano de prato limpo e umedecido.

Enquanto a massa cresce, vá fazendo o recheio, mozarela, calabresa (cortada bem fininha ), frango (previamente refogado e desfiado), requeijão, catupiri, presunto (ralado no ralador grosso), ovos cozidos, azeitonas pretas, tomates... 

Depois dos 30 minutos, divida a massa em 3 partes e sove cada uma individualmente deixando-as bem lisinhas, faça 3 bolinhas e coloque-as num copo com água. Assim que as bolinhas subirem a massa estará no ponto para abrir nos tabuleiros. 

O ideal é refogar o molho de tomate e passar nas pizzas uma quantidade pequena antes da mozarela.
Leve ao forno preaquecido em forma untada com azeite por aproximadamente 15 minutos ou até que a massa esteja assada e o queijo derretido. O engraçado é que o tempo de forno da próxima pizza é quase o mesmo que precisamos para comer a anterior! 

Boa pizza para todos!

sábado, 27 de setembro de 2014

Cansei do marido, e agora?

Poderia ser o inverso também, o que em nada modifica o problema. Cada um que se cansa do outro, dentro do casamento, deve procurar ver com imparcialidade os prós e os contras, para depois então buscar soluções e reconciliações.

É normal acontecer isso no casamento, após uns anos, quando o casal já esta confiante um do outro e naturalmente não se esforça mais na conquista diária, com os mesmos cuidados pessoais de antes. Ademais, um ponto importante neste desgaste é a falta de diálogo e de interesses em comum – e aqui não falo das contas a pagar mútuas, nem dos filhos deste casal - marido e mulher necessitam estar em sintonia - ou sinergia, como queiram chamar os mais complexos estudiosos do assunto - para que esse amor que os uniu, a ponto de levá-los ao altar, continue em todo seu esplendor.

Existem momentos em que os desentendimentos por problemas do dia a dia criam um desgaste maior e nos levam a pensar em jogar tudo para o alto; aí podemos nos lembrar de um ditado popular: “ruim com ele, pior sem ele” – é a hora de se fazer a lista de qualidades do outro. Aquela listinha onde vamos escrever o que essa pessoa tem de bom, e que nos faz amá-la.

Ao lado dessa lista de qualidades do outro, podemos escrever as coisas que nos desagradam nele, e numa outra coluna as coisas que nós fazemos que também desagradem a ele. Depois seria bom, num momento de calma, a dois, sentar e conversar, sem brigas, ou melhor, tentar não brigar, pois sempre é difícil ouvir as coisas que fazemos de errado. Além disso, precisamos estar preparadas para também ouvir uma série de coisas ruins a nosso respeito. Lembrem-se de que o outro foi pego de surpresa e não terá ruminado tanto tempo e digerido os problemas como nós o fizemos.

A palavra de ordem é Desarmar – tirar as mágoas, as irritações, os sofrimentos, e levar toda a questão a um nível de busca de entendimento e de reacender a chama deste amor.

Outro dia, observando as brasas na lareira, num dia bem frio, tudo parecia já apagado e eis que de repente aparece uma chama forte, mostrando que ainda havia fogo e calor. Assim também pode estar o nosso amor, parecendo brasas pequenas ou até mesmo cinzas, mas com uma boa mexida, tudo pode voltar ao calor próprio do amor que sempre existiu.

Coisas como o desleixo pessoal, a falta de se por bem para o outro; as atividades sempre distintas, sem um participar dos interesses do outro, a falta de um papo amigável, das saídas a dois, tudo porque as necessidades no trabalho tomam muito tempo e nosso vigor, tudo isso afasta o casal.

Vamos, dentro do casamento, buscar mais interesses em comum, participar da partida de futebol do marido e ele participar das idas ao cinema para assistir uma boa comédia romântica.  Fazer planos! Nada melhor para unir um casal do que planos para o futuro: filhos, viagens, casa própria. Caminhadas, a busca por estar sempre se renovando, com o cuidado pessoal, dentro dos seus limites humanos: barba feita, roupas limpas e bem cuidadas; a higiene pessoal conta muito, em qualquer lugar, ainda mais dentro de casa, com os familiares. Sair a dois, pelo menos uma vez a cada quinze dias, para jogar conversa fora, rir, um para o outro, olhar nos olhos, beijar, namorar.

Nada de jogar fora o cônjuge! Basta procurar dar uma reciclada que o carinho volta, e a atenção de um para com o outro vai melhorar e muito.

Lúcia Helena Marques  - mãe e esposa, ama política e futebol!

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Nossa vida com três!

