logo

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Olimpiadas 2016 - Será a vez do Rio de Janeiro?

O Rio de Janeiro está mais perto que nunca de conseguir ser a sede dos jogos Olímpicos de 2016, devido a uma série de circunstâncias favoráveis, aos Jogos Panamericanos de 2007 e ao apoio popular criou-se uma candidatura muito forte.

Tão forte que tem oscilado com Chicago na liderança das bolsas de apostas. Talvez nem a presença de Barack Obama seja um entrave para a candidatura do Rio de Janeiro.

As principais dificuldades que o Rio de Janeiro enfrenta são intrínsecas:

  • A Violência: Não é possível sediar jogos Olímpicos quando ao cruzar o Tunel Santa Bárbara dizemos que estamos atravessando a faixa de Gaza.
  • Serviços Ruins : Quando se pega um taxi em São Paulo, o motorista nunca, em hipótese alguma vai colocar um DVD com "É o Tchan" no volume máximo. Nem vai fazer cara feia para o caso de você pedir uma corrida curta. Infelizmente o nível de educação é muito maior em outras cidades do Brasil que no meu querido Rio de Janeiro.
  • Ainda sobre serviços é inconcebível que um hotel caro como o Mercury Leblon (dou este exemplo pois presenciei isto) não tenha na sua recepção uma pessoa que saiba que Toilet Paper é Papel Higiênico e o hóspede tenha que descer do quarto com o rolinho vazio, para receber um novo rolo de papel higiênico (alias não era nem para faltar papel).
  • Não é tolerável que numa cidade que quer sediar os jogos Olímpicos se engane os turistas para tentar tirar mais dinheiro deles.
Segurança, mais metrô, educação, aprender inglês e tratar bem o turista. Aí está a chave do sucesso do projeto Rio 2016.

Espero que o COI dê uma chance do Rio de Janeiro provar que é capaz de superar seus problemas e fazer um fantástico espetáculo que seja um marco na história do país.

Um povo tão alegre é capaz de ser educado e servir os visitantes e uma cidade tão linda não pode ser violenta.

Boa sorte ao Rio!

O vídeo abaixo é uma beleza.



terça-feira, 29 de setembro de 2009

Compras com lista – Meio caminho andado

É muito importante preparar um cardápio para a semana, isso evita muitas idas e vindas ao mercado. E ir ao mercado com uma lista pronta já ajuda bastante na economia doméstica. E seguir a lista, não se deixando envolver pelas promoções desnecessárias, evita surpresas na hora de pagar. Sempre lembrando de que nem sempre o mais barato é o melhor e mais econômico.

No caso de ir ao mercado 1 vez por semana, é bom planejar o cardápio de forma que não percamos nada do que foi comprado. As verduras, por exemplo, deterioram mais rápido, deste modo podemos comprar legumes e verduras e fazermos primeiro as folhas e deixarmos para os últimos dias os legumes que são mais resistentes.

Combinar pratos é uma arte e o colorido das comidas ajuda a abrir o apetite das crianças e adultos. Um prato bonito pode ter: feijão preto, arroz branquinho, batatas amarelinhas, salada verde e carne vermelha. De outro modo fica monótono e não acorda o apetite, coisa que a minha ajudante faz vez ou outra no jantar - O que as crianças na brincadeira chamam de noite amarela e tons: Purê de batatas, pastéis de queijo e frango a milanesa – nada balanceado e um tiro no colesterol. É claro, isso acontece no dia do “falta tudo” o que é igual a “mamãe vá às compras”. É o que dá não calcular bem o cardápio da semana.

Voltando as compras a maior dificuldade são as frutas, principalmente nesta época do ano, com o tempo mais quente, elas apodrecem muito rápido. É linda uma fruteira enfeitando a copa, mas é melhor mantê-las na geladeira para que dure o tempo que precisamos. Para completar a sobremesa, podemos ter a gelatina, o iogurte e até uns doces para um ou outro dia. E sem esquecer os biscoitos para os lanches, para estes tenho uma dica: Esconder! Mas de preferência onde as crianças não descubram.

Ao preparar a lista é bom termos em mãos as receitas do que pretendemos fazer, para não ficar faltando temperos e ingredientes indispensáveis ao bom sabor dos pratos e por conta desses detalhes nos faça voltar à rua para novas idas ao mercado.

Com a lista nas mãos a compra se torna mais objetiva e produtiva, sem perdas de tempo. Dá até pro maridão fazê-las vez ou outra, sem perda de tempo nas prateleiras de vinhos e queijos.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Perguntas e Respostas: Dra Mannoun Chimelli - Adolescentes - Como educar? (Parte 14) Dra Mannoun Chimelli

As perguntas estarão apenas com as iniciais dos nomes, para deixar bem a vontade nossas amigas.
Violência com os pais
1 – A. diz: Dra o que fazer quando um filho adolescente agride o pai idoso. Meu marido já tem certa idade, casei tarde com ele e hoje nosso filho não o respeita e, além disso, é agressivo com ele sempre que o pai o repreende por atitudes erradas. Ele chegou a dar um empurrão no pai pra sair da frente dele que chegou a machucá-lo. Ele tem 17 anos e é bem forte. Nós sempre demos o melhor que pudemos a ele. Não sei o que fazer.

