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segunda-feira, 31 de maio de 2010

Perguntas e Respostas: Dra Mannoun Chimelli - Adolescentes - Como educar? (Parte 44)

As perguntas estarão apenas com as iniciais dos nomes, para deixar bem à vontade nossas amigas.

Filhos casados jovens
1 - A. S. diz: Dra e quando nossos filhos se casam muito novos? Como ficamos? Não podemos mais educá-los nem interferir nas coisas que farão de suas vidas? Deixamos quebrarem a cabeça pra acertarem sozinhos?

RESP:Caro Sr.A.S.
Uma vez que os filhos constituem suas próprias famílias, cabe aos pais continuar a dar o exemplo, colocar-se à disposição, mostrar que estão e estarão sempre disponíveis a ajudar no que os filhos necessitarem, não interferindo a não ser quando solicitados. É uma atitude que muitas vezes custa aos pais, especialmente quando - tendo já percorrido o caminho- percebem que haverá tropeços. Mesmo assim, calem-se, rezem aguardem o pedido de ajuda ou de um conselho, mas não é prudente interferir. Os filhos receberão agradecidos este modo de agir e confiarão cada vez mais.Não podemos tirar todas as pedras de tropeço do caminho dos filhos. Dar bom exemplo, acolher, abraçar, enxugar lágrimas, animar - este o nosso papel! É difícil, mas vale a pena!
Atenciosamente, Mannoun

Filhos de pais separados
2 - O. A. S.diz: Como é possível dar uma boa educação a um filho quando os pais se separam e cada um vai morar com outra pessoa e a criança tem que conviver com estas duas famílias novas? O que é necessário combinar entre pai e mãe para que consigam educá-lo?

RESP:Cara Sra, O.S. Algo muito importante é que os pais se RESPEITEM para respeitar o filho. Na prática, significa que um não fale mal do outro, que não apontem os defeitos mútuos diante de terceiros- especialmente diante e para o filho!
Realcem as qualidades de um e outro, e, sobretudo não façam comparações do filho com tal ou qual defeito do outro - " você é gastador como seu pai !" ou não suporto quando você fala grosseiro como sua mãe"...etc., etc.
Não queiram saber como o filho está sendo tratado na nova casa- cortem a curiosidade - “que você almoçou lá?- como é seu quarto, etc."
Se o filho contar, ouçam sem comentários desastrosos...
Passem seus valores, dêem bom exemplo, saibam respeitar, ouvir, calar e falar quando necessário.
Fico às suas ordens, Mannoun

Adolescente com horários
3 - A. diz: Que
tipo de rotina preciso criar pra minha filha de 15 anos ter horários a cumprir, além dos estudos e lazer? Que cuidados com ela e com a casa ela deve ter pra crescer mais organizada e deixar de só querer farra?

RESP: Caro A., a rotina aos 15 anos já deveria existir - tarefas em casa, ordem para cuidar de seu quarto, roupas, capricho e também responsabilidades nas tarefas domésticas. Afinal a casa é de todos e os pais devem distribuir atribuições entre todos para o bem estar comum.
Em casa há horários? Levantar, estudar, ir à escola, refeições, atividades dentro e fora de casa? Como é o dia a dia? Quando os filhos vão a festas? Quem leva e vai buscar?Conhecem mesmo as amizades deles, os pais, os hábitos de cada um?
Não é que sejamos quadriculados, mas estas coisas devem fluir com naturalidade no dia a dia de um lar, sem muito “falatório”, porque mesmo que os adolescentes reclamem, na verdade eles gostam e desejam que os pais estejam à sua volta, que digam NÃO em muitas situações, que haja vivência de valores e virtudes em casa.
Boa sorte e fico às ordens, Mannoun

domingo, 30 de maio de 2010

Uma leitura envolvente: Razão e sensibilidade

Vejamos que podemos nos envolver tanto com um livro como com um filme e tendo os dois é bom sempre fazer esta experiência dobrada, com certeza nos dará muito mais visão geral da história e também a oportunidade de decidir sobre o melhor.

Razão e Sensibilidade (no original, Sense and Sensibility - link para o livro por R$ 12,90 na Livraria Cultura) da inglesa Jane Austen.

Conta estória de duas irmãs, Marianne e Elinor Dashwood , que vivem na inglaterra do século XVIII. Logo no início do livro, o pai delas morre, e assim elas ficam com poucos recursos. Naquela época, as filhas não herdavam, só filhos varões. O irmão fica com os bens e elas, junto com a mãe e a irmãzinha caçula, vão morar de favor em um simples chalé no interior. Sobre este fato a autora embasa sua crítica aos costumes da época, focalizando a injustiça que as mulheres sofriam por não terem seus direitos civis assegurados.

Marianne é a mais sensível (a sensibilidade do título), Elinor, a mais velha é a mais racional (logo a razão). Acontecem peripécias amorosas em que ambas estão envolvidas, sempre se evidenciando o amor e a dedicação entre elas.

O romance rendeu um belo filme de Ang Lee, com Ema Thompson, Kate Winslet e Alan Rickman, o Severo Snape dos filmes de Harry Porter. Só que aqui o ator está com uma aparência bem melhor. Vale conferir.

Os críticos dizem que Razão e Sensibilidade é o seu livro mais fraco, mas a fonte de um filme maravilhoso. A transformação para o cinema foi feita pela própria Emma Thompson, atriz que também participou do filme.

O filme começa com a morte de Mr. Dashwood, que deixa a sua segunda esposa com três filhas de diferentes idades sozinhas. Ele implora no seu leito de morte para que seu filho (do primeiro casamento) não deixe as garotas abandonadas - mas a sua nora é gananciosa e no final, a soma que fica de fato para as irmãs é ínfima.