Na época de solteira, eu não sabia, não tinha tempo – ou achava que não – nem interesse em aprender a cozinhar, lavar roupa, cuidar de uma casa. Só precisava me preocupar em conciliar o trabalho com o estudo e o namoro! Mesmo assim, ainda conseguia deixar algo por fazer. Então, de repente, me vi casada, morando fora, longe da família e totalmente leiga no quesito “administração do lar”. Foi quando comecei a constatar de fato, que o tal provérbio era mesmo verdade: “A vida é uma escola, enquanto vivemos, aprendemos”.

Nunca imaginei que um dia conseguiria lidar pessoalmente com os afazeres domésticos sem enlouquecer! Não foi fácil entrar no ritmo. Por diversas vezes, deixei as coisas acumularem e o caos se instalar! Contudo, no meio da adaptação (no primeiro ano de casamento), decidimos que era hora de sermos pais. Lembro que, grávida do nosso primogênito André, a alegria e o amor se misturavam ao medo de não conseguir dar conta de tudo. Se já era complicado antes, imagine agora, com um filho?! Mas a chegada do nosso primeiro príncipe marcou o início de uma mudança incrivelmente melhor em nossas vidas!

Comecei a me questionar sobre o que eu fazia com o meu tempo antes de ser mãe. Agora, o dia parecia ter mais de 24h, porque dificilmente deixava algo para depois. E o mesmo aconteceu em relação à nossa situação financeira. Antes, vivíamos no limite, com o orçamento bem apertado. Depois, como um milagre, tudo ficou mais equilibrado. Percebemos que dávamos importância a muitas coisas supérfluas, que facilmente conseguimos descartar.

A chegada do Pedro, o nosso segundinho, além de euforia, também trouxe algumas inseguranças. Estávamos de volta ao Brasil e nos mudando para um apê grande – depois de quase dois anos morando na casa dos meus pais. Voltar a ser dona de casa não seria fácil, principalmente agora, com dois filhos. Seríamos capazes de amar e cuidar com o mesmo zelo de duas pessoazinhas tão dependentes de nós? E quanto aos gastos a mais? Finalmente, o nosso pequeno príncipe nasceu e descobrimos que o amor de pai e mãe é ilimitado! Assim, rapidamente, a nossa vida se ajustou!

Aí, veio a Clara, nossa bonequinha! A gestação em si já foi bastante cansativa! Externamente, tivemos muitas mudanças desafiantes, também: mudamos novamente de casa; Felipe, meu esposo, assumiu novas responsabilidades no trabalho, passando menos tempo em casa; a diarista, que vinha duas vezes na semana, deixou de vir (e não conseguimos uma substituta que durasse); o André voltou a ter problemas de adaptação no Colégio e o Pedro, com pouco mais um ano, revelou-se um arteiro de primeira – e quase indomável! Sem contar as travessuras do Bingo, nosso cachorrinho! Foi nesse cenário aparentemente conturbado e inadequado, que a nossa princesa chegou. E agora? Outro milagre! O que parecia improvável aconteceu: tudo entrou nos eixos e a vida ficou mais simples de levar! A começar pelo surgimento de um novo emprego para o Felipe – melhor em vários aspectos –, que voltou a estar mais presente em casa.

Hoje, nossa rotina é corrida, animada, prática e bem mais fácil de lidar!! Como tudo o que é bom, dá um trabalhão, mas super vale a pena! A chegada de cada um dos nossos três filhos nos tornou mais disciplinados, organizados, comprometidos e conscientes do que realmente é essencial e indispensável em nossa vida! Não damos chance para a ociosidade. Com eles, descobrimos que não temos tempo a perder, só a ganhar! Pelo andar da carruagem, se Deus nos der a graça do quarto filho, provavelmente vamos tirar de letra!
Raquel Suppi - é bacharel em Jornalismo, escritora, blogueira e dona de casa em Fortaleza/CE. Casada com um gaúcho e mãe de dois príncipes e uma princesinha, é Católica e membro da Comunidade Católica Shalom. Gosta de tomar chimarrão com o esposo, brincar com os filhos, ler, escrever, ver filme e viajar em família.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Filho único: como educá-lo? Parte IV -– erros e acertos

Oi, mães!

No terceiro artigo sobre como educar o filho único, conversamos sobre a importância e dificuldades sobre a alimentação. Neste artigo, falaremos sobre os erros e acertos na educação.