RESP: Cara senhora, Bom Dia! É muito importante que seu filho tenha limites e aprenda a controlar suas emoções, pois fica agressivo ao ser repreendido, como a senhora relata.Como conseguir este controle? Vocês sempre deram o melhor de si para ele. Partindo desta realidade, converse com ele a sós, e ofereça um acompanhamento com psicólogo, dizendo exatamente que nós todos, seres humanos temos emoções e que o necessário é saber utilizá-las bem, de uma forma saudável para nós mesmos e para saber conviver - em meio aos familiares na casa, com amigos, na escola e na sociedade. Com 17 anos ele já deverá estar saindo da etapa mais desconcertante da adolescência, mas precisa de uma ajuda especializada para conhecer-se melhor e ter mais compreensão de quem é ele mesmo, de suas reações e atitudes. Não só ele, mas a senhora e seu marido necessitam de ajuda para que saibam lidar com ele, com carinho, mas com firmeza, resgatando a autoridade de pais que o amam e desejam o melhor para ele. Fico a seu dispor para novos entendimentos, se desejar. Boa sorte, e não deixem de pedir ajuda a Deus- oração dos pais é muito preciosa para os filhos! Um abraço, Mannoun

A masturbação e o adolescente

2 - W. F S. diz: Doutora, Eu semana passada entrei no quarto do meu filho que tem 12 anos e pareceu que ele estava se masturbando. Falei com uma amiga pediatra e ela disse que isto é normal, que faz parte do desenvolvimento do adolescente e que eu deveria pedir ao pai dele para conversar com ele. Falei com meu marido sobre isto e ele acha que não é algo que um garoto deve fazer. Meu marido é evangélico e o pastor da igreja que ele vai disse que isto é pecado.
A senhora pode me dar alguma instrução de modo de lidar com este tema do ponto de vista de um médico? Não quero falar para ele que é pecado porque o pastor da igreja do meu marido disse e pronto.

RESP: Cara Sra W.F.S. Sua pergunta é extremamente delicada e causa de muito sofrimento entre casais - já explico o porquê.
Muitos profissionais acham normal a masturbação como etapa do desenvolvimento.
Vamos avaliar uma criança. Ao descobrir seu corpo os pequenos tocam parte por parte como que se reconhecendo, e ao chegar em partes especiais como são os órgãos genitais, sentem algo diferente, prazeroso e podem se habituar a repetir os gestos. De nossa parte, como adultos, pais e responsáveis, devemos observar e com naturalidade distraí-los com brincadeiras, jogos, esportes, ocupação das mãos com coisas que os façam estar alegres e não preocupados e envolvidos com o próprio corpo.
Chegada a Adolescência (10/12 anos) novamente se interessam por descobrir sua nova configuração corporal, que vai ficando diferente e os órgãos genitais de novo chamam a atenção. Se ficam muito envolvidos consigo próprios, correm o risco de se fecharem, de encontrarem prazer apenas em si mesmos e prejudicarem sua abertura para o outro, o próximo, no sentido social e psicológico da maturação emocional normal. Podem se habituar, especialmente ante os conflitos, dificuldades, situações de ansiedade normais da vida de todos nós, a se fecharem em seu mundo e se isolarem, além de buscar o prazer de forma distorcida, prejudicando seu desenvolvimento emocional e psicológico.
Terão dificuldade de relacionamento com os outros, e chegando a se casar, não saberão associar AMOR / DOAÇÃO e serão como que egoístas que se bastam a si mesmos e não pensarão em dar-se integralmente ao cônjuge. O mesmo raciocínio se faz para as meninas /moças /esposas. Serão dois egoístas que buscarão o prazer em si mesmos, já se bastam e não terão as alegrias de um relacionamento sadio baseado na doação de si mesmos um ao outro. As pessoas ficam mais tristonhas, o desgaste psicológico é muito intenso e conforme o temperamento se isolam.
Vida aberta, esportes coletivos, arte- canto, música, dança. excursões em grupo,abertura para voluntariado de ajuda ao próximo, horário, vida disciplinada ( com que tantas pessoas se horrorizam ! )são caminhos sugeridos para as pessoas superarem o individualismo, os maus hábitos,o isolamento negativo em que se pode mergulhar. Converse primeiro com seu marido porque ele não está errado- para quem crê, realmente a masturbação consentida e procurada pode ser um pecado mas é necessário apresentar aos filhos também razões humanas- o porquê da necessidade de lutar para vencer as próprias tendências ao egoísmo e individualismo e conseguir ultrapassar os degraus normais do desenvolvimento e desabrochar para uma vida útil, alegre, produtiva. Os pais querem o bem dos filhos - aí uma preciosa razão de conversar e esclarecer.
Gosto muito de um autor - João Mohana, que escreveu a Vida Sexual dos solteiros e casados. Vale à pena procurar mesmo que seja nas livrarias de usados ( sebos) e ler com seu marido, oportunamente oferecendo aos filhos.
Desculpe a resposta longa- é um assunto de muita delicadeza que não se responde apenas com Sim ou Não. A seu dispor, Mannoun