É magnífico. Ang Lee conseguiu capturar a essência do livro, que realmente passeia pelo drama, pelo romance e também pela comédia. E conta com uma paisagem lindíssima.

É uma linda produção que merece todas as críticas positivas que ganhou até hoje.

sábado, 29 de maio de 2010

Para viver um grande amor – 10 - "Casal N e C"

Aproveitamos o título do poema tão conhecido para fazer uma homenagem a grandes e profundos amores, que vêm sendo testados em anos de convivência. São amores que originaram famílias, alicerçadas pelo compromisso renovado de continuar juntos, apesar dos "perigos desta vida". A paixão não acabou, se tornou forte e agregou filhos, parentes e amigos. Ver o que deu certo para muitos pode suscitar novas idéias para revigorar os laços do casal e da família.

Vejam a nossa décima entrevista:

O casal não será identificado pelos nomes, para evitar uma exposição maior.

Casal N e C responde:


Como você conheceu sua esposa (seu marido)? Demorou muito para começarem a namorar?
Bom, conheci meu marido em seu ambiente de trabalho e depois de três meses nos reencontramos em uma festa em casa de amigos. Começamos a namorar no final de semana depois da festa.

2) Quando se casaram e como foram os primeiros tempos de casamento?
Casamos quatro anos depois, e os primeiros anos de casamento foram um período de adaptação entre os dois. Eu acho que só conhecemos bem o outro quando passamos a conviver... Mas também foram anos de muito carinho, amor e preocupação de um pelo outro.

3) Como você se definiria como esposa (marido) – suas qualidades e no que você pretende melhorar?
Como esposa... Pergunta muito difícil de responder... Eu acho que sou carinhosa, amiga e cúmplice. Estamos juntos para tudo. Mas às vezes não sou tão carinhosa e tão amiga assim, mas sempre juntos. Eu penso em melhorar em muitas coisas: conversar mais antes de brigar, ser mais companheira, estar mais atenta para não ficar distante, cuidar para que não sejamos dois desconhecidos que dormem e acordam juntos, mas que estão separados.

4) O que vocês fazem para alimentar e melhorar o relacionamento nestes anos de matrimônio?
Com esta situação de não ter os filhos vivendo com a gente,(estão estudando fora) a minha maior preocupação e meta é estar sempre junto do meu marido, demonstrar o meu amor e carinho por ele. Acho que é muito difícil no dia a dia, demonstrar e praticar esse amor. Mesmo que você sinta. Estamos nos adaptando a essa nova situação, estamos tentando voltar aos velhos tempos...

5) Dizer os anos de casados. Estamos casados há 24 anos. Espero ter ajudado vocês.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

As (loucas) mães de famílias numerosas

Por: Maria Teresa Serman

Hoje em dia consideram-se famílias numerosas as que geram mais de três filhos. Para mim, porém, que faço parte do time das "loucas", só dá pra entender "numeroso" por,no mínimo,cinco filhos. Como esta é exatamente a minha experiência - cinco -, vou tentar dar uma pálida idéia deste cotidiano. Prometo omitir os detalhes mais fortes, afinal este é um blog ameno.

Começo por aí mesmo - bom humor. Sem ele como companheiro fiel ninguém vive; mas ao estar cercada de pequenos seres exigentes, sem ele não se sobrevive. Creio piamente que é o melhor instrumento de formação e convivência, na família e fora dela. Lamento se não soube valorizá-lo quando precisei, ao educar meus filhos, pois perdi excelentes oportunidades de fazer, a eles, a meu marido e a mim mais felizes. Agora eu o mantenho à mão o tempo todo, e recomendo seu uso indiscriminado sempre. Use e abuse da alegria e do otimismo, nunca é demais.

Uma visão positiva da vida está na alma de quem se dispõe a melhorar o mundo com vários filhos. Não é determinante o volume de roupa que temos que lavar; o número de fraldas que temos que trocar, e nem o ritmo alucinante de banhar, alimentar, levar e apanhar crianças na escola, inversamente proporcional aquele em que adquirimos os supérfluos que outras famílias colecionam.

É fundamental ter a ordem como mestra e senhora para se conseguir levar avante esse ambicioso projeto. As pessoas gostam de se dar ao direito de nos chamar de loucas, mas somos as mulheres mais sensatas que existem, podem acreditar. Senão já estaríamos internadas e os filhos, no Juizado. Com organização se conseguem o que muitos reconheceriam como "milagres".

Devemos também sempre lembrar que cada filho é uma pessoa individual, e, portanto, merece atenção e afeto personalizados. Aprendi isso com minha avó, que levou uma vida difícil, mas com resultados muito felizes. Teve três filhas, e havia um rodízio das meninas na cozinha, com ela e a empregada, para aprenderem a fazer o básico. Depois desse treinamento, vovó levava a aprendiz para passear e lanchar no centro da cidade - o chique era ir à Colombo, `a Cavé e outras -, com sua atenção exclusiva.

Há muitos detalhes da rotina (acho que esta palavra não se aplica ao caso, contudo não tenho outra melhor) da mãe de família numerosa que podemos relatar em nova ocasião. Por hoje, vou me concentrar em um aspecto cansativamente mencionado - o da "loucura" de ter o número de filhos que o mundo reprova. E assim é, sem dúvida, pois amar com generosidade, como deve ser - senão é outra coisa, não merece ser chamado de amor - é loucura, sim. Nada menos que isso. Não pela contabilidade mesquinha de mais ou menos bebês, e sim por que é preciso enlouquecer aos olhos do mundo para conhecer o verdadeiro amor. Aquele que "tudo suporta", que a tudo transforma, a começar por si mesma.

