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terça-feira, 10 de novembro de 2009

Assunto: Matrimônio - Será verdade: antes só do que mal acompanhado?

Tivemos dois textos na semana passada falando sobre as aspirações ao matrimônio, um com uma visão feminina e outra masculina, o que nos levou a dois grandes debates nos comentários e deixou assunto para outro tópico.

Gerou muita polêmica porque de fato falar sobre o CASAMENTO é um tema com muitas nuances sobre o assunto. É muito comum os pais cobrarem dos filhos situações como a A.C. falou: o primeiro passo, a primeira palavra, a entrada na faculdade e o casamento e depois filhos, e depois... sei lá mais o que. Os pais têm muitas expectativas com seus filhos.
Assim como os filhos cobram muito dos pais, os pais por sua vez não fazem por menos.E o que se busca aqui é encontrar um equilíbrio nestas cobranças, que serão boas tanto para os pais como para os filhos. E sobre o que o Rafael falou na sua crõnica.

Abaixo colocarei as muitas conclusões que chegamos com os comentários dos dois tópicos: “ Quem procura acha” e Crônica de amor

1 - A visão do Matrimônio como um remédio para os ímpetos da sexualidade é uma visão pobre que não traduz com fidelidade a doutrina do apóstolo das gentes.


2 – A visão do matrimônio não pode ser tão pequena: de onde viriam os castos, se não houvesse o matrimônio?

3 - O problema todo reside na escolha de cada lado do envolvimento. É uma verdadeira loteria!

4 - Pensamos que quem quer casar atualmente precisa mesmo ter sonhos altos, para poder chegar a alguém um pouquinho melhor.. A busca de um ideal , na hora da decisão de casar.

5 - Um fator muito importante é que gostem das mesmas coisas, as afinidades sejam comuns aos dois, e, principalmente não espere que o príncipe encantado mude, pois ninguém muda radicalmente.

6 - Estar junto do seu oposto faz parte da natureza humana. Deus conta com estes casais, homens e mulheres, juntos, para formarem a natureza humana.

7 - Algumas mulheres acham que os homens nem param para refletir muito sobre o casamento, ao contrário da maioria delas que já nasce pensando no casamento...

8 – É necessário estipular algumas qualidades ideais para o futuro conjuge.Ter um mínimo de aspirações para a pessoa que irá dividir a vida.

9- Temos que ser fieis sempre a nossa primeira escolha. O amor tem níveis, intensidades diferentes. O amor se constrói. O amor entre um casal pode crescer de forma ilimitada.

10 – Um amor entre um homem e uma mulher fora do casamento tem limitações.

11 - Existem muitas pessoas de valor nesse mundo e são pessoas normais, reais, de carne e osso! Só que, às vezes, o nosso par não é "de cara" como imaginamos e precisamos ter paciência e vontade de encontrar o tesouro do coração dele!

12 - Vamos enriquecer as discussões e fazer uma rede de bons contatos! ( este coloquei por que achei interessante a idéia – aproximar pessoas com as mesmas aspirações de vida)

13 - Procurar amar a pessoa e buscar o lado bonito, santo e inteligente; este será um requisito para toda a vida. Tudo o que se constrói junto faz a história dos dois.

14 - A visão da Igreja sobre o matrimônio é de algo realmente santo e não um remédio para o apetite sexual.

15 - Formar nossos filhos bem é um dever dos pais. Para que no momento certo estejam bem preparados para a escolha e para serem escolhidos.

16 - Mas, para começar um novo lar, precisa "dar liga", ter química, que se mantém enquanto os cônjuges se cuidam, de corpo e alma, um para o outro.

17 - O amor só nos é realmente apresentado quando somos pegos de surpresa por cupido, e às vezes esta pessoa já estava a nossa volta há muito tempo sem que nós nos apercebêssemos que ela é a nossa metade

18 - Não devemos nos prender a pressões que os pais nos fazem ou os outros colocam sobre nós, para ficar "caçando" alguém.

19 - É mais uma fase da vida para aqueles que têm vocação para o casamento. E todos que pensam em casar devem se preocupar em encontrar a pessoa que mais combina com ela e não ter medo de que isso demore 5, 10 ou 50 anos.

20 - Despreocupar-se com aquilo que seria a fórmula certa ou com a idéia perfeita de um conto de fadas seria, antes de tudo, um sinal de maturidade.