Deficit de atenção ou manha de criança?
3 – A diz: Oi meu nome é A., tenho um filho de 11 anos, e foi diagnosticado que ele tem déficit de atenção. que foi feito através de exames com fono e neurologista do hospital São Paulo. Ele já até tomou ritalina, mas o médico suspendeu pelo fato de ele estar apresentando alguns transtornos, como depressão. Fui então encaminhada para passar com especialistas em outro ambulatório, psiquiatria infantil, cheguei fazer exames e até agora eles não me chamaram para dar um andamento no tratamento dele, porque to explicando? Para que vocês entendam o que vou lhes contar. Ele está na 5ª série e está complicado, a professora diz que ele tem preguiça, e aí fico sem saber como agir diante dessas circunstancias pois , falamos coisas que ele fica muito depressivo, não sei como cobrar, ou até onde cobrar dele, ele fala que ele é burro, que é diferente das crianças, e até nós mesmos ficamos nervosos com a situação e o pai dele fala coisas que ele fica muito magoado, aí eu não sei como agir , a gente chega até discutirmos por causa disso, o pai diz que ele é manhoso, de fato é mas o que me explicar dos 5 anos de fono que ele fez?? E não teve alta, apenas foi encaminhado para outro ambulatório eu por sinal estou até agora esperando eles me chamarem, mas o que vocês me orientam em relação a isto, preciso de uma ajuda , não sei o que fazer , não tenho como pagar um tratamento ou uma consulta pra ele , obrigada pela atenção, espero ansiosamente a resposta
RESP: Sra A. Bom dia !
A senhora só não disse onde mora, para que possa saber onde encaminhá-la com seu filho. Se for no Rio, existe no Hospital Universitário do Fundão, um excelente Serviço de Neuro Pediatria e ele pode ser tratado lá, com todo carinho e a senhora receberá, com o pai, orientação de como lidar com ele .
Se morar em São Paulo, certamente na Santa Casa ou na USP, ou nas Clínicas, conseguirá também acompanhamento para todos.
Enquanto isso procure ter muita paciência com ele. Toda a família sofre muito com o déficit de atenção de um filho. Não é assim porque ele quer, nem os pais querem e isso precisa ficar muito claro, muito bem entendido.
NÃO há culpados - todos precisam ser ajudados para que haja serenidade e ele possa aprender a conviver com esse modo de ser e não seja prejudicado. Não o trate com mimo, quer dizer, não " passe a mão em sua cabeça".Nessa fase dos 11 anos há coisas que ele pode fazer, perfeitamente. Ordem, horários, disciplina - ter a mãe do lado orientando o que fazer e como- regras que em todas as famílias são importantes. Traga os amigos dele para sua casa - brinque com eles, coordene jogos de bola, esportes, exercícios.
Que ele fique o mínimo de tempo na televisão e no computador. Jogos tipo videogame não fazem bem para ele. Melhor é fazer colagem, quebra cabeças, montar peças de brinquedos, ajudar nas tarefas de casa, arrumar a própria cama, lavar um banheiro, etc.
Se puderem, coloquem seu filho para fazer também parte de um grupo de esportes, explicando ao coordenador que ele é hiperativo, para que seja ajudado.
Não discutam ( pai e mãe ) por causa dele.Quanto maior a serenidade dos pais, melhor o resultado, porque ele é inteligente e sofre por perceber que é a causa de conflitos. Quando disser que é burro, diferente de outras crianças, explique o fato de cada pessoa é diferente mesmo, somos únicos, basta ver que cada qual tem uma impressão digital que ninguém mais tem...
Falem com ele corretamente, se falar com jeito de neném ou choramingando- sem brigar e sem elevar o tom de voz. É difícil, mas a gente consegue!
O fato de não poder pagar consulta não deve ser motivo de constrangimento - muitas vezes as pessoas preferem um atendimento nos Serviços Públicos - mas realmente devemos ter paciência e aguardar, o que não é fácil porque a procura é muito grande.
A melhora nos casos como o de seu filho é lenta, mas acontecerá, tenha fé e esperança! Peça muito a Deus por toda a família e não cruzem os braços.
Fico às suas ordens, Mannoun

domingo, 27 de setembro de 2009

Li por aí (2) - A desordem moral e a demotivação na escola

Neste tópico colocaremos variedades interessantes que encontramos nas buscas pela internet.Coisas que de alguma forma possam acrescentar algo as famílias.

A desordem moral é hoje uma das fontes importantes da desmotivação no ensino/aprendizagem no ambiente escolar. Esta foi uma das principais conclusões tiradas durante a defesa de tese de doutorado que defendi recentemente na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Depois de longo estudo teórico sobre a motivação no ensino-aprendizagem, além de outro em paralelo sobre ética e a vivência das virtudes, pude inferir que o desenvolvimento harmônico das virtudes morais é, de fato, fonte de motivação. Que o desenvolvimento equilibrado das potências humanas –inteligência, vontade e afetividade– por meio do crescimento sistemático e seqüencial das virtudes da temperança, fortaleza, justiça e prudência, numa perspectiva aristotélica, gerará uma maturidade ética nos alunos favorecendo-lhes uma motivação correta –a que busca os verdadeiros valores e não os desvalores ou antivalores que muitos jovens buscam sem saber– e uma motivação completa: a que abarca a extrínseca, a intrínseca e a transcendental.

Depois dessa fase de pesquisa teórica, investiguei a ressonância que essa hipótese encontrava nos atores da educação. Num primeiro momento, em um campo de estudo composto pelos alunos de uma escola de preparação de professores do ensino fundamental do Rio de Janeiro, examinei durante um ano e meio se os pesquisados estariam eventualmente dispostos a mudar seu comportamento e a aprender a vivência das virtudes a partir das intervenções éticas dos professores no ambiente escolar.

Os resultados foram surpreendentes, demonstrando que os discentes estão desejosos de orientação ética, apesar das dificuldades representadas pela ausência da família e pela a pressão negativa exercida por certos meios de comunicação. Num segundo momento, aprofundando mais em quatro escolas de formação de professores para o ensino fundamental do estado do Rio de Janeiro, por meio de entrevistas a cinqüenta professores dessas escolas, foi constatado que sua grande maioria preocupa-se hoje fortemente em (re)aprender ética desejando em seguida compensar nos alunos a ausência dessa formação que deveriam ter recebido no seio familiar.