Na gestação do meu filho, eu já tinha tudo devidamente acertado em minha mente: meu filho seria uma criança espetacular! Dormiria a noite toda; mamaria a cada três horas; comeria de tudo, quando chegasse essa fase; jamais faria birra em um supermercado; nunca me levantaria a voz; seria super obediente; aceitaria com muita felicidade tudo o que eu dissesse e seria o exemplo de cristão da sociedade! Preciso dizer que me frustrei? Rsrsrs

Eu li muito durante a gestação sobre o comportamento do bebê, mas me esqueci de um detalhe fundamentalmente importante: bebês têm personalidade! Sim, amadas mães deste blog: bebês já nascem com traços de personalidade. A única diferença deles pra nós é que nós temos que educá-los.  Eis a tarefa das tarefas!

Ao nascer, meu filho teve sérios problemas com cólicas. Tentei de tudo, mas só dormia se eu o colocasse de bruços sobre a minha barriga. E assim foram dois meses dormindo comigo, justo comigo, que dizia que lugar de criança era no berço. Ao começar a comer, não aceitava tudo de início: rejeitava frutas, sucos, legumes, carnes... Até a mamadeira deu trabalho, quando eu precisei voltar para a faculdade. Eu o amamentava no peito o dia todo, então ele não queria saber de mamar outro bico. Foram noites e noites de choro até convencê-lo que seria só naquele tempo. E, conforme foi crescendo, os trabalhos foram aumentando. O desfralde levou exatos um ano! Isso mesmo: um ano! Ele tinha um ano e sete quando iniciamos. Eu pensava que seria tudo tranquilo, mas não foi. Estressei-me, chorava, brigava com ele, tentava táticas do penico com música, cuecas parecidas com a do papai... E ele fugia pra detrás do sofá e fazia aqueeeeele cocozão nas cuecas, algumas das quais não puderam ser salvas.

Chegou, também, a época das temidas e sofríveis birras! Ah, como eu queria me enfiar em um buraco, tal qual um Avestruz! Todo aquele povo me olhando e julgando com os seus olhares a “completa falta de modos daquela criança”... Depois vieram os ciúmes do pai, as exigências de atenção...

Eu vou dar a cara a tapas e dizer que errei muito. De verdade! E ainda erro. Chorava, perguntava-me onde estava com a cabeça em “arrumar um filho”, que eu era uma negação como mãe... Mas, conforme fui superando as etapas, fui adquirindo, também, força e sabedoria para as outras.

Aprendi a levar em conta o temperamento e as diferenças de gênero. Existem quatro tipos de temperamento, segundo a classificação de Hipócrates: Sanguíneo, Colérico, Fleumático e Melancólico. Todos apresentamos traços de vários temperamentos – em especial de dois - mas um deles predomina. No meu caso, sou Sanguínea com Colérica. Meu filho, Sanguíneo com Fleumático. Conhecer um pouco desses traços ajuda a compreender melhor a si mesmo e aos outros. No final do texto deixo links para quem quiser saber um pouco mais sobre isso.

No tocante às diferenças de gênero, percebi que meninos são altamente competitivos, enquanto as meninas costumam ser mais comunitárias. A explicação para isso, segundo li, está lááááá na Idade da Pedra, quando os homens saíam para caçar enquanto as mulheres cuidavam da família na caverna. O homem desenvolveu a visão focada de mundo; a mulher, visão comunitária. Sendo assim, não adiantava eu esperar que meu filho fosse como eu: eu é que tinha que entender este universo masculino, que desde cedo se destaca, e era preciso respeitar este espaço sem deixar de lapidá-lo.

Testemunhei, ainda, que o diálogo e as punições (correções) fazem mais que qualquer tapa ou grito. Quando meu menino me tira do sério com qualquer arte, respiro beeeem fundo, conto até 1452879, me seguro para não estourar (sim, tem dia que eu estouro. Não vou negar!). Chamo-o e corrijo-o. Se a correção não fizer efeito, chamo-o e puno. Dia desses, ele sujou toda a sala da minha mãe: fiz com que limpasse tudo e ainda ficasse sem desenho naquela tarde.  Chorou amargamente por perder o desenho, mas não sujou mais a sala depois disso ;). Outra vez tirou o tablet da mão do primo e não queria devolver. Além de fazê-lo devolver, fiz com que ficasse sem jogos naquele dia. Outra vez perdeu o direito de brincar com o dinossauro que ganhou da avó porque não quis guardar os brinquedos. E assim vai...