21 - Nossa vida não deve girar em função disso, mas ninguém pode negar que, no fundo, procura a pessoa certa, independente das pressões externas. Isso é um desejo natural daqueles que têm a vocação matrimonial. Devemos nos desapegar de falsos critérios de perfeição.

22 - A verdade é que o dito cujo só vira príncipe depois de muito investimento da escolhida. Dá trabalho, mas vale a pena! E isso vale para a princesa também.


CONCLUSÃO:

Depois de tantas sujestões e constatações podemos dizer com certeza: “Antes só do que mal acompanhado”.

A vida a dois é muito boa, mas nada de se casar por casar, pra calar as vozes que nos cobram. É muito bom casar com a pessoa que nos completa e que amamos, mas casar por casar não é nada bom, transforma algo belo num pesadelo para toda a vida.

Agora, para quem já casou e esta tentado a pensar que escolheu errado, desculpe-me, mas a resposta é transforme seus limões em limonada! Busque todas as condições para transformar este casamento no casamento de seus sonhos. Lute por ele e não contra ele.

10 comentários:

Marly Medeiros disse...

"19 - É mais uma fase da vida para aqueles que têm vocação para o casamento. E todos que pensam em casar devem se preocupar em encontrar a pessoa que mais combina com ela e não ter medo de que isso demore 5, 10 ou 50 anos."

Não concordo com isto. Há pessoas que esperam demais porque são inseguras, ou tem medo de decidir. Um dos culpados somos nós pais que deixamos filhos de 30,35,40 anos morar em casa...

Maja Wikonner disse...

Se vê que este está menos polêmico que os anteriores.

Liana Clara disse...

Este realmente esta menos polêmico, até então,imagino que os comentariastas de plantão ainda não leram o Blog hoje.
Mas o fato de esperar até 50 anos por um casamento, penso que retrata não uma insegurança, mas um desejo de ter uma família e se não conseguem por que não encontra a outra pessoa, vai fazer o quê?
Gostaria que a Marly explicasse suas razões para não se ter os filhos solteiros em casa depois dos 30 anos. Seria muito bom para os que já tem filhos adultos venham a entender outros horizontes

Stella disse...

Ter os filhos com mais, ou menos, de 30 em casa só atrapalha se forem mimados e se comportarem como se estivessem num hotel. Se contribuem nas tarefas e/ou despesas domésticas, enriquecem a convivência do casal com a expressão de suas personalidades e fazem de qualquer reunião uma festa.

Cada vez que um sai, perde-se aquela conversa na cozinha, os pequenos encontros do dia a dia. É natural, mas doído. Se o motivo é o casamento, há o prêmio dos acréscimos à família.

Rafael disse...

Acho que o pessoal tá perdendo essa conversa, rs. Está melhor do que nos outros tópicos... A exigência para encontrar a cara metade e construir com ela um belo lar, como a Liana ressalta, só tem sentido se quem é exigente tb o seja consigo mesmo. Antes de exigir que uma pessoa que cumpra determinadas qualidade, é fundamental que a pessoa cobre de si mesmo as virtudes que procura em alguém. Caso contrário, o exigente nada mais é do que um inseguro, como a Marly ressaltou.

Por outro lado, como a Clara e a Paula já afirmaram, pode ser que a busca demore muito ou nem aconteça. Aí, na minha opinião, pode ser o momento da pessoa cogitar até mesmo uma outra vocação... Ou então se dedicar a grandes projetos humanitários. Afinal, se o exigente for uma pessoa que se "aprimorou", quem sabe essa grandeza não esteja pedindo para ser utilizada com outros fins...

Pedro Simao disse...

Interessante está colocação sobre não ter os filhos mais velhos (30 anos em diante) morando em casa.

De fato tenho alguns amigos que moram com os pais porque tem comida grátis, roupa lavada, não pagam nada e ainda tem um monte de coisas financiadas pelos pais.

Seria interessante o "dia do arremesso para os filhos"

R. B. Canônico disse...

Rafael, só não posso concordar, de jeito nenhum, com isso de se não encontrar alguém, aí se cogita outra vocação. Muito pelo contrário, a vocação implica muitas vezes em abrir mão de amores nobres em função do Amor. Abre-se mão de '1', e recebe '100' em troca. Uma vocação ao celibato não pode ser, sob hipótese alguma, uma questão de 'não deu para casar'.

A questão é complexa, e não há receitas. A vida humana é algo extremamente rico... "viver é muito perigoso". Evidente que muitas das qualidades que esperamos em uma moça já temos em mente antes de conhecê-la... mas não existem modelos, padrões. Por isso, é muito importante fazer muitas e boas amizades, conhecer as pessoas profundamente, seus planos e tudo o mais.