Concluiu-se que, para a imensa maioria dos professores, é esta a principal motivação que ainda os sustenta a suportarem tanta desconsideração e pouco reconhecimento social. Por outro lado, ficou evidente que esta motivação transcendental dos professores em ensinar as virtudes está sendo enfraquecida pelos inúmeros fatores geradores de desmotivação extrínseca – baixos salários, pouco reconhecimento social e ausência consistente de plano de carreira - e de desmotivação intrínseca (falta de tempo e interesse em atualizar-se profissionalmente) a que estão submetidos.

Já se pode prever, num futuro não tão longínquo, um autêntico “caos educacional” caso não hajam medidas que favoreçam melhores salários e um maior reconhecimento social desta classe, pois, com o tempo, cada vez mais deixarão de existir professores dispostos a um verdadeiro martírio que sofrem hoje nas escolas, ou então, porque o sistema educacional só conseguirá atrair aqueles que não têm menores condições de exercerem uma profissão que exige tanto como nas profissões mais capacitadas.

http://www.portaldafamilia.org.br/artigos/artigo797.shtml

sábado, 26 de setembro de 2009

A pirâmide - Ismail Kadaré

Ismail Kadaré (Gjirokastër, Albania in 1936) é muito conhecido no Brasil por sua obra "Abril despedaçado" cuja adaptação para o cinema dirigida por Walter Salles teve uma excelente projeção mundial.

Em A Pirâmide, o escritor Albanês faz um romance baseado na história da construção da pirâmide de Queops, a maior das pirâmides do Egito.

Kadaré escreve sobre a Albânia comunista, embora o romance fale apenas do Egito antigo, o leitor perceberá a ironia fina e as menções veladas ao comunismo moderno.

É uma leitura muito interessante para refletir nas consequências de um governo centralizador hipertrofiado, em tempos em que o Brasil vai se aproximando a passos largos do chavismo

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Goiânia, a jovem província metropolitana

Quem sabe nos decidimos por levar a família nas próximas férias a região centro oeste do nosso Brasil? ( clicando nas fotos vemos o nome dos lugares)

Texto de Rafael Carneiro Rocha
Goiânia é uma metrópole ainda muito jovem. Fundada em 1933, o acervo arquitetônico da cidade pode impressionar visitantes acostumados com construções de séculos passados. Para o bem ou para o mal, Goiânia não tem um passado abandonado em prédios decadentes, mas ainda não tem uma paisagem urbana que evoque a estética exuberante da tradição. Porém, a importância estética da jovem de Goiânia vive no elogiado projeto do arquiteto Atílio Correia Lima (1901-1943), que se pós-graduou em Urbanismo pela Sorbonne.

No planejamento arquitetônico da nova capital do Estado, o centro urbano foi concebido a partir de três avenidas (Goiás, Araguaia e Tocantins) que confluem para a parte mais elevada do terreno em que é fundada a sede do governo. Uma quarta avenida (Paranaíba), construída perpendicularmente àquelas três, arremata um traçado arquitetônico que evoca o manto de Nossa Senhora.

Cinturões verdes também estavam contemplados no projeto de Atílio Correia Lima. Hoje, a quantidade de árvores e matas faz de Goiânia a cidade com o maior índice de área verde do Brasil. Inclusive, a campeã mundial de área verde por habitante, Edmonton no Canadá, ganha de Goiânia por uma diferença pequena (100 metros quadrados por habitante contra os nossos 94 metros quadrados).

Construções em art déco, como o Teatro Goiânia e a antiga Estação Ferroviária, tornam a cidade como um das mais significativas guardiãs desse estilo artístico no Brasil, que alia funcionalidade e requinte com as geometrizações típicas de vertentes da arte moderna, como o futurismo e o cubismo.

Uma cidade moderna criada no interior do Brasil foi o desejo dos idealizadores de Goiânia.
Mas em sua construção muito material ainda fora carregado por mulas e carros-de-boi. De fato, a combinação do cosmopolitismo com um certo espírito provinciano cria uma identidade especial para a jovem Goiânia. Morar perto do local de trabalho e cultivar um bom espírito de vizinhança são alguns valores culturais de sua população de mais de 1 milhão e 200 mil habitantes.

Caminhar em parques arborizados, confraternizar-se com amigos em bares, assistir aos jogos dos clubes tradicionais no Serra Dourada e frequentar cinemas são alguns dos programas preferidos dos goianienses. Na religiosidade, destaca-se a romaria ao município de Trindade por uma passarela de 18 quilômetros, que muitos percorrem durante a época da Festa do Divino Pai Eterno.

De certa forma, gostar de Goiânia é como gostar de uma namorada da juventude, em que descobrimos virtudes permanentes e já cultivamos para o futuro uma história repleta de grandiosidades cotidianas.
Rafael tescreve o blog: http://memoriaeidentidade.wordpress.com/

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Viagem a Turquia – uma nova lua de mel

Texto de Bia Zelesco Barretto

Concordo com a Márcia em seu tópico, que viajar é um dos melhores investimentos! Em junho passado fomos comemorar nossas Bodas de Prata em Istambul. Foi realmente uma prova de amor do meu marido, que gosta de ter tudo previamente anotado, esquematizado, controlado... Passou com brilhantismo!

Em um país em que você não domina o idioma e onde as placas são coisa raríssima, é óbvio que nos perdermos mais de uma vez! Mas valeu a pena! O povo é gentil e tem a boa vontade de tentar te explicar, se não for com as palavras, pelo menos com os gestos. Todos têm boa vontade, mas não vá perguntar a uma mulher que não esteja vestida à ocidental! Perda de tempo!



