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quarta-feira, 27 de julho de 2011

RETRATOS ANTIGOS, IDEIAS NOVAS.

Por Maria Teresa Serman

Remexer em guardados, como diria minha avó, traz bons momentos de volta. Guardando coisas achei outras, insuspeitas. Nem me lembrava de um álbum do meu filho Bruno, estava escondido atrás de uma grande mala. Resgatei-o com um misto de saudade e alívio, pois ele vivia me acusando, de brincadeira, mas é assim que se dizem as verdades mais ocultas, de não lhe ter feito um, já que era o terceiro filho, um pobre esquecido. Bem feito, “quebrou a cara”, como eles mesmos gostam de dizer, o álbum é bonito, moderno pra época e cheio de retratos divertidos e interessantes.

Do bebê fofíssimo e risonho que ele foi; dos irmãos pequenos se abraçando; de nós dois, pai e mãe, mais jovens e não menos felizes; de queridos parentes e amigos que já se foram para o Pai; de amiguinhos que agora são adultos, uma dádiva completa! Que bom que os anos passam e podemos conservar na mente, no coração e nas proximidades aqueles que amamos! Não é difícil, é só investir na amizade, no serviço, no carinho; enfim, no Amor.

Então me veio à cabeça que podemos tomar certas atitudes para congregar a família em torno de coisas velhas/novas. Não tipo a hora da saudade, pra se lamuriar e chorar os falecidos, mas para relembrar e acarinhar memórias doces e engraçadas. Por que não fazer uma rodada de sopas com tertúlia (parece que vem uma frente fria por aí...), todos se sentarem juntos e deixarem que as fotos entreguem a felicidade, e a esbeltez tão fácil, de alguns anos atrás? Os filhos vão cair em cima da barriguinha do papai e da cinturinha já não tão fina da mamãe, mas faz parte do show, afinal pra que servem os pais?

É um exercício de catarse também, porque acabamos descobrindo sentimentos positivos e menos positivos na volta à infância ou adolescência de nossos filhos. Retomamos a certeza de somos falíveis, seres humanos que deram (e continuam dando) o máximo si mesmos como pais, mas nem sempre acertam. Os filhos enxergam isso, porém é saudável que as críticas ou insatisfações venham à tona, para que se consertem ou se neguem, como a do meu “pobre terceiro filho que nem teve um álbum” pra chamar de seu.

Como sou antiguinha em certas coisas, “vintage”, pra dar uma de chique, lamento um pouco essa nova fotografia digital que dificulta e encarece copiar as fotos. O progresso, contudo, veio pra ficar, e graças a ele podemos escanear velhas fotografias que correm o risco de se apagarem. Foi o que aconteceu com essas que enfeitam esse texto. Boas recordações pra vocês!

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