E vejo que é isso que falta nas relações atualmente. As pessoas acabam por ter relacionamentos superficiais justamente por um respeito humano de não querer ir à fundo na intimidade do outro. E isso se faz com muita sinceridade e simplicidade.

Boas amizades levam a conhecer pessoas interessantes, e a partir disso pode aparecer um interesse recíproco e começar um namoro... ou não, mas independente disso fazer amizades é algo apaixonante.

Outro fator complicador em nossos tempos é o ambiente terrivelmente sensual, que mutila os relacionamentos, a cultura hedonista do 'ficar' e o egoísmo que acaba evitando que as pessoas façam planos conjuntos. Até se namora, e tal, mas caramba, é preciso antes se formar, se pós-graduar, ficar milhonário para aí se cogitar a mera hipótese de matrimônio, mesmo que se namore há uma década - eu conheço quem namorou 14 anos, a meu ver um tempo excessivamente longo e que denota profunda imaturidade do casal.

Enfim, são uma série de fatores que devem ser considerados. Realmente, precisamos é de uma nova mentalidade envolvendo os relacionamentos. Afinal, como o Papa disse aos jovens no Pacaembu - e eu estava lá... - as decisões definitivas é que valem a pena. O casamento vale a pena!

Liana Clara disse...

R.B. Canonico, você conseguiu dizer tudo o que eu gostaria de dizer e não consegui, por me faltarem as palavras certas e também por conta do apagão em grande parte do Brasil que só me permitiu escrever agora.
Perfeito: NUNCA se opta por uma vocação ao celibato porque as outras opções não deram certo.

Quanto ao Pedro e a Stella, ambos me parece pensam diferente a respeito do dia do "arremeço dos filhos" . Eu pessoalmente não vejo razão para um filho sair da casa dos pais só pela idade. No meu entender eles sairão após uma decisão do rumo das suas vidas.
É claro que as facilidades da casa da mãe e do pai, dificultam um pouco as decisões.É de fato muito gostoso ter a "cria" bem perto, mas as vezes pode não ser o melhor para o crescimento deles.
Assunto muito delicado!
Quem se atreve a escrever sobre este tal " Dia do Arremeço?"

Rafael disse...

R.B. Canônico,

Concordo com tudo o q vc disse. Estamos tão alinhados que eu estava até lá no Pacaembu, rs. Mas eu quis atentar para o fato de que as pessoas podem desperdiçar dons, porque se fecham exclusivamente à possibilidade do matrimônio. Além do "ambiente terrivelmente sensual", é importante notarmos que a nossa cultura tb alimenta um certo prazer do matrimônio, onde a ideia do "viveram felizes para sempre" é muito forte. A vida a dois é tão romantizada que se esse não for o caminho de um indivíduo, a pessoa se considerará um fracasso. Aliás, até mesmo quando eu e vc rejeitamos a ideia de que a vocação para o celibato não poderia nunca vir após tentativas frustradas de se buscar o matrimônio, temos em nosso discurso a perspectiva da inviabilidade dessa superação de fracasso. O fracasso do caminho não matrimonial é um dado cultural muito forte.

Por incrível que pareça, os "críticos da cultura" que às vezes cometem erros deploráveis e orientam os rumos de nossa época, às vezes são tomados por preocupações de uma certa forma legítimas. Podemos condenar a produção independente da Xuxa ou aquelas pessoas lindas e sensuais que vivem nas baladas e nunca vão se casar, mas são atitudes, ao meu ver, que surgem como vinganças impróprias a um estado cultural que supervaloriza a potencialidade romântica do matrimônio. Se uma Xuxa não precisou se casar, aquela mocinha feia e pobre que "ficou para tia" poderia se sentir menos fracassada. De forma alguma defendo essa opção cultural, mas será que não é um efeito colateral de tanta expectativa romantizada que se cria para o matrimônio?

Maria Teresa Serman disse...

Não considero necessário mandar os filhos saírem de casa para viverem sua vida. É uma questão de maturidade deles não fazerem da casa um hotel, como já foi dito. Um lar que merece esse nome é sempre um pouso seguro para todos, seja qual for a idade ou situação dos filhos. De qualquer modo, as relãções humanas requerem paciência e respeito, quanto mais estreita for a convivência.
Quero ressaltar o nível amigável que este debate apresenta. É fundamental que as pessoas troquem opiniões e não sopapos verbais.

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