Pude concluir que autoritarismo nada tem a ver com autoridade. Filho precisa sentir-se seguro, respeitar e confiar nos pais. Logo, medo não faz diferença. Um dia eles “perderão” o medo. O mesmo não se pode falar do respeito. Um filho que respeita seus pais é um verdadeiro abençoado. E esse respeito se dá mais pelo que eles enxergam em nós do que propriamente falamos. Sendo assim, aprendi que se quero que meu filho diga “por favor”, “obrigado”, “pois não”, eu preciso fazer isso com todos à minha volta. Não posso exigir que respeite os mais velhos se não dou exemplo. Que se quero que ele confie em mim, devo mostrar o quanto confio nele. Que preciso me interessar pelo dia dele hoje, e não quando for adolescente e pedir pra sair com os amigos que eu nunca vi na vida.

Por fim, aprendi que, mesmo que me esforce, acertarei e errarei enquanto esta dádiva da maternidade me for dada. Porém, o que importa, é aprender com os erros e acertos e encarar esta aventura da educação como a graça mais linda que poderia ter recebido. Nunca desistir, nunca desanimar. A cada dia, um novo começo. A cada etapa, uma nova (e suada!) vitória.

Até a próxima, vencedoras!

Evelyn Mayer -  católica, consagrada à Virgem Maria, casada, mãe, professora de Língua Portuguesa e palestrante de recursos humanos em indústrias.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Três aplicativos para celular que seus filhos pequenos vão adorar

Por Maite Tosta 

Hoje em dia desde cedo as crianças já querem mexer no celular e descobrir os joguinhos e aplicativos. As minhas filhas de 4 e 2 anos têm desenvoltura com os celulares da mamãe e do papai, e a de 4 meses já morre de rir com os jogos e brincadeiras e tenta pegar o celular.
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Selecionei alguns dos aplicativos que elas amam! Deixo os links para a AppStore e PlayStore do Google. Os prints são da versão iOS, do meu celular.

1) Caixinha de Música da Galinha Pintadinha:

O aplicativo tem várias músicas dos DVD´s da Galinha Pintadinha, já conhecidas das crianças, porém com sonoridade de caixinha de música, no estilo cantigas de ninar. Além disso, figuras aparecem e se movem lentamente no visor, o que faz desse aplicativo um amigo nº 1 dos pais cansados que precisam que seu bebê durma.  O aplicativo pode ser baixado gratuitamente, mas somente uma das músicas vem desbloqueada, para desbloquear as demais é necessário realizar uma compra – cujo valor é de US$4,99.
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2) Laugh & Learn™ Shapes & Colors Music Show for Baby (Fisher Price):

Esse aplicativo é recomendado para bebês acima de seis meses (a minha bebê tem quatro e ama), e apresenta formas geométricas coloridas deslizando pela tela e quicando nas bordas. Para nós é uma bobagem, mas os bebês ficam hipnotizados. O fato de ser em inglês é irrelevante, pois a brincadeira não depende da linguagem.

A Fisher Price tem um monte de outros aplicativos para bebês na mesma linha, todos gratuitos. Vale a pena conferir! Mencionei esse porque é o preferido da minha bebê, então é testado e comprovado rsrsrs…
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3) Itaú Criança (Itaú):

Esse aplicativo é simplesmente o máximo !! Faz parte da campanha do Itaú de estimular que se leia para as crianças (conheça aqui: http://ww2.itau.com.br/itaUcrianca/index.html) e traz recursos para serem utilizados durante a leitura de histórias infantis. Colo aqui a descrição do desenvolvedor:
O aplicativo ITAÚ CRIANÇA traz 4 recursos para deixar seu celular mais divertido: ENGENHOCA DE SONS, MÁSCARAS DIVERTIDAS, ANIMALIVRO e CÂMERA MÁGICA.
ENGENHOCA DE SONS faz do seu celular uma mesa de efeitos sonoros para as suas histórias. Trilhas, barulhos, explosões, lutas de espadas e muitos outros BUMS, PLACTS e ZUPTS estão na ponta dos seus dedos para dar aquele TCHAMS na hora de embalar uma boa leitura. E se você não encontrar o barulhinho que procura, basta gravar o seu próprio efeito sonoro e personalizar sua galeria de sons.
MÁSCARAS DIVERTIDAS traz personagens encantados - como o cavaleiro, a princesa, o lobo, o mago, o sapo, o dragão e o gigante - para falarem, de verdade, as suas palavras de narrador. Posicione o celular na frente da sua boca e faça as suas histórias saírem das bocas desses amigos encantados.
ANIMALIVRO irá animar as páginas dos livros da Coleção Itaú de Livros Infantis. Posicione o celular por cima das ilustrações dos livros e transforme-as em animações interativas. Ideal para a criança brincar enquanto curte a história que está sendo lida ali, por você. Esse recurso funciona apenas com os livros da Coleção Itaú Criança.
CÂMERA MÁGICA coloca alguns efeitos especiais na câmera do seu celular. Assim, quando você for registrar o momento de leitura com uma criança, os heróis dos livros infantis surgem bem na frente dos seus olhos, deixando tudo mais divertido. Experimente(e compartilhe).
As minhas nenecas amam a engenhoca de sons, mas o que mais curtem mesmo são as máscaras   divertidas!
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Esses são os “top 3” das minhas meninas! Vamos trocar figurinhas? Tem um aplicativo que seu filho ama? Compartilhe nos comentários para que eu e outros pais possamos baixar também! Se possível, cole o link, caso contrário, escreva o nome para que possamos jogar na busca e encontrar, ok?