Se acompanharmos a trajetória de vida de uma mulher que se permitiu enlouquecer de amor, verificaremos que é feliz como poucas, pois só quem vive a insanidade cotidiana do amor descobre a felicidade, que não lhe resiste. Permanece com ela, mesmo na hora da doença, da escassez de meios, até na falta de correspondência a este amor. É esse o verdadeiro alimento da família, mais do que pão e leite sobre a mesa. É com esse amor com que todos sonham, ainda que não saibam, ou não queiram admitir.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Para viver um grande amor – 9 – "Casal A e L"

Aproveitamos o título do poema tão conhecido para fazer uma homenagem a grandes e profundos amores, que vêm sendo testados em anos de convivência. São amores que originaram famílias, alicerçadas pelo compromisso renovado de continuar juntos, apesar dos "perigos desta vida". A paixão não acabou, se tornou forte e agregou filhos, parentes e amigos. Ver o que deu certo para muitos pode suscitar novas idéias para revigorar os laços do casal e da família.

Vejam a nossa nona entrevista:

O casal não será identificado pelos nomes, para evitar uma exposição maior.
O Casal A. e L. responde:

1) Como você conheceu seu marido? Demorou muito para começarem a namorar?
Nós nos conhecemos desde crianças,estudamos juntos no curso fundamental,e L. era o melhor amigo de meu irmão.Interessante que,quando crescemos,embora saíssemos juntos para festas,pois pertencíamos ao mesmo grupo de amigos, havia entre nós uma certa cerimônia,porque não dizer, não conseguíamos ter um com o outro,o mesmo comportamento que dedicávamos aos outros amigos desse grupo, embora nos conhecêssemos há muito mais tempo....
Às vezes eu o julgava pedante, e ele sempre procurava um motivo para discordar de mim,em relação à política,por exemplo. Eu ficava muito brava, e ele morria de rir, tornando-me mais furiosa ainda...
Numa noite dançante na casa de um amigo nosso,quando dançávamos uma linda música,disse a ele que adorava aquela música, mas não sabia o nome. Creio que esta melodia também deveria ser uma de suas preferidas, pois ele sorriu de maneira diferente e respondeu-me: SUMMERTIME. Deste momento em
diante, ficou claro que tudo mudou entre nós. Algum tempo depois começamos a namorar.
Aquela maneira de nos tratarmos anteriormente já tinha um significado, creio eu que não podíamos ser somente ami
gos. Três anos depois nos casávamos, inteiramente apaixonados...

2) Quando se casaram e como foram os primeiros tempos de casamento?

Os primeiros anos de casados foram a época de acertar arestas, como penso serem todos os casamentos
.Ele era demasiadamente ciumento,e um pouquinho machista,embora soubesse que eu era muita convicta em relação ao que fazia ou pensava É precisamente neste momento que o amor e a sabedoria devem prevalecer! Procuramos resolver estas diferenças, tendo sempre em mente o que significávamos um para o outro. De minha parte, achava que deveríamos encontrar um denominador comum, pois ele era um excelente marido e pai. Esqueci-me de dizer que nosso primeiro filho nasceu um ano após nos casarmos. O diálogo foi sempre uma constante entre nós.
Dez anos depois nascia a menina, para completar nosso lar: eu sonhava ter uma filha,e ela chegou linda, parecia uma boneca!
L. demonstrou, durante estes 42 anos e meio de casados, ser um grande amigo meu, amparando-me não só nas horas de perdas,como também nas horas em que adoeci (por 2 vezes de maneira grave). Ele foi incansável, paciente, compreensivo, se desvelando por mim.
Em relação a meus pais, ele representou o verdadeiro papel de filho, até os últimos momentos deles.


3) Como você se definiria como esposa - suas qualidades e no que você pretende melhorar?
No tocante ao que precisa melhorar, penso que ele precisa exteriorizar mais seus problemas pessoais, para que possamos resolvê-los a dois, ao invés de ficar mudo e preocupado, inviabilizando minha ajuda,e às vezes até criando um clima ,de certa forma, desagradável.. As pessoas possuem suas características pessoais; porém, precisam lutar no sentido de amainá-las!
Quanto a mim, penso que devo cobrar menos a mim mesma e a ele.Tenho o péssimo defeito de ser perfeccionista.

4) O que vocês fazem para alimentar e melhorar o relacionamento nestes anos de matrimônio?
Para manter o romance,o amor,o carinho,sempre temos em mente que eles são como uma plantinha,que precisa de cuidados constantes,como demonstrar vontade de agradar,por meio de atitudes,gestos e atenções. Penso que, nessa hora, influi muito professarmos sinceramente uma religião, que é o nosso caso. Foi-nos de muita valia os diversos anos que trabalhamos em Encontros de Casais com Cristo,aprendemos muito,e fomos sobremaneira abençoados por Deus.!
5) Dizer os anos de casados.
Completaremos 43 anos de casados no dia 13 de setembro, se Deus quiser!

quarta-feira, 26 de maio de 2010

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O politicamente correto

Por Maria Teresa Serman
Há uma notável diferença na escolha entre empregar um substantivo e um adjetivo, quando nos referimos aos outros, e até a nós mesmos. É um detalhe de delicadeza, em que a maioria das pessoas não presta atenção. Uma coisa é dizer que alguém fez uma bobagem; soa bem mais ameno que chamá-lo(a) de bobo(a). Porque quando empregamos o primeiro, expressamos um momento; já no segundo caso qualificamos a pessoa e comprometemos nisso os nossos conceitos, embutindo uma análise a priori. Por aí chegamos facilmente ao preconceito.