Harém do Palácio Topkapi

Aspecto curioso: freqüentemente observávamos pelas ruas, bazares, museus, restaurantes, ônibus, homens rezando o terço muçulmano, mas nunca, em lugar nenhum, mulheres fazendo o mesmo. Devem ser todas santas e, naturalmente, não precisam...







......fazendo pão

Os palácios são completamente diferentes do jeito europeu a que estamos acostumados: uma construção, com várias salas e quartos e longos corredores. Por exemplo, o palácio Topkapi, onde os sultões viveram por muitos séculos, se compõe de várias construções independentes: a biblioteca, as cozinhas, local para guardar suas coleções, para a circuncisão, sem contar os haréns das esposas, concubinas, aposentos dos guardiões eunucos etc...


O palácio Dolmabahçe, mais recente, segue o modelo francês, porém elevado ao cubo: lustres enormes, escadaria de cristal Baccarat, excesso de dourados - como se fosse uma tradução pelo exagero para o estilo oriental.




Fugindo agora um pouco do óbvio, as frutas: morangos e pêssegos dulcíssimos e de escorrer água da boca! Uma culinária variada, com muitos perfumes de temperos e especiarias. Frutos do mar fresquíssimos, recém-pescados. Vinhos brancos turcos ótimos (com nomes impronunciáveis...).

O trânsito? Caótico, fazem cada barbeiragem impossível de imaginar. Poderíamos pensar então que o som das buzinas seria ensurdecedor, ledo engano! E os taxistas sempre gentis, perguntavam se o baixíssimo som do rádio incomodava.


Mesquita Azul: lava-pés -Antes de entrar da Mesquita, o lava-pés é destinado somente aos homens que acabam os enxugando com as próprias meias!!!

Enfim, uma viagem diferente e inspiradora e a sensação estranha de se estar no fim da Europa e no início do Oriente.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

A Prudência - uma desconhecida - na educação dos filhos

Texto de Maria Teresa Serman

A prudência, nome intimidador à primeira vista, para aqueles que não são íntimos, é uma das virtudes fundamentais. Na verdade, a base de todas as outras.

Para os que não o que conhecem, apresento também Santo Tomás de Aquino, um dos maiores gênios que o mundo já teve a felicidade de produzir, autor da SUMMA TEOLOGICA. Recomendo sua leitura, pois, longe de ser algo maçante e abstrato, como poderia o nome sugerir, é extremamente prático para a luta constante do homem para se tornar melhor.

Bom, como a prudência entra na desafiadora experiência de educar os filhos? Não pretendo defini-la(quem quiser, consulte a obra indicada), mas transmitir algumas diretrizes sobre como encaixá-la no nosso afã de educadores.

Para começar, todos queremos o bem dos nossos filhos (eu disse BEM, assim mesmo, em maiúsculas, não um bem qualquer, ou bens, que anda sendo o mais comum). Isso estabelecido, voltamos ao filósofo, que afirma que "a realização do bem pressupõe o conhecimento da verdade". Não basta "boa intenção" ou "boa vontade", embora sejam auxiliares primordiais. A realização do bem pressupõe a conformidade de nossa ação à situação real, reafirma StºTomás.

Daí que informar-se sobre as atividades, amizades, contatos infra e extra internet, lugares, e tudo o mais que faz parte da vidas dos filhos é condição básica, pré-requisito para um pai ou mãe que quer sê-lo como deve . Este papo, já manjado, desculpem a gíria ultrapassada, de dizer que confia no filho, ou na educação que lhe deu, nada mais é do que não querer gastar tempo e as famosas células cinzentas com o que nos compete. Crianças e adolescentes merecem, precisam e reivindicam, mesmo que subliminarmente, ou através de recursos extremos (agressividade, baixo rendimento escolar, cinismo e outras demonstrações), a supervisão e a autoridade dos pais em sua vida.

Esse é um outro gancho para a velha amiga prudência. Continuando, " o essencial para ela é que este saber da realidade seja transformado em império prudente, que imediatamente se consuma em ação". "(...)há duas maneiras de ser "rápido" ou "lento": ao deliberar e ao fazer. Se na deliberação convém demorar-se, a ação deliberada deve ser rápida".

Logo se vê que StºTomás, monge dominicano, nunca teve filhos. Na maior parte das incontáveis e cotidianas vezes em que temos que decidir, precisamos avaliar rápido e decidir, é verdade.
Mas, falando sério, sempre nos resta um tempo para ponderar antes de decisões mais sérias.

Quando um dos seres a quem demos vida pede(quando não pretende somente comunicar) para fazer um programa que consideramos perigoso, inadequado, francamente nefasto, devemos recorrer ao recurso mágico do "Vamos pensar e logo lhe daremos a resposta". É uma varinha de condão que a prudência, boa fada madrinha, nos concedeu para ganhar tempo e avaliar melhor.

"A faculdade de captar, de uma só olhada, a situação imprevista e tomar no mesmo instante a nova decisão constitui um dos ingredientes da prudência perfeita". Ulalá!, não é que a filosofia fez um resumo do que nós pais, travestidos de eternos "Salomões", temos que fazer sempre, e não dá para partir a criança ao meio(não é idéia minha, qualquer dúvida leiam, na Bíblia,no livro 1ºdos Reis, cap.3,versículo 16)?

Felizmente temos bom senso, mas precisamos aprimorar constantemente nossa consciência do que é certo, pois "em certo sentido, consciência e prudência vem a significar a mesma coisa." Consultar a consciência para o que se deve fazer, não escolhendo o que é mais fácil, prazeroso, para nós ou para eles, e muito menos o que "todo mundo faz", porque "não adianta remar contra a maré", é uma questão de "evolução".