* Post de livre escolha da autora, não havendo qualquer parceria do blog com as empresas mencionadas.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Compras com as crianças - loucura ou necessidade?

Quem se aventura a levar os pequenos ao mercado, para fazer as compras de mês? Aqueles que não tem com quem deixá-los (ainda mais quando são cinco crianças ente 10 e 1 ano)!
Passei por essa façanha algumas vezes na vida. Hoje recebo o fruto desses passeios: os filhos maiores não só me ajudam, como fazem as compras melhor do que eu.

Mas, como tudo tem seu preço, no período em que eram pequenos, essas compras custaram caro! Não só no preço como também na disposição física. Era uma verdadeira maratona. Bons tempos! (Digo agora, olhando para trás rsrs).

Em uma das inúmeras vezes, cheguei a ir ao mercado com esses cinco filhos - nos dividimos em 3 carrinhos: o primeiro com o maior de 10 anos, o segundo com os dois seguintes, de 9 e 7 anos e o terceiro comigo e as duas meninas de 2 e 1 ano. Seguimos juntos pelas fileiras das mercadorias, escolhendo qualidade e preço, e fui aproveitando para ir ensinando muitas coisas nesse vai e vem no mercado.

Num determinado momento, os dois peraltas que iam juntos resolveram apostar corrida com o mais velho e saíram à toda, fazendo uma curva fechada que resultou na queda e capotagem do carrinho do mercado, repleto de mercadorias. Dentre elas uns saquinhos de leite, (sim, sou antiga), que explodiram, derramando leite pra todo lado.

Nesse momento, toda calma é necessária, assim sendo, fiquei estática, imaginando qual estratégia deveria adotar, tendo em vista que já estava com as duas meninas e o meu "possante" também lotado.  Para meu alívio, logo apareceram pessoas bondosas e solidárias que os socorreram, levantando o carrinho e ajudando-os a catar aqui e ali as compras que voaram longe.

Eu optei por permanecer incógnita (como se isso fosse possível), fazendo-me de boba, como se não os conhecesse, até que eles pudessem retornar ao meu encontro. A maravilha de tudo é que eu era jovem, e a juventude nos proporciona disposição e nos ajuda a corrigir rapidamente o ânimo e o bom humor.  Assim sendo, partimos para o caixa, pagamos as compras e fomos guardar tudo no carro, já conseguindo rir da odisseia.



segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Da Galinha Pintadinha à Jurubeba

Por Verônica Lunguinho *

Numa era de galinha pintadinha virtual, meu filho teve oportunidade de conviver com uma galinha real! Não, não moramos na roça (o que seria uma boa opção, se eu tivesse oportunidade). Mas conhecemos pessoas que têm hábitos interioranos ao presentear as outras.

Dia desses, minha mãe ganhou uma galinha de presente. Viva! A bicha já chegou com as pernas amarradas, só esperando o abate. Minha mãe gosta muito de galinha cozida, mas não tem quem a faça matar. Por isso, ela sempre pede a uma vizinha que abata a galinha.

Sim, isso de ganhar uma galinha viva já aconteceu outras vezes. Mas sem um detalhe: Miguel ainda não estava no cenário.

Para quem ainda não conhece, Miguel é meu filho de um ano e três meses, do qual ando contando as histórias por aqui. Aquele que sumiu com o prato! (texto do prato clique aqui).

Pois bem. Quando a galinha chegou, ficou aquela enrolação de quem vai matar, que horas, se vai comer hoje ou amanhã... Passado um dia, minha mãe já começa a chamar a galinha de... Jurubeba!
"Ihhh, colocou apelido carinhoso! Já vi que vamos ter de conviver com a galinha!", eu disse. Não demorou pra que minha mãe arrumasse um cantinho no quintal para a Jurubeba.

Miguel sentia uma espécie de medo e euforia em relação à galinha. Era como se ele quisesse pegar nela, mas tinha receio e caía na risada! Ele chegava perto, mas não queria tocar. Queria ver a galinha, mas só ia acompanhado.