PRECONCEITO - palavra politicamente incorreta, maldita e execrada em nosso tempo. Dessa condenação unânime derivam antagonicamente dois fatos: um bom, pois julgar o semelhante por estereótipos é nefasto e trouxe perdas irreparáveis para a humanidade. Por outro lado, a aversão atual a qualquer análise, muitas vezes classificada erroneamente como preconceito, deixa uma brecha perigosa a que tudo seja considerado normal, aceitável e até louvável, quando freqüentemente não o é. Medo de aprofundar na verdade ou respeitos humanos (não confundir com respeito ao ser humano) são os responsáveis por uma "bondade" que é sinônimo de fraqueza de princípios.

Não me entendam mal, não defendo a intolerância e abomino o preconceito de qualquer espécie. Penso, porém, que a mesma leviandade que embasou erros históricos anda travestida (Ih! Foi mal!) de musa politicamente correta em nossos dias. Não se pode discordar, não é permitido recriminar nada ou ninguém, somente o que os apóstolos da mídia consideram conservador, retrógrado ou "de direita". A maioria quer (re)ditar a moral e os mesmos que pregam a "liberdade de consciência" querem proibir a "liberdade das consciências".

Uma retrospectiva racional da história facilmente nos mostrará que a maioria, em épocas cruciais, ou foi levada de roldão por líderes carismáticos, de ambos os vértices ideológicos, ou compactuou com suas idéias em benefício próprio. Se o individualismo traz prejuízos ao indivíduo e à sociedade, a ditadura do "todomundopensaassim" também.

Cada um pode ter o comportamento sexual que bem lhe aprouver, e não devemos condenar, nem sequer criticar. Agora, quando uma moça ou um rapaz resolve se guardar até o casamento, aí não pode, é uma aberração, faz mal (Promiscuidade é que faz bem à saúde, como se pode observar!), podem ser ridicularizados à vontade, pois são anormais. Isso para mim é puro farisaísmo.

Outro ponto é classificar de homofobia o direito legítimo das famílias que não acham certo presenciar atitudes públicas explícitas e, na maioria das vezes, escandalosas, entre pessoas do mesmo sexo. Não se trata de condenar as pessoas, e sim de não aceitar tal comportamento como natural. Do jeito que está, a exceção virou regra.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Sensibilidade à condição feminina

Por Rafael Carneiro da Rocha

A colaboradora do blog Maria Teresa, numa resposta ao meu comentário sobre o texto "Nadar contra a corrente", disse:

"A "herança do crime" - o machismo - ainda está muito presente nos homens, mas é inconfessável, pois pega mal. Agora os homens passaram, na aparência pelo menos, para o lado oposto e perderam o cavalheirismo e a visão de delicadeza (e pureza, infelizmente) que as mulheres lhes inspiravam".

Os homens de hoje, principalmente os jovens, me parecem mais sensíveis. Porém, é preciso questionar alguns desses novos sentimentos que, aparentemente, visam corrigir comportamentos toscos que outrora foram tidos como bastante masculinos. O rapaz sensível de hoje não se inicia sexualmente do mesmo modo que os seus antepassados, em cômodos obscuros de bordéis. Muitos se iniciam precocemente, com as suas namoradas, numa noite que pode ter direito a chocolates e buquê de flores para a queridinha. Definitivamente, trata-se de um jovem mais sensível do que o seu avô. Porém, não podemos confundir sensibilidade com proezas mais elevados do espírito, como a busca pelo amor e pela verdade.

O homem sensível de hoje pode cometer tantas infelicidades como o machão de antigamente. Existe uma sentimentalidade nos novos homens que se reflete na própria cultura.

Respeita-se mais a condição da mulher e isto é bom. Mas esse respeito me parece muito mais inclinado a contingências igualitárias de nossa época do que a uma tentativa real de se inspirar pela delicadeza feminina. Querer que as mulheres sejam como nós é muito pouco ainda. Dá a entender que o desejo social para com a condição feminina reside apenas nos fatores que elas possam se parecer com os homens. Desejam que elas tenham os mesmos postos de trabalho, os mesmos salários, as mesmas oportunidades de satisfação de prazeres e a mesma independência. Essa igualdade política entre homens e mulheres ainda me parece condicionada às velhas coisas que o mundo dos homens inventou há tempos. Ou seja, por mais que os homens possam ser mais sensíveis, ainda existe o desejo antiquado pelo mundo regido por preceitos masculinos. O machismo continua, firme e forte. O pensamento politicamente correto fala em igualdade, mas é bom lembrar que é uma igualdade nascida do ponto de vista masculino.

Só é possível respeitar a verdadeira condição da mulher se permitirmos que elas sejam, simplesmente, mulheres. Buscar igualdade de direitos é apenas um primeiro passo. E um passo instrumental, ainda por cima. A mulher está além de ser uma mera igual ao homem. Entender uma mulher é difícil, mas se deixar inspirar pelas suas virtudes natas é um bom desafio. Para uma civilização sadia, é preciso que as grandes virtudes femininas sejam soberanas.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Perguntas e Respostas: Dra Mannoun Chimelli - Adolescentes - Como educar? (Parte 43)

As perguntas estarão apenas com as iniciais dos nomes, para deixar bem à vontade nossas amigas.