Remar contra a maré é o que fizeram e fazem os grandes homens e mulheres que não se satisfazem em viver na mediocridade do que a mídia tenta impor ou se recusam a aceitar passivamente o conceito divulgado "ad nauseam" de que concordar com a maioria é viver modernamente. Nossos filhos merecem pais prudentes, destemidos, fortes, que lhes dêem um norte, um caminho claro a seguir. É para isso que eles nos foram enviados.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Li por aí (I) -" Feliz o homem que assim encheu sua aljava"

Neste tópico colocaremos variedades interessantes que encontramos nas buscas pela internet.Coisas que de alguma forma possam acrescentar algo as famílias.

Aljava (nome de origem árabe, originalmente usado para designar uma saca em que se levava cereais) é um equipamento, espécie de coldre ou estojo, usado para carregar as flechas usadas pelos arqueiros desde a mais remota Antigüidade.

“Vede, os filhos são um dom de Deus: é uma recompensa os frutos das entranhas. Tais como as flechas nas mãos do guerreiro, assim são os filhos gerados na juventude. Feliz o homem que assim ench
eu sua aljava: não será confundido quando defender a sua causa contra seus inimigos à porta da cidade”. (Samo 126)

Este sábio ensinamento consignado nas Sagradas Escrituras vai completamente contra a mentalidade reinante, que taxa como irresponsáveis os pais de famílias numerosas. Com efeito, a paternidade deve ser responsável, mas a virtude da responsabilidade não exclui a virtude da generosidade.

Na verdade, na nossa sociedade consumista e individualista, os filhos são vistos como “um investimento a fundo perdido”, que tolhem a liberdade de poder fazer e de poder ter tudo o que se gostaria. Como conseqüência, as pessoas perderam a capacidade de doar-se na família, e com isso castraram o amor, verdadeira fonte de felicidade.

Resultado: os casais hoje, privados deste grande tesouro, duram pouco.

Uma vez, um grande amigo meu disse: “Vê todos esses meus vizinhos, com belas casas e bem abastados, pois o mais rico de todos sou eu, pois sou o que possui a mais bela família”. Hoje, essa família frutificou ainda mais com a vinda dos netos, gerando alegrias, contentamento e proteção na velhice. É uma família belíssima e invejável. Feliz o homem que assim encheu sua aljava.

retirado do: http://tatarana.wordpress.com/

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Perguntas e Respostas: Dra Mannoun Chimelli - Adolescentes - Como educar? (Parte 13)

As perguntas estarão apenas com as iniciais dos nomes, para deixar bem a vontade nossos amigos.

Hormônio
s na adolescência

1 - A. diz: Existe algum tratamento médico pra equilibrar os hormônios na adolescencia? Devo levar minha filha a um endocrinologista para ver porque tanta variação de humor e cólicas enormes na menstruação ou é a outro especialista?

RESP: A-,boa tarde ! Gostaria de saber a idade de sua Adolescente para avaliar as variações de humor. As cólicas merecem sim, uma consulta a uma Ginecologista. Atenciosamente, Mannoun




Imaturo pra casar?
2 - M. P. diz: Dra meu filho de 23 anos quer casar e eu acho ele muito imaturo. O que me sugere fazer para convencê-lo a esperar mais um pouco. Ele é muito inteligente acabou de se formar e acha que só porque já arrumou um trabalho pode assumir uma família. Ele é muito crianção e se empolgou com esta menina que também é muito jovem. E essa é a segunda namorada dele.
RESP: Cara Sra. M.da P.,a idade não interfere muito, mas se o acha imaturo para o matrimônio, procure alguém mais velho em quem ele confie, especialmente se for da família e peça que conversem. Quem sabe ele atenderá e irá aguardar um pouco mais ? Que lhe seja mostrada a importância do trabalho, maior experiência profissional para crescer em maturidade e responsabilidade e não iniciar duas etapas tão importantes da vida - trabalho e matrimônio- simultâneamente.
Independente destas atitudes, reze. A oração dos pais é de fundamental importância em nossa vida e Deus pode tocar os corações como nenhum de nós é capaz....
Continuo a seu dispôr, Mannoun

Adolescênci
a do autista?
3 - A. diz: Dra como é a adolescência de uma criança autista? As coisas se agravam mais? O que muda no tratamento? Meu filho esta com 10 pra 11 anos e teve um diagnóstico de autismo já há algum tempo. Ele até os 4 anos não parecia ter nada e derrepente se fechou no mundo dele. É muito triste e estamos num lugar de poucos recursos. Meu marido é militar. Agradeço sua atenção Adrianna
RESP: Cara A, se seu filho tem irmãos, fica sempre mais fácil vivenciar a etapa da Adolescência, mas seus recursos serão sempre contar muito com a ajuda e presença de Deus, utilizando também o acompanhamento de profissionais especializados - psicólogo, psiquiatra, clínico, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta - que não sei se onde moram estão ao alcance de vocês.No tratamento propriamente dito, o especialista que cuida dele irá, certamente, orientá-los.
Ele gosta de musica ? Alguém de casa toca algum instrumento ou canta ?
A mãe, sobretudo, pode ajudar muito através da Arte ! Cantar com ele ou para ele, colocar CDs de diferentes ritmos e observar o que atrai sua atenção, filmes e fitas de musicais ...
Outra atividade muito utilizada é a equitação - cavalgar com ele, ajuda´-lo a ter contato direto com o cavalo ( não qualquer um, mas um animal conhecido e manso, que geralmente percebe a pessoa que tenha dificuldades e colabora muito) ! Ele tem amigos ? Outras crianças e Adolescentes freqüentam sua casa ?
Veja, faço muitas perguntas tentando encontrar caminhos porque os autistas sempre tem uma " porta de entrada " através da qual se comunicam e a senhora já deve ter descoberto por chegar até ele.
Não será uma fase muito fácil de suas vidas mas também nada assustador porque quando e onde existe amor, as dificuldades se ultrapassam. Não se sinta triste nem desanimada - ele reflete os pais e o ambiente, portanto, anime-se, alegre-se, cante, dance ! Sejam um espelho para ele !
Fico disponível para outros contatos e através do Google, descubra a Associação dos pais de Autistas para trocar experiências. Um abraço, Mannoun