Na casa da minha mãe tem também um gato: Liro. Dele, Miguel não tem um pingo de medo. Pelo contrário, Liro tem medo de Miguel. É comum que a gente fale: "Sai daí, Liro! Miguel vai te pegar! Eu vou chamar o Miguel!". E Miguel logo aparece correndo atrás do gato e dizendo "Pá pá pá pá pá!".

É tão divertida essa convivência das crianças com os animais domésticos. Mas pra mim, isso tem um valor especial, pois sempre fui medrosa com animais. E agora tenho a oportunidade de conter meus medos para educar meu filho sem eles!

Voltando à Jurubeba, há uns dias ela foi para a panela. Mas antes disso, Miguel se despediu! Ficamos surpresas, eu e minha mãe, com a reação dele. Quer saber como foi? Clique no vídeo abaixo.



*Verônica Lunguinho -  é jornalista, casada, mãe do Miguel e mora em Brasília. É católica, gosta de comer e vive dando uma de quituteira nas horas vagas.

domingo, 21 de setembro de 2014

Como eu exercito a “ação de amar”?

Transcrevo aqui uma parte do texto do Pe Paulo, para aproveitarmos e refletirmos melhor sobre o modo como estamos amando.

Essa resposta é uma das mais importantes da vida humana. Aqui está em jogo todo o sentido da nossa vida. Aqui está em jogo toda a nossa felicidade. Aqui está em jogo o segredo para dar certo o casamento. Vamos ver pela resposta que o conceito de amor é muito rico e, para expressá-lo, precisamos desdobrá-lo.

Nós amamos por meio das ações que se seguem, que são virtudes menores do amor, da caridade. Todas elas se resumem a fazer feliz a quem amamos. Amamos:

* Admirando a quem amamos
* Sendo delicados com quem amamos
* Sendo educados com quem amamos
* Sendo pacientes com quem amamos
* Dando mais valor a quem amamos do que a nós
* Sendo exigentes com quem amamos
* Sendo afetuosos com quem amamos
* Sendo agradecidos para com quem amamos
* Sendo bem-humorados com quem amamos
* Sendo discretos com quem amamos
* Sendo esperançosos, otimistas com quem amamos
* Sendo serviçais com quem amamos
* Obedecendo a quem amamos
* Respeitando a quem amamos
* Pensando mais em quem amamos do que em nós
* Confiando em quem amamos
* Acolhendo a quem amamos
* Compreendendo a quem amamos
* Sendo serenos com quem amamos
* Dialogando com quem amamos
* Elogiando a quem amamos
* Presenteando a quem amamos
* Perdoando a quem amamos
* Sendo oportunos com quem amamos
* Sendo românticos com quem amamos
* Não nos escandalizando com quem amamos
* Sendo generosos com quem amamos
* Dando tempo de qualidade a quem amamos
* Surpreendendo diariamente a quem amamos
* Numa palavra: enchendo de alegria diariamente a quem amamos

Essas são algumas ações nas quais pensei sobre como se subdivide a palavra amor. Cada um de vocês descobrirá outras. Como são ações, podem ser realizadas diariamente. Realizando-as, este amor estará sendo “solidificado”, “edificado” a cada dia. Um amor vivido assim nunca acabará. E, se quem nos ama também vai realizando essas ações, o amor vai se tornando solidíssimo, inexpugnável, maravilhoso.

Penso que estas ações acima devem ser matéria de exame diário. Gostaria muito que todos vocês fizessem um quadrinho com elas e as considerassem, as examinassem, todos os dias antes de dormir e pensassem: “que ações amorosas ainda não realizo?”. Façamos o propósito de incorporá-las uma a uma. Isso é amar. Isso é tornar alguém feliz e, consequentemente, tornar-nos imensamente felizes.

Uma santa semana a todos!

Padre Paulo M. Ramalho -  Sacerdote ordenado em 1993. Engenheiro Civil formado pela Escola Politécnica da USP; doutor em Filosofia pela Pontificia Università della Santa Croce; Capelão do IICS (Instituto Internacional de Ciências Sociais). Atende direção espiritual na Igreja de São Gabriel, em São Paulo. Site de origem: http://www.fecomvirtudes.com.br/o-significado-do-amor-ii/

sábado, 20 de setembro de 2014

Casa Arrumada – Carlos Drummond de Andrade.

Dando continuidade ao texto da Lívia Melo Costa, sobre ser dona de casa, colocamos aqui um ótimo texto do Drummond que retrata muito bem o dia a dia no lar.