Adolescente gordinha
1 - C. G.diz: Dra o que eu posso fazer para ajudar a minha filha adolescente para emagrecer. Ela esta muito gordinha e sofre por isso, na escola e com os amigos. Mas não deixa de comer muito. Esta sempre comendo bobagens fora de hora das refeições.
RESP:Olá, C.G.
Que bom que sua filha não esteja contente por ser gordinha,porque o importante é que ela queira ser ajudada ! Sugiro que marquem uma consulta com um médico clínico que, após um bom exame físico, pedirá com certeza alguns exames laboratoriais e ao final, vocês solicitarão que ele mesmo a encaminhe a uma nutricionista a fim de orientar alimentação, horários, cardápio, etc.
Ela faz exercícios físicos? Costuma caminhar, dançar, ajudar nos trabalhos domésticos? Tem Amigos? Tudo isto faz parte de uma Adolescência saudável, saindo de olhar muito para si mesma, pensando nos outros, quem sabe visitando Orfanatos para brincar com as crianças, ou indo a Asilos cuidar um pouco e fazer companhia aos idosos...
Importa muito, repito, que ela queira ser ajudada para ajudar-se a si mesma, pois é fundamental aprender a dominar e bem utilizar a Vontade !
Fico as suas ordens e um abraço, Mannoun

O que fazer: Gravidez de adolescente?
2 - A. diz: Acho que este assunto já pode ter sido falado aqui, mas como estou muito aflita vou colocar meu caso. Minha filha esta grávida, com 15 anos, depois do susto, estou sem saber quais providencias tomar, por onde começar a agir para que esta gravidez corra bem para ambos, ela e o bebê. O pai é um moleque também de 16 anos e nem queremos saber dele. Meu marido ficou desnorteado e só sabe brigar com ela. Temos outra filha menor , de 11 anos, como devemos agir para que isso não aconteça com a outra? Agradeço toda a ajuda que puder dar.
RESP: Cara Sra., vamos por partes:
a) Peça ao pai que não brigue com ela porque o momento é de apoio, acolhida, carinho e não de brigas, pois que o bebê já está presente e participa de tudo! Não quer dizer que vamos bater palmas e concordar, mas brigar é o que menos ajuda!
b) Não afastem o pai do bebê, mas tragam-no para perto de vocês, sejam amigos também dos pais deles que serão os outros avós. Afinal, devemos pensar em FAMÍLIA, o que não significa que eles se casem agora, mas sintam que há uma convivência amigável e não hostilidade!
c) O jovem deve acompanhar a Sra. e sua filha às consultas de pré-natal, para que comecem a tomar consciência de seus papéis como pais e já comecem também a assumir a responsabilidade de suas ações;
d) Quanto à sua filha de 11 anos, não imagine que também ela percorra o mesmo caminho da irmã. Respondam com carinho e veracidade suas perguntas e caso ela não se manifeste, a atitude de vocês dentro de casa e seu exemplo fala muito mais alto. Converse claramente com ela sobre o que é o AMOR de verdade, sobre saber controlar seus impulsos, ver menos novelas, internet sob controle, selecionar amizades e companhias...
e) Seja muito amiga de seu marido, leve serenidade e paz para ele e toda a família- é trabalhoso, mas o papel da mulher, esposa e mãe é de fazer seu lar luminoso e alegre e garanto-lhe QUE VALE A PENA!
Um abraço e fico às suas ordens, Mannoun

Como lidar com adoção e filho natural?
3 – A. diz: Como lidar com a filha adotada de 11 anos na chegada do meu bebe?
Depois de tantos anos, por fim consegui engravidar e agora estou para ter um bebê, menino, e temos a nossa filha adotada, que esta cheia de ciúmes e numa fase rebelde. Como mostrar a ela que o bebê vai precisar de cuidados, mas que ela também é muito amada por nós?
RESP: Minha Sra, que alegria a chegada de mais um filho! Demonstre com muito carinho para a mais velha, o quanto vocês são felizes pela presença dela e que cada vez mais necessitarão da sua ajuda com a família crescendo! Repita muitas vezes o quanto foi importante que ela chegasse primeiro para mostrar o caminho e ajudar os pais a desfrutarem as alegrias de um lar ! Seja paciente com ela, dando limites aos seus ciúmes e pergunte se deseja a ajuda de uma boa psicóloga para aprender a partilhar, ser generosa, abrir seu coraçãozinho... Ela tem amigos? Os amigos têm irmãos? Estes a ajudarão a olhar o bebê com outros olhos... Não valorize demais nem comente com terceiros que ela está enciumada, pois que são atitudes que reforçam os sentimentos, mas mude de assunto, passeiem, distraiam-se juntos, peça ajuda dela nas tarefas de casa, etc.
Fico a seu dispor se desejar conversar mais e parabéns! Mannoun
Criança briguenta na escola
4 - A. diz: Olá Dra, tudo bem , eu tenho um filho de 05 anos e esta no Jardim II, só que ele esta batendo nos coleguinhas, não quer fazer nada das tarefas na escola e diz a professora que não sabe e não consegui fazer nada, fica cantando e distraido, só que em casa ele faz tudo , por favor me ajude por favor, obrigada
RESP:
Converse com carinho e calma com seu filho e pergunte a ele o que acha da Escola, se vai com alegria, se prefere ficar em casa um pouco mais e ter aulinhas com a senhora. Se em casa ele faz tudo como diz e se recusa na Escola,pode ser que ele ainda não esteja suficientemente adaptado e com um pouco mais de tempo já deseje a companhia de coleguinhas. É muito freqüente que estas situações aconteçam e pode ser esta a situação.
Faça a tentativa e observe. Fico às suas ordens,e um abraço da Mannoun

domingo, 23 de maio de 2010

Sugestão para uma boa leitura: O menino do dedo verde

Não há quem não goste de ler um livro bem escrito e de fácil leitura, e com uma história bem interessante. É uma boa dica para dar aos nossos filhos.
O Menino do dedo verde é um livro assim, gostoso.