domingo, 20 de setembro de 2009

Jogos que unem a família e divertem

Perfil - é um dos clássicos jogos de sorte e conhecimento. Pessoa, ano, coisa e lugar, são 390 cartas com 20 dicas cada. Através das dicas o jogador descobre o perfil de quem ou o que está escondido. Um novo baralho de personalidades, anos, lugares e coisas .

Imagem & Ação - A nova versão vai testar os limites dos jogadores! Dessa vez os jogadores poderão passar até 3 palavras para a sua equipe! Mas atenção: o tempo continua o mesmo!
As palavras são sorteadas, você escolhe em que ordem vai desenhar para a sua equipe, coloca as cartas em um timer especial. O timer vai marcar o tempo que você tem para passar cada palavra para sua equipe: o tempo passa, as cartas caem!
Enciclopédia - 525 questões curiosas, que são mistérios do dia-a-dia! É um jogo que vai mexer com a curiosidade! Uma pergunta é feita por um dos jogadores e todos os outros devem dar uma resposta. Mais do que saber a resposta correta, o importante é demonstrar sua habilidade em blefar para convencer seus adversários de que sua resposta é a correta!

Cara a Cara - está de caras novas. São novos personagens, novo layout e novos tabuleiros, muito mais modernos para tornarem este clássico ainda mais divertido! Esse jogo é ideal para treinar a capacidade de dedução e memória das crianças com idade a partir de 6 anos. Será preciso adivinhar de quem é a cara que o adversário esconde.

A um clique do perigo - cuidados com os filhos

Nossas crianças estão muito desprotegidas neste mundo virtual. Quanto mais uso a internet mais vejo que as novidades aparecem a cada momento e muitas vezes nem nos dá tempo para digerir tudo. A nós adultos. Porém as crianças, muito mais ágeis, conseguem captar e usar todos os novos recursos em tempo recorde.
O video abaixo nos mostra a velocidade com que a criança ou o jovem acessa mesmo sem querer a coisas prejudiciais que circulam na internet.

sábado, 19 de setembro de 2009

Educar o jovem para o prazer

Este texto retrata muito bem a situação sobre a educação dos jovens.
Texto de: João Malheiro
Refletir sobre a felicidade é uma atitude habitual em todo ser humano, pois sua natureza o inclina a buscá-la em tudo o que faz. Todo trabalho filosófico, desde os tempos helênicos até os nossos dias, consistiu basicamente em tentar decifrar seu caminho e propor elementos que facilitem seu alcance.

Aristóteles, em Ética a Nicômaco, afirmava que “a felicidade, mais que qualquer outro bem, é tida como o Bem Supremo, pois a escolhemos sempre por si mesma, e nunca por causa de algo mais; as honrarias, o prazer, a inteligência e todas as formas de excelência, embora as escolhamos por si mesmas, escolhemo-las por causa da felicidade, pensando que através delas seremos felizes”. Portanto ser feliz é o grande fim, o único que deve motivar nossas ações e toda ação educativa. Todo educador, se é honesto consigo mesmo e com o próximo, procurará orientar o educando para alcançar a verdadeira realização. O problema é que, muitas vezes, é difícil definir com objetividade o que é na prática esse Bem Supremo, pois, como se vê no mundo de hoje, parece não haver um consenso claro.

Agostinho condensava a felicidade na conquista da Verdade e na Eternidade. Podemos intuir, portanto, que a origem da infelicidade do mundo materialista parece estar no afã desordenado de buscar apenas o efêmero, o que engana e o que seduz. Nos dias atuais, efetivamente, parece mais importante parecer ser feliz frente aos outros que ser feliz realmente. A mentira da ostentação do carro importado, de morar num bairro nobre ou de viajar para o estrangeiro todas as férias motiva, de fato, muitas pessoas em seu existir. Mas também é comprovado que essas realidades materiais, cada vez mais ao alcance com esforço e trabalho, com o tempo lhes provocam a chamada frustração existencial, levando-os a concluir: “Afinal, não é isto a felicidade. Eu queria eternizar a alegria de parecer feliz, mas não posso. Isto é uma mentira”.

Viktor Frankl
, renomado psiquiatra austríaco, explica a causa dessa anomalia em sua teoria sobre a logoterapia, apontando para dois tipos de frustração: um que nasce do fracasso de não se alcançar um bem real ou aparente que se pretendia; e outro, segundo ele muito pior, que nasce quando, apesar de se ter alcançado esse bem, se percebeu que não se tratava de um bem real, mas aparente.