Casa arrumada é assim:

Um lugar organizado, limpo, com espaço livre pra circulação e uma boa entrada de luz.
Mas casa, pra mim, tem que ser casa e não um centro cirúrgico, um cenário de novela.
Tem gente que gasta muito tempo limpando, esterilizando, ajeitando os móveis, afofando as almofadas...

Não, eu prefiro viver numa casa onde eu bato o olho e percebo logo: aqui tem vida...
Casa com vida, pra mim, é aquela em que os livros saem das prateleiras
e os enfeites brincam de trocar de lugar.
Casa com vida tem fogão gasto pelo uso, pelo abuso das refeições fartas,
que chamam todo mundo pra mesa da cozinha.

Sofá sem mancha?
Tapete sem fio puxado?
Mesa sem marca de copo?
Tá na cara que é casa sem festa.
E se o piso não tem arranhão, é porque ali ninguém dança.

Casa com vida, pra mim, tem banheiro com vapor perfumado no meio da tarde.
Tem gaveta de entulho, daquelas que a gente guarda barbante, passaporte
e vela de aniversário, tudo junto...
Casa com vida é aquela em que a gente entra e se sente bem-vinda.
A que está sempre pronta pros amigos, filhos...

Netos, pros vizinhos...
E nos quartos, se possível, tem lençóis revirados por gente que brinca
ou namora a qualquer hora do dia.
Casa com vida é aquela que a gente arruma pra ficar com a cara da gente.

Arrume a sua casa todos os dias...
Mas arrume de um jeito que lhe sobre tempo pra viver nela...
E reconhecer nela o seu lugar.

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Ser dona de Casa II – Minha atual perspectiva

 Por Lívia W. de Melo Costa*

No texto anterior sobre ser dona de casa, aproveitei para refletir sobre a minha escolha. Como muitos sabem, após me casar deixei o emprego e me dedico apenas à minha casa. Analisando tudo que escrevi antes, quis compartilhar com vocês um pouco da minha experiência e de como percebo a minha escolha.

Sempre tive uma rotina muito pesada de trabalho quando estava empregada. Muitas e muitas vezes chegava em casa muitíssimo cansada após uma jornada dura e mal tinha disposição para comer ou cuidar das minhas coisas, não tinha muita paciência para conversar com os familiares e constantemente me estressava. Tudo que eu queria era ter tranquilidade pra fazer as coisas na minha casa, poder ler um livro, me formar em diversas esferas, estudar com paciência, sem obrigação e sem pressa. Lembrando disso eu redescobri o porquê de eu ter decidido ficar em casa.

O meu marido tem uma vida de trabalho frenética, pior que a que eu tinha quando estava empregada. Então, quando fiz essa escolha, tinha em mente, especialmente, estar disponível com um sorriso e um abraço para quando ele chegasse precisando de acolhida. Queria que ele encontrasse em mim amparo e conforto, e não uma avalanche de estresse e cansaço. Queria minha mente livre para poder escutá-lo.

Além disso, gostaria de cozinhar com carinho e humanidade, não com perfeição estética de quem quer mostrar serviço nem com o desleixo de quem só quer se livrar daquela atividade.  Quis ficar em casa para ter energia suficiente para ir mais à igreja – além dos domingos, quando vou junto com o marido - e assim ajudar a sustentar a espiritualidade da casa.  Fiz essa escolha não pra ser uma doméstica, mas pra me dedicar com paciência à família.

Se os afazeres domésticos tiram a alegria e a vantagem de te deixar mais feliz ou mais disposta para acolher outras necessidades da família, então há algo que precisa ser reavaliado.

Claro que há dias em que, ainda assim, a rotina em casa é pesada. Quem é dona de casa sabe que essa vida não é mole.  Mas também há dias em que percebo que a louça pode esperar enquanto me arrumo e me perfumo para esperar o marido chegar do trabalho. Jantar e depois assistir um filminho enquanto a louça fica por lavar só faz bem ao relacionamento.

O legal de não ter chefe é justamente poder transgredir de vez em quando, quebrar a rotina quando julgar necessário e não ser cobrada por isso.  A missão de uma dona de casa é edificar o lar, dar paz, tranquilidade e equilíbrio a ele. É importante focar no essencial.

* Lívia W. de Melo Costa - paraibana, católica, casada, mãe de um bebê que hoje mora com Deus,  tem formação em Gestão Financeira,  embora atualmente tenha decidido se dedicar exclusivamente ao lar. Gosta de bordar nas horas vagas e ler sobre cuidados com o lar, etiqueta,  moda e política.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

O retorno – nas curvas da estrada

Família numerosa tem sempre muitas histórias para contar, e mesmo as coisas ruins, com o tempo viram histórias engraçadas e que divertem a todos, com suas lembranças.