Tistu é um menino muito sortudo. Vive na cidade chamada Mirapólvora numa grande casa, a Casa-que-Brilha, com o Sr. Papai, Dona Mamãe e o seu querido pônei Ginástico. Eles são ricos, pois o Sr Papai tem uma fábrica de canhões. Para grande decepção de todos, Tistu dorme nas aulas. Sr Papai resolve fazer com que Tistu aprenda as coisas vendo-as e vivenciando-as. As aulas serão com o jardineiro Bigode e com o gerente da fábrica de canhões, o Sr Trovões.

Na primeira aula, o jardineiro bigode descobre um dom fantástico em Tistu: o menino tem o dedo verde! Isto significa que, onde ele colocar o dedo nascerão flores! Porém as pessoas grandes não iriam entender este dom. Seria melhor mantê-lo em segredo. Bigode se transforma no conselheiro de Tistu.

Tistou Les Pouces Verts, foi escrito em 1957 pelo escritor francês Maurice Druon.
E temos uma ótima tradução feita por Dom Marcos Barbosa.

sábado, 22 de maio de 2010

Li por aí – (7) - Família

Como o nosso foco é a família, tudo de bom escrito para ela ou sobre ela, aproveitamos aqui no nosso BLOG, segue abaixo um texto muito bom sobre o ambiente familiar.

De Pe Paulo Monteiro Ramalho

“Sobre o ambiente de família se pode falar sobre muitas coisas, sobre o ambiente de respeito, de cordialidade, de preocupação de uns pelos outros, de confiança, etc. Mas gostaria de falar de um aspecto bem concreto: da relação entre a família e a televisão.

Ao falar deste tema, me vem à memória um texto que toca no cravo do que quero falar. Eis o texto:

A professora Ana Maria pediu aos alunos que fizessem uma redação sobre o que eles gostariam que Deus fizesse por eles. À noite, corrigindo as redações, ela se depara com uma que a deixa muito emocionada. O marido, nesse momento, acaba de entrar, a vê chorando e lhe pergunta: "O que aconteceu?". Ela responde: "Leia [Era a redação de um menino]".

"Senhor, esta noite te peço algo especial: me transforma em um televisor. Quero ocupar o seu lugar. Viver como vive a TV de minha casa. Ter um lugar especial para mim, e reunir minha família ao redor... Ser levado a sério quando falo... Quero ser o centro das atenções e ser escutado, sem interrupções nem questionamentos. Quero receber o mesmo cuidado especial que a TV recebe quando não funciona. E ter a companhia do meu pai, quando ele chega em casa, mesmo que esteja cansado. E que minha mãe me procure quando estiver sozinha e aborrecida, em vez de ignorar-me. E ainda, que meus irmãos briguem para estar comigo. Quero sentir que a minha família deixa tudo de lado, de vez em quando, para passar alguns momentos comigo. E, por fim, que eu possa divertir a todos.

Senhor, não te peço muito... “Só quero viver o que vive qualquer televisor”. - "Coitado desse menino, disse o marido de Ana Maria. Nossa! que coisa esses pais!". E ela lhe observa: "Essa redação é do nosso filho".

Todos nós estamos de acordo que a televisão é um bem inquestionável: nos permite estar informados sobre os problemas do mundo, nos oferece um meio de entretenimento e lazer, etc. No entanto, como tudo, deve ocupar o lugar adequado.

Que pena seria se:
- a televisão fosse uma ocasião de distanciamento familiar;
- a televisão fosse o centro da família, ao invés de ser cada uma das pessoas;
- a televisão recebesse mais atenção quando não está funcionando do que as pessoas da casa quando não estão bem;
- a televisão fosse o elemento ao redor do qual todos se unem, em vez daquele filho, daquela irmã que pode contar muitas coisas interessantes de como foi o dia;
- a televisão fosse o instrumento de descanso, de relaxar o stress, em vez da história divertida de algum familiar;
- a televisão fosse ouvida como ninguém na família;
- tivéssemos muito mais interesse em ouvir o que a televisão tem a dizer do que o que um familiar tem a dizer;
- nos largássemos diante da televisão numa atitude comodista e egoísta, pois é mais cômodo “ver o que queremos” do que “falar com quem devemos”.

O que podemos fazer?
- fomentar mais o diálogo familiar; quantos familiares conversam apenas com monossílabos!
- reunir, se possível, toda a família para conversar; este costume, que algumas pessoas têm, chama-se “tertúlia”; trata-se de reunir a família após o jantar, por exemplo, e sentarem todos fazendo uma roda e começarem a falar sobre qualquer coisa: coisas do dia, algum tema interessante que saiu no jornal onde cada um vai fazendo a sua apreciação, algum tema interessante do trabalho de cada um, uma aula simpática a que assistiu, uma conversa interessante que teve com um amigo, um tema cultural, etc, etc;
- repensar se vale a pena que todos os familiares tenham uma televisão no seu quarto: sempre será uma ocasião de alheamento familiar, além de ser ocasião para assistir todas as baixarias vergonhas que passam na televisão (isto é extremamente daninho para os filhos; também para as pessoas mais velhas);
- não almoçar ou jantar com a televisão ligada ou assistindo à televisão se estamos com mais alguém.

Que alegria é uma família onde o ambiente é uma delícia, onde há fortes laços familiares! Mas não esqueçamos, isso só se consegue gastando tempo com as pessoas, conversando e conversando com elas.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Casais com diferença de idade: dá certo?

