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terça-feira, 5 de junho de 2012

Lixo no Lixo

Queridos leitores e leitoras,
Pensem nos quatro episódios que vou lhes contar. Demonstram o modo como  diferentes pessoas se relacionam com seu próprio lixo.

Estava eu sentada no ônibus ,junto à janela, quando uma senhora bem posta sentou-se a meu lado. Trazia na mão um enorme sanduíche envolto em inúmeros  guardanapos além  da embalagem  da lanchonete onde adquirira seu almoço. Comeu  deixando cair pedaços de alface, batata palha, migalhas regadas em molho e maionese. Terminada a refeição, embolou os restos e passando o braço na minha frente atirou tudo pela janela.  Naturalmente eu me rebelei, mas chamei  sua atenção o mais educadamente possível. Ela atacou-me aos berros, muito indignada.


Em outra ocasião, estava eu esperando o sinal abrir para mim na esquina das Ruas Voluntários da Pátria e Real Grandeza  quando o Guarda Civil que controlava o trânsito simplesmente jogou no chão o invólucro do picolé que acabara de chupar. Ele estava parado a um metro da lixeira. Toquei no seu ombro e delicadamente mostrei-lhe o papel e perguntei se ele não trabalhava para a Prefeitura e se achava certo o que havia feito. Sua reação foi de espanto e disse: “Desculpe, Senhora “ , apanhou o papel e jogou-o na lixeira.

O terceiro episódio ocorreu na minha sala de aula. Meus alunos cursavam o último ano do  ensino  médio e todos se preparavam para o vestibular. Seriam universitários no ano seguinte. Ao entrar na sala, pedi  que recolhessem seus lixinhos do chão para que eu pudesse começar a aula.  Eles e elas “acharam graça” e  o mais desinibido entre eles me fez a seguinte pergunta: “Professora, por que a senhora se preocupa tanto com essas coisas”?  E ele mesmo respondeu: ISSO E CULTURAL!

Para encerrar a história eis o quarto episódio:  caminhava eu pela Rua Voluntários da Pátria quando reparei numa  senhora idosa que  carinhosamente conversava com seu netinho de talvez três anos de idade. O menino segurava  com a mãozinha melada de chocolate, um  papel e um palito do picolé. Sorri para os dois. A vovó então me disse, com um forte sotaque português: ”O pequenino está a procurar uma lixeira. Sabe a senhora, se não os ensinarmos desde pequenos...”.

É,  não podemos nos cansar de dar exemplo e  de repetir um milhão, dois milhões ou quantos milhões de vezes for necessário:  LIXO É NO LIXO.
                                                                                           Agnes G. Milley
  

Um comentário:

Patricia disse...

Olha só, Agnes querida, um outro lugar que a gente cansava de ver o chão cheio de lixo era no cinema após a sessão anterior.

Claro que havia pessoas educadas(ingáu Iêu!)que levavam seus próprios saquinhos vazios pra ir enchendo durante a sessão e guardar na própria bolsa. Agora o que reparo em muitos cinemas, como o ESTAÇÃO SESC IPANEMA, é que fica uma atendente na porta com um SACÃO de lixo na mão, pra gente colocar o lixo dos copos, sacos de pipoca, etc.

Se em todas as salas de cinema fizerem isso, já estamos nos educando melhor e deuxando o bom exemplo para as próximas gerações de cinéfilos!

Bjssssssss,
Patricia

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