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segunda-feira, 5 de maio de 2014

Marido antenado

Meu pai foi um homem extremamente participativo na vida familiar.  Trabalhou em dois empregos por toda dia vida útil. E nunca deixou de ajudar nas tarefas domésticas.  Minha mãe não trabalhava fora, mas conseguia dar aulas particulares em casa, e o restante do seu tempo era ocupado pelas duas filhas e seus pais que moravam próximos.

Papai voltava de seus plantões, que em muitos dias rodava vinte e quatro horas seguidas; dormia um pouco e ia cuidar de consertos da casa, fazia brinquedinhos para nós, ajudava a mamãe na cozinha, e tornava a vida dela mais fácil.

Lembro-me dele fazendo nosso café da manhã, para que a mamãe dormisse mais um pouco. Levava-nos ao colégio, dividia bem as tarefas domésticas, mesmo trabalhando tanto e num serviço de grande insalubridade.

Seria o marido ideal para os tempos modernos, onde as mulheres dividem com os homens os trabalhos fora do lar e os cuidados internos.

Ouço muitas mulheres casadas, ainda hoje, reclamando da falta de maturidade dos maridos: que não assumem essa posição de homens do lar e ao mesmo tempo provedores. Querem continuar com suas vidinhas de solteiros, sem abrir mão de seu lazer pessoal e individual.

Papai foi criado numa família numerosa onde cada um tinha suas tarefas em casa bem definidas, além de estudar e trabalhar para ajudar no sustento da casa. Isso o tornou um homem de fibra, ciente das suas obrigações dentro e fora do lar. O que facilitou sua vida na nova família que constituiu.

O que vemos hoje são filhos criados com tantos mimos, sem encargos em casa, e incapazes até de buscar um copo d'água na cozinha. Vão crescendo sem noção de responsabilidades, achando que o mundo está para servi-lo. Não permitindo que no futuro se tornem maridos atuantes e participativos no lar.

Para mudarmos esse quadro decadente temos que formar melhor nossos filhos, preparando-os para o mundo. Que eles aprendam a cuidar de suas coisas, desde pequenos. Não serão menos homens por isso.

2 comentários:

Pat disse...

Oi, Liana!
Beleza de lembrança de um PAI FORTE e CARINHOSO! O meu foi imigrante, vindo aos 22 anos dos EEUU para o Brasil, na época da Grande Depressão de 1929. Tb. deu muito duro e formou família toda brasileira. Hoje se estivéssemos todos vivos, poderia estar rodeado pelos 6 filhos, 9 netos e 5 bisnetos. God blessed him very much!

Liana Clara disse...

Oi Pat
Essas recordações são muito boas e esses exemplos que nos deram também ajudam bastante.
beijos

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