Depois de estar 36 anos casada com um homem 13 anos mais velho do que eu, acho que já dá pra ter alguma idéia sobre o assunto.

Atualmente vemos acontecer o contrário, mulheres muito mais velhas do que os homens querendo ter uma vida normal de casados.

Bem, as duas situações são delicadas e com certeza é preciso um ingrediente muito consistente para que o casamento dure e vá até o fim da vida.

É preciso pensar que as pessoas envelhecem, e cada um no seu tempo; logo, uma jovem que casa com alguém 20 anos mais velho saberá que quando estiver com 50 anos, seu marido terá 70 anos, matemática simples e exata! Serão interesses bem diferentes e cada um vai precisar se adaptar ao modo de viver do outro e das suas necessidades.

Já um jovem que se casa com uma mulher 20 anos mais velha terá, com certeza, muito mais diferenças no seu casamento e precisará de muito mais tolerância e boa vontade, e também uma dose extra de muito amor, porque, infelizmente, a mulher tem um envelhecimento mais notório que o do homem.

E mesmo com todas as cirurgias plásticas, podemos notar a diferença aguda entre uma moça de 25 anos e uma mulher de 50 anos. Sem contar que a idade na mulher define seu tempo de fertilidade para constituir uma família com filhos. Por outro lado, falando da parte psicológica, as mulheres têm um amadurecimento muito maior do que a média dos homens; assim sendo, a distância entre as mentes pode ser um grande empecilho para que o relacionamento vá adiante.

Posso estar equivocada, porém, observando os relacionamentos atuais de várias artistas com homens mais jovens, temos a prova da verdade desta situação. Elas acabam traídas ou abandonadas pelos seus “garotões”, e trocadas por uma jovenzinha bem viçosa e no ardor da vida. O mesmo acontece com os homens idosos que se unem a menininhas: acabam sós e sempre em busca de outras que os agüentem por mais alguns dias.

A conclusão é que o relacionamento para durar precisa estar embasado em um sentimento forte de amor, com constante busca de aperfeiçoamento.

Aqueles que constroem uma vida juntos e levam consigo uma bagagem de lembranças construídas a dois, mesmo tendo algumas diferenças de idades, terão mais chances de permanecerem juntos até o fim. Sabendo que terão de cultivar a todo o momento o amor entre ambos.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Para viver um grande amor – 8 - "Casal S.P e P"

Aproveitamos o título do poema tão conhecido para fazer uma homenagem a grandes e profundos amores, que vêm sendo testados em anos de convivência. São amores que originaram famílias, alicerçadas pelo compromisso renovado de continuar juntos, apesar dos "perigos desta vida". A paixão não acabou, se tornou forte e agregou filhos, parentes e amigos. Ver o que deu certo para muitos pode suscitar novas idéias para revigorar os laços do casal e da família.

Vejam a nossa sexta entrevista:

O casal não será identificado pelos nomes, para evitar uma exposição maior.

Casal S.P e P responde:


1) Como você conheceu sua esposa (seu marido)? Demorou muito para começarem a namorar?
Nós nos conhecemos aos 16 anos, morávamos perto. Ele tinha se mudado para Recife e uma amiga em comum nos apresentou. Não demoramos a namorar, quinze dias, meio rápido, mas foi um namoro longo, até o casamento, 6 anos e 11 meses.

2) Quando se casaram e como foram os primeiros tempos de casamento?
Casamos em 5 de dezembro de 1992. Os primeiros anos foram "estranhos", acho que, como vinho, fomos melhorando com o tempo. Parecíamos um casal adulto vivendo juntos, não me sentia uma família. Trabalhávamos fora os dois. Chegávamos cansados, dividíamos alguns interesses em comum, mas foi uma fase de adaptação, que ia desde o hábito de assistir à TV no quarto(ele), ao meu de adiar/trocar qualquer trabalho doméstico por um passeio. Fase de aprender a conviver com o outro e suas singularidades.

3) Como você se definiria como esposa - suas qualidades e no que você pretende melhorar?
Meu marido se definiu como marido atencioso, disse que como qualidades ele ressalta a organização e afetividade. Pretende melhorar nos detalhes de atenção do relacionamento a dois.

4) O que vocês fazem para alimentar e melhorar o relacionamento nestes anos de matrimônio?
Nós descobrimos, com a chegada dos filhos, cada uma em uma fase do nosso casamento, que somos uma família! E queremos viver e ensiná-los neste ambiente de harmonia, tranqüilidade, verdade, amo. É uma luta. Buscamos ter momentos para nós: pode ser um filme em casa, só os dois, ou uma viagem rápida de fim de semana, às vezes um almoço de surpresa; enfim, ter um tempo para conversar e escutar o outro, trocar idéias sobre os filhos, conversar sobre nossos afazeres e planos. Praticamos esportes juntos, toda a família, e estes momentos nos renovam também .

5) Dizer os anos de casados.
Temos 17 anos de casados e gostamos de pensar que é para sempre!

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Nadar contra a corrente

Por: Maria Teresa Serman

Vivemos um tempo inconstante em matéria de princípios e valores, sob o domínio do "politicamente correto" e a hegemonia do EU. EU me amo; EU me coloco em primeiro lugar; EU faço o que me dá prazer antes e acima de tudo; só EU sei o que é bom para MIM; EU sou dona do meu corpo; EU não me arrependo de nada; EU mereço; EU o amo porque ele ME faz feliz, e por aí vai, sem limites. Na verdade não há limites para o egocentrismo humano a não ser pelo bom senso, artigo de primeiríssima necessidade e bastante escasso no mercado atualmente.

