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sexta-feira, 27 de abril de 2012

Água mole em pedra dura tanto bate até que fura

Por Maria Teresa Serman

Este ditado popular longevo pode ser traduzido modernamente como algo assim: a perseverança sempre alcança. Rima e faz sentido, na vida prática. Sem perseverança, nada conseguimos. Atualmente, porém, as pessoas andam praticando essa virtude quase que exclusivamente na vida profissional, bem menos na familiar. Nos afetos e responsabilidades também devemos exercitá-la.

Antes, era mais comum ver separações conjugais com médio tempo de casados. Agora não, é de pasmar o pouco que pode durar um casamento recente hoje em dia. A convivência bastante íntima que a maioria tem não previne, muito pelo contrário, o rompimento. Por que será? Pode ser que esse mesmo relacionamento pré-matrimonial tire a surpresa e lance os casais direto na rotina, no seu lado mais áspero. Também pode ser o fato de que ambos, marido e mulher, são independentes financeiramente, e concluem, erroneamente aliás, que isso lhes dá o direito de não suportar nada do outro. "Não preciso aguentar isso!" é o mantra das mulheres atualmente. As tarefas e as despesas devem ser milimetricamente divididas, não sobra espaço para a renúncia, e sacrifício é palavrão.

Esquecem facilmente da graça matrimonial, do sacramento, da união indissolúvel de corpos e almas. Fazem muitas aplicações financeiras, mas não investem nada no "capital" do casamento. Há que perseverar sempre, pois a vida familiar sobrevive do amor, que só sustenta esse nome somado à perseverança. Na educação dos filhos, por exemplo, é preciso repetir e ensinar incontáveis vezes as mesmas coisas, e reforçá-las com atitudes coerentes, o que também exige um mar de "água mole". Educar é basicamente isso, continuar com as mesmas mensagens, com a paciência renovada, com o abraço sempre a postos e os ouvidos permanentemente à escuta. Isso é amar. Serve para todos os afetos familiares e humanos em geral.

Um dos principais segredos amorosos é a perseverança, que, junto com a audácia de que já falamos, formam uma dupla bem sucedida. E a mais recompensada forma de perseverança é a oração, o amor a Deus, pois Ele, como o melhor dos pais, ouve nossas preces, nossos pedidos, se pedirmos o que for melhor para os nossos e para nós mesmos. "Pedi e recebereis; batei e abrir-se-vos-á.", assegurou Jesus Cristo no evangelho. É necessário não esmorecer na oração e perseverar na filiação divina, pois assim conseguiremos mover corações e atingir objetivos que parecem impossíveis.

Um comentário:

Patricia disse...

Magnífica reflexão! Não apenas para os que se preparam para a vida conjugal e maternidade/paternidade, mas também alenta os corações dos que já enfrentaram tantas tormentas na vida, sem contudo perder o foco da BELEZA QUE É A VIDA CONJUGAL VOLTADA COM TODO O CORAÇÃO PARA DEUS!

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