Esses dias lembramo-nos de uma viagem a São Lourenço, com alguns dos nossos filhos menores. No retorno para a casa, logo após o almoço, viemos, o marido e eu nos bancos da frente e os quatro menores no banco traseiro, sendo que a caçula estava no colo do único filho homem presente. 

Curvas pra lá e curvas pra cá, e eles quatro atrás só reclamando e falando de enjoo. Mas, como a estrada além de sinuosa é sem acostamento, não via como parar o carro e resolver a situação. Até que em um determinado momento, não foi mais necessário eu decidir, tudo foi resolvido: a menor vomitou, e muito, exatamente sobre o irmão e os tapetes do carro. As outras duas se salvaram como puderam e de olhos fechados para não vomitar também. Neste momento cheguei ao topo da serra, onde havia uma parada, com biquinhas de água mineral, à vontade de todos.

Foi uma parada emergencial, para limpeza tanto das crianças, como do carro, para podermos seguir viagem. E, para minha surpresa o filho nem estava aborrecido e estava colaborando de boa vontade com todos. E, com uma canequinha que tínhamos no carro, ele conseguiu ir limpando tanto o carro quanto a si mesmo, enquanto isso eu trocava a pequenina e o pai arrumava, num barzinho próximo, uma Coca Cola para alegrar a garotada e tirar o enjoo das outras duas meninas.

Todos esses acontecimentos, em uma viagem, podem acontecer, mas o que não podemos é perder a calma e o bom humor e deixar que esses detalhes transformem uma viagem de lazer num aborrecimento só. No final, o que ficou na lembrança de todos foi o jeito safo que o menino deu na situação e o heroísmo dele se segurando para não vomitar também, assim como as biquinhas de água mineral que foram a salvação e a nossa liberdade para um mundo sem cheiros ruins.


quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Ser dona de casa: a essência dessa escolha.

Por Lívia W. de Melo Costa*

Se de um lado há quem ache que ser dona de casa é o mesmo que ser inútil e “dondoca”, de outro, as próprias mulheres que são donas de casa incomodam-se com essa rotulação e buscam se livrar desse estigma querendo mostrar serviço demais, como que para provar que essa escolha está longe de ser vida fácil. 

Para fugir desse preconceito, muitas adotam a ideia de que precisam dar conta de tudo referente à casa sempre com cem por cento de aproveitamento. Tudo sempre arrumado, cesto de roupas sujas sempre vazio, louça nunca acumulada, filhos limpos e arrumados e tudo em seu lugar na mais perfeita ordem. Não se admite um pozinho na estante ou um sapato fora do lugar, tudo tem que estar perfeito, mesmo que manter a perfeição custe todo o seu bom humor. Essas mulheres, se não conseguem manter a limpeza e arrumação a contento, constantemente se angustiam e acham que não estão cumprindo o seu papel. Mas... qual é mesmo o papel da dona de casa?

É necessário redescobrir-se, olhar pra o interior e perceber a que missão foi chamada e o que inspira o fato de dedicar-se ao lar. Ter uma vida cheia de dissabores pelo excesso de atividades desvirtua bastante a essência dessa escolha. Quando uma mulher decide ficar em casa e está consciente da importância disso para a sua família, ela sabe que seu papel está além dos serviços braçais. A dona de casa não pode se confundir com uma funcionária.

Mulheres que se desdobram para manter tudo cem por cento não percebem que apenas substituíram um trabalho pelo outro e na essência, nada mudou.  Embora a casa esteja um brinco, seu corpo e sua mente estão exaustos demais para receber o marido com bom humor, para sentar e conversar com os filhos, para brincar e rir com eles ou para ter tranquilidade para aconselhar o esposo ou o filho já adolescente. Neste caso, o suporte que a mulher deve ser já não existe e sua permanência apenas no lar já não faz tanto sentido.

Não que a mulher deva ser relaxada. Estar em casa não significa acordar sempre tarde, viver de pijama 24h e deixar a casa entregue às baratas. O lar precisa, sim, estar harmonioso, para que a família conviva saudavelmente e a manutenção da casa faz parte dessa harmonia. Mas a mulher consciente lembra que seu papel é mais espiritual do que braçal e dá prioridade às relações em detrimento das atividades domésticas.

*Lívia W. de Melo Costa - paraibana, católica, casada, mãe de um bebê que hoje mora com Deus,  tem formação em Gestão Financeira,  embora atualmente tenha decidido se dedicar exclusivamente ao lar. Gosta de bordar nas horas vagas e ler sobre cuidados com o lar, etiqueta,  moda e política.