O delicado equilíbrio que deve reger as relações entre as pessoas, seja na família, no trabalho, nos ambientes sociais e políticos, só se consegue pela tolerância e paciência, irmãs íntimas do citado bom senso. Este não é acessível aos diplomas do mais alto nível, se não for cultivado na humildade da mente que reconhece sua pequenez e falibilidade. Quem "se acha" não é capaz de enxergar pelos olhos do outro. E considero que, neste momento histórico, a principal agente desta instabilidade é a mulher.

Passamos da nulidade civil à cidadania; da total subserviência à ascensão profissional; do ambiente doméstico aos mais altos cargos. Essa revolução foi muito desejada; contudo, está sendo muito mal utilizada pelas próprias combatentes, agora tanto vencedoras quanto vítimas.

“A mulher está destinada a levar à família, à sociedade civil, à Igreja, algo de característico, que lhe é próprio e que só ela pode dar: a sua delicada ternura, a sua generosidade incansável, o seu amor pelo concreto, a sua agudeza de engenho, a sua capacidade de intuição, a sua piedade profunda e simples, a sua tenacidade...” Esta declaração de S. Josemaria Escrivá exemplifica com propriedade as principais características do eterno feminino, que se quer a todo custo sufocar.

É inegável a importância do que conseguimos; mas também lamentável é a distorção que nós mesmas nos impusemos. Sacrificamos essa "delicada ternura", essa "generosidade incansável" em troca do que mais condenávamos nos homens - a insensibilidade, o machismo, o domínio. Não se trata de voltar à idade das cavernas, mas de reagir contra esta onda poderosa de egoísmo e banalização da feminilidade. Podemos surfar, se não der pra nadar, aproveitando o que é bom e deixando para trás os detritos da insensatez que vem contaminando a família, a sociedade, a humanidade. Está na hora de uma nova revolução.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Pontualidade e compromisso

Por: Rafael Carneiro da Rocha

Eu valorizo a pontualidade, porque é sempre uma oportunidade de demonstrar respeito. Há quem diga que a pontualidade é a virtude dos entediados. De fato, para aqueles que não são muito calorosos, a pontualidade parece ser algum tipo de compensação espiritual. O sujeito é ranzinza e entediado, mas pelo menos é atencioso e pontual.

Pessoas ilustres e ocupantes de altos cargos, por exemplo, podem ser figuras carismáticas. Mas deixam muito a desejar no quesito pontualidade. Digo isto, porque, como jornalista, eu sei o sabor de vários chás de cadeira. Muitos profissionais da saúde também ignoram o que seja a pontualidade. Há algum tempo, ouvi de um dentista que não ser pontual é ensinado como algo de valor, porque trata-se de uma forma de "convencer" os clientes de que eles são tratados por profissionais compenetrados nos seus muitos afazeres.

De qualquer forma, parece que um certo desapego à pontualidade cartesiana faz bem. Nas nossas casas, pode ser ótimo para o cultivo de nosso bom humor que saibamos esperar aquela figura da família que demora um pouco mais para se arrumar. Se fizerem uma pesquisa científica, eu estou certo de que pessoas que não se importam com a falta de pontualidade dos outros vivem mais.

Para a santidade ou bem estar cotidianos, precisamos buscar a pontualidade e não se importar com a carência dela por parte de alguns. Jovens, por exemplo, passeiam muito. Combinar, "tal hora", de encontrar alguém ou uma turma é algo muito corriqueiro. Também é corriqueiro que alguém se atrase um pouco. Porém, eu penso que mesmo se houver atraso, a virtude da pontualidade pode ser exercida. Ligar para alguém ou mandar uma mensagem de celular comunicando o atraso pode ser, sim, um gesto de quem se preocupa com a pontualidade.

Mas, caso a pessoa esperada seja muito enrolada, eu penso que podemos pensar em prazos máximos de espera. Se me permitam a brincadeira, vou estipular algumas dicas para que exerçamos bem a paciência e o bom humor com a falta injustificada de pontualidade alheia.

Alguns prazos máximos de espera, sem que percamos a busca pela santidade, são:

- Demora de uma pessoa da família para se arrumar... Se for homem, 7 minutos de tolerância. Se for mulher, 31 minutos. Caso esses tempos se excedam, compete à pessoa que espera alguma manifestação de contrariedade diretamente proporcional ao tempo corrido.

- Demora de amigo(s) que não chega(m) para o local de encontro... Se for um programa que você relutou em aceitar, 11 minutos de tolerância. Se for um programa que foi de sua iniciativa, 42 minutos. No primeiro caso, compete à pessoa que espera ir embora e se justificar posteriormente, arredondando a espera para quinze minutos: "eu esperei 15 minutos e ninguém apareceu"... No segundo caso, compete à pessoa que espera se preparar para sair aos 40 minutos seguintes ao horário marcado, sendo aqueles dois minutos a mais, constituídos pela caminhada lenta rumo à saída do compromisso frustrado. De fato, 42 minutos de espera indicam que você esperou 40 minutos e gastou outros dois na esperança remota de que alguém ainda pudesse aparecer.

- Reunião de trabalho... Se foi marcada pelo(a) seu(sua) chefe, o tempo de espera, se não for justificado, coincide com o fim do expediente. E não cabe reclamação, infelizmente.

- Encontro com namorado (a)... Não me atrevo a dar pitacos.

- Espera por um profissional de saúde... Caso não se justifique a demora, 20 minutos. Caso se justifique, depende de seu estado de ânimo.

- Espera por um sacerdote... O tempo de espera coincide com a hora que, de fato, você não puder mais esperar. E não cabe reclamação.