Infelizmente, essa sensação tem crescido nos últimos anos, de forma exponencial, na sociedade atual. Medidas para diminuir suas consequências (solidão, depressão, vazio existencial, violência, etc.) também são variadíssimas: drogas de todos os tipos, esportes radicais, busca desenfreada de diversão, “workaholiquismo”, culto ao corpo, opções sexuais, etc. Porém, o que mais chama a atenção é que, apesar de que grande parte da sociedade já esteja consciente desse engano, parece que não tem forças para reagir. Parece anestesiada e impotente. A pressão social, que exige sempre mais hedonismo e materialismo, parece tomar conta da liberdade de cada um.

Um grave problema que decorre dessa sonolência social é que ela se reflete depois no olhar educacional dos pais. Perguntemo-nos: para eles, no fundo, o que mais lhes importa dar para os filhos? Para muitos, felicidade são jogos eletrônicos sofisticados, festas caríssimas, viagens ao estrangeiro, roupas de marca, celulares, computadores de última geração, intercâmbios escolares, carros exagerados. A mentira vivida em si mesmo, quase sempre de forma inconsciente, de alguma maneira é perpetuada nos filhos. A máxima (falsa) de que a felicidade está no máximo prazer material se torna, depois de muitos “ensinamentos práticos”, o fundamento de todas as motivações do jovem. O que eles pensam que os tornará felizes, porém, na verdade é falso, apenas um mero “prazer burro”: efêmero, superficial e egoísta.

A vida feliz para Aristóteles era a que possuía os bens mais apreciados: a família e os filhos no lar, uma quantia moderada de riquezas, os bons amigos, a boa sorte que afaste de nós a desgraça, a boa saúde. Mas, sobretudo, tratava-se de uma vida nutrida na contemplação da verdade e na prática da virtude. O filósofo grego, tutor de Alexandre Magno – um dos maiores reis de nossa história – sabia pela própria experiência de educador que, somente educando corretamente as potências da inteligência e da vontade, o verdadeiro processo educativo, que é aquele que faz sentir prazer e dor nas coisas certas, seria possível.

Parece que podemos concluir que o grande desafio de todo educador é desmascarar, primeiro com o próprio exemplo, e depois com o diálogo-reflexão pausado com os jovens, a mentira reinante de que a felicidade está em obter o máximo prazer material/corporal. Depois vem o desafio para que descubram que o prazer intelectual – a leitura de um bom livro, a apreciação da estética e beleza da arte, da música – dura muito mais e satisfaz infinitamente mais que o prazer material. E, por fim, que experimentem o prazer-doação, chamado também prazer espiritual. Ao recordar-lhes as vezes em que ajudaram a mãe em casa, o irmão nos estudos, o amigo na doença, a namorada(o) no namoro limpo, o cego na rua, o pobre no sinal, o inimigo nas orações concluirão que, apesar do sacrifício que tal prazer exige, ele é o único que é eterno, verdadeiro e produz um gozo muito mais profundo,como descobriram Aristóteles, Agostinho, Frankl e todos os homens felizes.

João Malheiro, doutor em Educação pela UFRJ, é diretor do Centro Cultural e Universitário de Botafogo - RJ
Retirado da Gazeta do Povo -
publicado em 10/09/2009

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Muito Maneiro

Você já visitou o Muito Maneiro hoje?

Um irmão - É inestimável

“Sonho com o dia em que todos levantar-se-ão e compreenderão que foram feitos para viverem como irmãos.” Nelson Mandela
À minha irmã pelo seu aniversário hoje todo o meu carinho.

Não fazemos idéia do valor inestimável que é ter um irmão ou irmã. Só quem teve um pode saber explicar a diferença entre amigo e irmão. Irmão tem laços de sangue, não dá pra negar. Irmão é treinamento pra vida. Onde aprendemos de forma mais simples a nos relacionarmos com um diferente quase igual. Amigo a gente escolhe, irmão nasce e é parte conosco.

Milton Nascimento fala na Canção da América: Amigo é coisa para se guardar debaixo de sete chaves, dentro do coração e como irmão é o amigo de sangue, com certeza precisa estar mais ainda protegido no nosso coração.

Não tem cabimento irmãos em discórdia, sem se falar, inimigos de vida. É o nosso primeiro aprendizado em relacionamentos, nosso irmão ou irmã é o “laboratório” para sabermos lidar na vida com outras pessoas e fazermos novas amizades. E quando não conseguimos manter uma amizade verdadeira com nossos irmãos de sangue como poderemos ser fiéis aos amigos do mundo?

Um irmão é pra ser lembrado e amado mesmo com seus defeitos, porque ele também nos amará apesar das nossas limitações. Os pais só se sentem felizes quando vêem os filhos amigos, entrosados entre si.

Irmão é o nosso primeiro cúmplice das nossas traquinagens, nosso primeiro ouvinte das nossas façanhas é aquele que acompanha a nossa vida e torce por nós sempre, e quer o melhor pra nós. É aquele que nunca se vangloriará com nossas quedas e ainda nos ajudará a levantar, e se possível, escondendo nossos erros.

Como sou uma romântica nata, e confesso “curto” as músicas do Roberto Carlos, aí vai um pedacinho de uma que retrata um verdadeiro irmão:

“Me lembro de todas as lutas, meu bom companheiro Você tantas vezes provou que é um grande guerreiro O seu coração é uma casa de portas abertas Amigo você é o mais certo das horas incertas Às vezes em certos momentos difíceis da vida Em que precisamos de alguém pra ajudar na saída A sua palavra de força, de fé e de carinho Me dá a certeza de que eu nunca estive sozinho”

Vamos fomentar nos nossos filhos esta amizade verdadeira entre os irmãos, e em primeiro lugar sendo exemplo com a nossa demonstração de amor e carinho com os nossos próprios irmãos.